Com o preço do combustível batendo em média R$ 8,00, gás de cozinha e óleo diesel nas alturas, até os golpistas querem de uma forma ou outra, livrar-se do ônus de ter entregado o nosso ouro preto, aos grandes monopólios internacionais. Bolsonaro grita, esperneia, ataca os lucros abusivos apenas para dar satisfação aos eleitores, já que defendeu o tempo todo a entrega de nossa estatal. Já colocou o quarto presidente da empresa, de escolha própria, “gente boa”, militares, e nada de mudança. Talvez, nos dois últimos meses de campanha, o imperialismo intervenha e baixa um pouco o preço, para impulsionar a campanha midiática e golpista daqueles que defendem a entrega da terra, da Amazônia, do subsolo (minerais), da nossa biodiversidade, da energia elétrica, da base tecnológica de Alcântara, etc.
A vitória dos golpistas, que além de tornar uma mercadoria estatal (monopólio brasileiro do petróleo) em uma mercadoria do monopólio de um punhado de empresas e de países imperialistas, retirou as condições mínimas de um salário adequado para poder comprar os produtos de primeiras necessidades (alimentação, vestuário, habitação, saúde, transporte), e ainda fazer frente aos demais produtos culturais e de lazer, essa foi a parte essencial do golpe. Por isso, o problema por mais que queiram relacionar com a Petrobrás apenas, no caso do aumento da gasolina, gás, diesel, luz, (que é um absurdo esse aumento), os golpistas se calam diante dos salários, corroídos pela golpe e nos direitos trabalhistas. A mais valia é a essência para a burguesia, e o golpe levou a sua exploração no seu mais alto grau, isso é, ao nível do capital financeiro, do monopólio imperialista. Essa é a consciência do golpe, da sua necessidade.
Mas para nós, que entendemos esse processo condizente ao modo de produção burguês, e tentar melhorá-lo, não só gastaremos tempo e cérebro pensando em alternativas pontuais, filantrópicas, assistenciais, etc, além de perder a perspectiva histórica de fazer ela avançar. Mas dirão alguns, com desejo real de melhorar a vida do povo, “não é possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo, dar condições mínimas para aqueles que necessitam e lutar por transformação social”? “Não há uma dialética nisso”?
Para um mínimo de assistência, isso não demanda grande coisa, aliás, isso qualquer instituição filantrópica o faz, bem como cada indivíduo que já contribui de uma forma ou outra. O povo é solidário e não precisamos encorajá-lo para ajudar o Estado burguês; os fascistas no poder agradecem a contribuição. Mas se quisessem realmente ter uma ação digna nesse campo “assistencial”, uma greve geral pelo Fora Bolsonaro, Mourão e sua corjas, teria um efeito mil vezes superior, sendo esse o papel principal das lideranças políticas de esquerda. A pergunta que deveria ser feito é esta: Porque salvam o Estado burguês e um governo genocida com campanhas assistenciais e ao mesmo tempo gritam por toda a parte que não existe condições para uma greve geral? Isso é ou não uma concepção filisteia. Portanto não é problema da dialética, é problema da dialética de ponta cabeça.
A ideia aqui, no entanto, é encorajar a esquerda olhar para frente, tendo em conta que os problemas de produção das coisas, há muito que a humanidade e suas tecnologias superaram e por isso não precisa dedicar-se a um trabalho filantrópico; mas sim no combate e superação das forças do atraso, reacionárias da burguesia e principalmente aquelas concentradas no capital financeiro internacional, ou seja, do imperialismo. São essas as forças que temos que combater, bem como aquelas que os apoiam de todas as formas, isto é, as burguesias e oligarquias atrasadas de todos os países não imperialistas, que se aproveitam de um poder maior (o imperialismo), para garantir “eternamente” umas migalhas da mais valia explorada pelos monopólios. São os Lumpem burgueses, vendidos de todas as formas para a capital monopolista internacional. São vendidos pela sua própria formação histórica. Assim, a cultura da Frente Ampla é a alternativa submissa.
E por quê? Pois sempre parte de uma análise que é preciso primeiro contemplar setores da burguesia, conquista-la para então ganhar seu apoio. Dessa forma move-se sempre de forma unilateral. A busca por Alkmim é mais uma comprovação dessas posições. A preocupação com inimigo de classe é necessário sem dúvida alguma, mas é diferente segundo dois aspectos: um é de ele (inimigo) não criar muitos obstáculos e o outro é de vencê-lo. Na verdade o primeiro só tem validade para o proletariado se tem a perspectiva do segundo, isto é de vencer politicamente a burguesia. Daí que o grande segredo é saber colocar o seu exército em condições de levar a luta até a vitória, até porque, esse exército do povo, é o único capaz de concluir uma vitória. Sem o povo jamais. Saber em que pé ou como funciona o inimigo, suas táticas e distraí-lo ou preparar o melhor momento para avançar, faz parte de toda a luta teórica, mas no entanto, quando não se confia na força que é capaz de transformar e avançar, passa a superestimar ideologicamente o inimigo e subestimar politicamente o povo, a mudança, a revolução.
Por isso, um programa que não se coloca ao nível da luta política do momento é um programa economicista, pois não atenderá nem sequer as perspectivas mínimas econômicas e não possibilitará sequer um avanço substancial na consciência popular. Politicamente, pouco contribuirá, a não ser que no final nos darmos conta de ter perdido novamente, o momento histórico. E é aí que entra a parte mais essencial da filosofia marxista, isto é, que a liberdade é a consciência da necessidade. Não alertar e conscientizar o povo para as mudanças estruturais que precisam ser feitas, evita que a burguesia crie alguns obstáculos, por outro lado, sustenta-se a “eterna” campanha da escravidão imperialista.
Fora Bolsonaro, Mourão e suas corjas.
Por um programa político para o Brasil
Esquerda unida, une o povo para avançar.
Abaixo o Fascismo, Lula presidente.
Ousar lutar, Ousar vencer.
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