Do golpe ao contragolpe.

A luta contra a concepção econômica e a defesa das questões de ordem política permanecem atuais na luta de classes, principalmente nas batalhas travadas dentro dos partidos denominados de esquerda. Lênin, tratou esta luta ao longo de sua obra, demostrando de uma forma e outra, como ela se manifesta. A luta econômica é sempre uma luta que o proletariado trava no campo da burguesia. Por mais importante que ela seja, é a luta política a essencial. Sem a luta política, os avanços e retrocessos econômicos do trabalhador não alcançam a consciência revolucionária.

Essa conjuntura golpista que vivemos em nosso país também é assimilada ou de forma econômica ou de forma política. Atados a luta econômica, muitos dos partidos de esquerda permanecem tentando achar uma explicação descente, ou menos vergonhosa, para responderem as suas militâncias e a demais forças políticas sobre as suas posições. Marx, no entanto, para elucidar um determinado problema diz apenas o seguinte: O concreto é concreto porque é a síntese de muitas determinações. E, portanto, o Golpe sendo concreto, os inúmeros partidos que antes não se manifestavam sobre tal, passaram, pouco a pouco, envergonhadamente, falar do assunto. – “Não existe golpe, mas sou contra o impeachment, porque todos são a mesma coisa”. “Sou pelo Fora Temer, porque sou a favor do Fora Todos”. “Existe golpe, mas esse é o segundo Golpe, ou sua metástase, o primeiro já fora dado pela própria Dilma”. E por mais que relutam, o golpe vai tornando-se a força que ocupa o cenário político. Daí nascerá duas tendências: a do lado da reação, a direita, o antipovo que se somará aos golpistas e a do lado da luta em defesa do aprofundamento democrático e de base popular, a esquerda, os antigolpistas.

No entanto, se os esforços dos agrupamentos de esquerda ou populares que se atrasaram diante da conjuntura golpista tiverem, a conduta de se colocar a altura da luta atual e cerrar fileiras para derrotar o golpe e os golpistas, o esforço teórico valerá a pena. Se a ideia é no entanto, atrasar a luta e procurar desviar todo aquele que efetivamente se colocar a disposição deste enfrentamento, é um claro sinal de que lado estão estes grupos. Nesse sentido, propomos uma ampla unidade dos setores democráticos, populares e de esquerda para derrotar o golpe. Tudo indica que essa batalha poderá despertar as grandes massas populares, haja visto que a crise do Capital se aprofundará e a burguesia não medirá esforços em tomar todas as medidas necessárias, para impedir que o trabalhador reaja sobre os ataques, tanto econômicos quanto políticos. Por isso, é necessário para essa luta, que o movimento Contra o Golpe entenda que as bases do continuísmo político de outrora, não permanecerão, isto é, ou vão se aprofundar do ponto de vista burguês, golpista, ou do ponto de vista proletário, revolucionário.

É aí que reside as perspectivas, do movimento democrático e popular, de radicalizar e superar os ataques fascistas do imperialismo e da direita golpista, bem como aproveitar a própria crise do Capital para avançar a luta. É preciso neste momento, se colocar a altura das exigências conjunturais, isto é, não adianta criar ilusões falsas de que existe espaço para a classe proletária avançar, no âmbito das condições anteriores, isto é, baseadas nas instituições existentes. Do ponto de vista econômico, a experiência demonstrou que, primeiro, a burguesia não permite avançar além de uma determinada condição; segundo, se permitiu fazer esses avanços, foi porque também nas condições colocadas, a burguesia financeira e monopolista do país e internacional lucrou muito; terceiro, assim que criar as condições para desatar um golpe decisivo no povo, ela não perde tempo.

Assim, como a base econômica, a superestrutura dependente ao imperialismo, montada no nosso País e em toda a América Latina, são instituições com fins servis principalmente ao tio San, reféns daquela economia, e que vão no máximo a um subimperialismo ( burguesia monopolista Nacional – grandes empresários, Latifúndio – Agronegócio- ). Por isso o desenvolvimentismo não passa de um limite cuidadosamente ditado pela economia monopolista do Imperialismo e por uma superestrutura reacionária e entregue ao comando desta política econômica. Por isso querer avançar mantendo o monopólio da mídia, o Latifúndio com base no Agronegócio, a indústria dependente, e a direita encrustada em todo o mecanismo do Judiciário, Legislativo e do próprio Executivo e militar, é uma piada.

Assim, neste momento de acirramento da luta de classes no País, bem como na América do Sul, é necessário termos claro para onde vamos, ou simplesmente, para onde não queremos voltar. Com essa compreensão é possível colocar o proletariado na luta para derrotar o golpe e avançar. O povo terá que ser ganho, não só por migalhas, por “projetinhos” desenvolvimentistas ou evolucionistas, terá que ser ganho para a luta de sua própria liberdade.

Derrotar o golpe com o povo na rua, além de ser a única possibilidade de vitória frente aos fascistas, abrirá, pela força popular, uma mudança profunda na política brasileira. A ideia de que nada do que foi será, é pelo fato de que, além de não fazer sentido querermos retomar aquilo que a crise do capital demostrou que, na essência, é mais do mesmo. Neste momento, retomar os projetos libertadores do povo, são uma necessidade. As nações do mundo inteiro, por conto da concepção neoliberal, estão amarradas as crises do capital que se aprofundam e tornam-se cada vez mais fascistas, e o proletariado não enxerga a perspectiva libertadora, ficando reféns de projetos políticos econômicos submetido ao imperialismo, seja sob o comando de uma direita abertamente fascista, ou uma direita mais “liberal”, uma tão fascista quanto a outra (é só analisar a Clinton e o Trump). E os grupos em cada país que eles (o imperialismo) utilizam ou elegem para comandar são de todas as ordens, isto é, mais Sociais Democratas, tendências mais cristãs, tendências mais belicosas, tendências mais esquerdinhas, e aí segue o baile.

Unir o povo para derrotar o golpe e apontar a perspectiva da luta pela liberdade, é um tema essencial para colocar em pé o movimento verdadeiramente proletário e crescer as organizações de luta pelo Socialismo.

Viva o Povo brasileiro.

Contra o golpe.

Greve Geral já.

 

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