O juiz chileno Mario Carroza, dedicado à investigação de violações dos direitos humanos, reabriu as investigações do caso conhecido como Caravana da Morte. O episódio é considerado um dos mais sangrentos da ditadura de Augusto Pinochet (1976-1990), centenas de militantes políticos de esquerda foram assassinados por agentes do Estado.
Segundo a imprensa local, o juiz tomou a decisão de reabrir o caso depois de ter conhecimento do “livro de novidades da guarda”, com arquivos da penitenciária de La Serena. Os documentos registram a passagem de mais de 50 presos políticos pelo local que estavam sob a responsabilidade do general Sergio Arellano Stark, um dos principais conspiradores do golpe contra Salvador Allende.
Com estes documentos em mãos, o juiz designou uma equipe para fazer uma nova investigação sobre cada um dos nomes citados nos arquivos. Em um dos episódio da Caravana da Morte, 15 pessoas foram assassinadas em uma operação coordenada pelo general Juan Emilio Cheyre que em julho deste ano se entregou à justiça e foi preso. Mas após pagar uma fiança de 1 milhão de pesos chilenos conseguiu permissão para se exilar na Colômbia.
O advogado destas vítimas, Cristián Cruz, afirma que as novas informações “foratalecem, e deixam ainda mais robustas as provas contra o general Juan Emilio Cheyre e derruba por terra seu argumento de que é inocente”.
Segundo o advogado, nos documentos fica claro que as ações operadas na “Caravana da Morte” foram ordenadas pelo general Cheyre sob a jurisdição de Stark.
Com esta nova investigação, o advogado pretende pedir a revisão da concessão de exílio ao general.
Segundo dados oficiais, a ditadura de Augusto Pinochet deixou mais de 3 mil mortos, entre eles o presidente Salvador Allende, e 38 mil pessoas foram torturadas.
Publicada em: Vermelho
Faça um comentário