Diversas organizações políticas, entre elas o Partido Comunista, a Juventude Contra Corrente, o Coletivo Democracia Popular, o PT, o PCdoB e o Movimento Interação, que compõem a Frente Brasil Popular/Zona Oeste-RJ, realizaram na manhã desse Sábado, dia 30, ato em defesa da democracia e por um 1º de Maio de luta no calçadão de Campo Grande, bairro mais populoso do município do Rio de Janeiro, com cerca de 330 mil habitantes e principal centro comercial da Zona Oeste. Para se ter uma ideia da importância dessa região, se forem considerados apenas os bairros vizinhos a Campo Grande, ela conta com uma população de quase um milhão e meio de habitantes, um quarto da população do Rio de Janeiro, que, no entanto, tem o IDH mais baixo de todo o município, sintoma trágico da segregação social e da injusta divisão de renda vigente no sistema capitalista.
Durante o ato, que contou com faixas que denunciavam o golpe e os perigos de retrocesso que ameaçam o povo pobre e trabalhador de nosso país, foram distribuídos materiais informativos disponibilizados pela Frente Brasil Popular e o Manifesto do 1º de Maio do Partido Comunista, assinado também pela Juventude Contra Corrente e o Coletivo Democracia Popular. Fazendo uso do microfone e do som disponibilizados pelo Movimento Interação, os representantes das diferentes organizações que construíram o ato realizaram inúmeras intervenções nas quais, além das denuncias já citadas, reforçaram o teor extremamente neoliberal das ações que se abaterão contra a população brasileira caso o golpe se consolide e conclamaram a população a ser organizar e resistir de todas as maneiras possíveis.
Certamente, atos como o de hoje contribuem para a aproximação com as massas e servem para fazer contraponto às informações tendenciosas que são veiculadas diuturnamente pela mídia golpista. Durante o ato, que terminou por volta de 13h, diversas pessoas pararam e dialogaram com os militantes, tirando dúvidas sobre o golpe ou manifestando seu apoio ao governo e à democracia, deixando claro que é das ruas e do contato constante com o povo que retiraremos as forças para a nossa vitória.
Leia abaixo, na íntegra, o Manifesto de 1º de Maio do Partido Comunista-RJ e veja fotos do ato.
Manifesto de 1º de Maio
Vivemos hoje no Brasil um momento decisivo de nossa história. Nossa jovem e instável democracia está sendo golpeada violentamente por aqueles que não conseguiram o respaldo das urnas nas quatro últimas eleições presidenciais e por aqueles que não mais desejam apenas governar das sombras – como têm feito nas duas últimas décadas – e agora querem, também sem o respaldo direto das urnas, usurpar o poder para levar a cabo seus planos de subserviência total ao projeto neoliberal e de enfraquecimento das forças anti-hegemônicas que vêm se configurando no atual cenário geopolítico mundial – os BRICS – colocados, dentro da conjuntura da crise cíclica e estrutural do sistema capitalista, como uma alternativa viável ao novo ordenamento mundial que não leve em consideração apenas os interesses econômicos das grandes potências imperialistas. A esse ataque à democracia junta-se toda a corja de políticos corruptos que temem que o avanço nas investigações e das punições que vem ocorrendo ao longo dá última década ponha fim em seus esquemas milionários; uma elite e uma classe média conservadoras e preconceituosas, que mesmo diante dos benefícios alcançados ao longo dos últimos 14 anos não aceitam as melhorias, por menores que sejam, conquistadas pelos mais pobres. Soma-se também ao golpe uma mídia parcial e manipuladora que apenas importa-se com seus interesses e um poder judiciário representado, sobretudo por um STF acovardado e pactuante com a vergonhosa destruição dos princípios democráticos, do qual deveria ser isento guardião.
Não fazemos a defesa incondicional dos governos do PT, que sempre tiveram muitas falhas, principalmente por acreditarem na conciliação de classes e na reforma do capitalismo, mas não é possível deixar de destacar o comprometimento desses governos em dar condições mais dignas para milhões de brasileiros e brasileiras por meio de seus programas sociais de inclusão e distribuição de renda. Se alguma crítica deve ser feita aos governos de Lula e Dilma ela deve ser sempre a crítica que conduza a um direcionamento mais à esquerda e não a crítica feita pelo campo da direita, que esteve no poder por séculos e nada mais fez pelos debaixo do que lhes atirar ao chão as migalhas de seus banquetes. Portanto, nesse 1º de Maio, dia histórico da luta dos trabalhadores e trabalhadoras, conclamamos a todas e todos a ombrearem-se conosco para resistirmos com todas as forças e de todas as formas ao golpe e para avançarmos na ampliação das conquistas democráticas na direção da construção do poder popular.
Organização e ação devem ser as palavras de ordem. Unir forças e tomar as ruas!
Como afirmaram Marx e Engels: “Que tremam as classes dominantes”, pois em nossa luta pela total emancipação, nós, os proletários, nada temos a perder a não ser as correntes que nos aprisionam. Temos um mundo a ganhar!
Partido Comunista-RJ
Juventude Contra Corrente-RJ
Coletivo Democracia Popular
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