Esses dias, ouvindo alguns jovens comentar sobre o Marxismo, dizendo que suas teses estavam ultrapassadas para o mundo atual, pois não existia mais fome no planeta. Pena que esses jovens, não frequentam os bairros pobres, logicamente distante dos centros das cidades, ou ainda, dirigem-se a alguma escola pública Municipal ou Estadual do ensino fundamental e médio, que logo mudará de ideia ao ver as necessidades daqueles que além de buscar o conhecimento, o ensino lhe possibilita pelo menos uma refeição diária.
Segundo os “cientistas premiados” com o Nobel da economia, cerca de 700 milhões de seres humanos vivem muito abaixo das necessidades de subsistências diária. Além, daqueles que nem chegam a desfrutar da condição de adolescência ou adulto, pois morrem antes de chegar a 5 anos, que somam-se mais alguns milhões. Esses dados, põe a nu a condição em que vive a humanidade frente ao sistema capitalista. A preocupação dos economistas em relação a este assunto (fome), demonstra que ela ainda é o fator preponderante na luta de classe, na história do século XXI.
No entanto, seus esforços “científicos”, longe de procurar uma solução ao problema, buscam eternizar a pobreza, pois procuram a salvação humana, na manutenção do capitalismo. Seus estudos são, ao contrário do Marxismo, salvar o proletariado da miséria, fazendo as perguntas locais e pequenas, salvando assim alguns indivíduos, sem afetar o interesse dos ricos, da exploração. Seu conteúdo é um afastamento das respostas ideológicas. Logicamente, esses não são cientistas “neutros”, são profetas do imperialismo.
Todos os ganhadores do Nobel de economia são representantes do imperialismo ianque. Todos representantes do maior autor das desgraças humanas, aquele que rouba, mata, saqueia as fontes de vida dos povos do mundo inteiro. Nenhuma palavra sobre este “azar” que a humanidade tem de arcar. Esse filme vemos todos os dias, essa encruzilhada que busca fugir das causas e trabalhar para diminuir as consequências. Dessas análises saem os programas “mais científicos”, como as leis Malthusianas do fim da história, do Socialismo humanista, existencialista, reformista, pequeno burguês, etc, que, como saída, não buscam o fim da pobreza, mas a sobrevivência de alguns para continuar o reino da exploração.
Os profetas do imperialismo fogem da ideologização da fome. Querem ser práticos e tomar medidas necessárias e urgentes. Em um momento de crise crônica do Capital, nada mais ideológico do que as tentativas de desviar a luta dos povos contra o Sistema Imperialista que suga e seca as fontes de vida de grande parte dos explorados do planeta. Em um momento em que a fome se alastra e avança acima do comum, transformando-se em uma das leis do levante do proletariado mundial, no rumo da revolução Socialista.
Não é por acaso a premiação do Nobel da economia a cientistas que tratam da fome. Em um momento que a crise do sistema se alastra e o capitalismo em sua fase imperialista vai apresentando, ano após ano, contrações, estagnação, concentração absurda da reiqueza de um lado e miséria de outro, a fome já extremamente alta, agravar-se-á muito mais em pouco tempo. No Brasil, na Argentina, no Equador, em menos de dois anos, com governos direcionados à salvação dos grandes capitalistas, colocaram em marcha nesses países, centenas de milhares de indigentes, desempregados, miseráveis, esfomeados.
Em todas as grandes crises na história, as relações de produção se não mudaram, colocaram em apuros os sistemas de produção vigente. Nas duas últimas grandes crises que levaram à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, o alastramento da fome levou a bandeira da revolução Socialista tremular em alguns países. O maior medo do imperialismo é que a fome poderá desencadear novos movimentos revolucionários no mundo. Por isso, todos os investimentos necessários para impedir que a teoria da revolução ganhe força com o aumento da fome.
A unidade da esquerda é um reflexo em nosso país dessa crise do sistema. Do outro, é o crescimento do fascismo. Há pouco tempo, a tese de que não existia esquerda nem direita, afundou mais rápido do que as teses do fim da história, ou das tentativas da deputada federal Tábata do Amaral, em mostrar seu interesse político acima da luta de classes; isto é, logo estava abraçada com a extrema direita contra o povo.
Assim são os profetas do imperialismo. Suas teses sempre propõem a universalidade, a saída incondicional, a democracia incondicional, longe dos interesses “medíocres” de classes. Propõem-se a ajudar a humanidade. Esse é o velho engano o qual Marx e Engels desvendaram, que por trás de toda a ideia religiosa, moral, política, filosófica e jurídica, existe interesses de classe. Jamais cientistas ganhariam o Nobel da economia dizendo que a causa da fome é a exploração capitalista com agravante do Imperialismo na época atual. E como saída a tal situação, propusesse a libertação dos povos da cadeia imperialista, no rumo da revolução Socialista.
Por isso, neste momento, a esquerda ao se unir e se aproximar do proletariado não pode exigir apenas o voto e a sua confiança para a restauração das antigas migalhas. Lembremos que, quem quer que o povo pense pequeno, é o imperialismo, pois quer desviá-lo da luta contra ele. A esquerda tem que dar ao povo o pensamento da luta pela liberdade, de acabar com o mundo das privações, da fome, da escravidão.
Os profetas do imperialismo não querem nem ouvir de longe a canção da “Internacional Socialista” que chama para a luta as vítimas da fome e os famélicos da terra. Por isso seus interesses em desviar a luta do proletariado são constantes. Para nós é o contrário, se nos momentos de crise crônica não unirmos e levarmos o proletariado a conscientizar-se da necessidade de tomar o poder político da burguesia, também não seremos melhores do que eles, e a história, não nos absolverá.
– Fora, Bolsonaro e sua extrema direita!
– Fora, EUA da América Latina!
– De pé vítimas da fome, do desemprego, da Reforma Trabalhista, dos sem previdência.
– Lula Livre.
João Bourscheid
Faça um comentário