PCPB se une ao PCO na construção do partido revolucionário

Em Congresso, no último sábado (7), delegados representando vários núcleos do PCPB votam e aprovam por unanimidade ingresso de seus militantes ao PCO.

No último sábado (7), o Partido Comunista do Povo Brasileiro (PCPB), organização que se originou no começo deste século, cerca de 20 anos atrás, do rompimento com a política do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizou seu Congresso Nacional na cidade de Pelotas-RS, no qual participaram companheiros de quatro estados, como delegados representando os vários núcleos do partido no País, e aprovaram por unanimidade o ingresso de seus militantes no Partido da Causa Operária (PCO).

No ano passado, o PCPB participou de uma frente com outros grupos onde se discutiu a necessidade de um processo de reorganização melhor para avançar no sentido da construção de um partido revolucionário no Brasil. Naquela ocasião, o Partido da Causa Operária dirigiu uma carta, um documento público, convidando os companheiros a se somarem às suas fileiras para fazer avançar justamente a luta por um partido operário revolucionário de massas, do qual o PCO é o principal embrião nesse momento, e como parte da luta pela superação da enorme crise da esquerda no País, em virtude da sua política de capitulação e colaboração de classes com a burguesia. 

Desde então, os companheiros do PCPB vinham debatendo o assunto, realizando uma série de discussões internas e, neste Congresso, votaram, de forma unânime, o ingresso de seus militantes nas fileiras do PCO. Trata-se de uma decisão importante, que reflete a sintonia entre ambos os partidos em assuntos fundamentais da luta política nos últimos anos. As organizações coincidiram programaticamente na luta contra o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma, contra a prisão e em defesa da liberdade do então o ex-presidente Lula, a favor da candidatura de Lula à presidência da República, contra Bolsonaro e a direita golpista. 

O PCO e PCPB se uniram em torno da necessidade de intensificar a mobilizar em todos esses episódios. Os companheiros, por exemplo, participaram e apoiaram as mobilizações de rua em Curitiba pela Liberdade Lula, as Conferências dos Comitês de Luta, a Conferência Sindical do PCO. Foram sempre parceiros nessa luta em comum

Houve também uma aproximação importante na análise da luta internacional, com, por exemplo, uma posição muito próxima na defesa da Rússia contra a provocação e a agressão do imperialismo organizadas pela OTAN, sob o comando dos Estados Unidos, usando a Ucrânia como bucha de canhão. O PCPB coincidiu com a posição do PCO, diferente da política que adotou a maioria da esquerda, que ficou na posição de tentar uma inexistente na neutralidade, defendendo a paz de maneira abstrata – ou posições direitistas, como o PSTU, que apoiou a Ucrânia.  

Ou seja, a OTAN e os Estados Unidos são contra o povo russo, enquanto o PCBP e o PCO defendem o apoio a luta russa e a vitória de um país oprimido contra imperialismo. Defendem também a guerra libertadora dos palestinos contra os ataques do imperialismo, uma convergência política no sentido da defesa da luta armada da Resistência Palestina, na defesa da mobilização contra o genocídio e pela vitória da luta do povo palestino, também aí uma posição distinta da imensa maioria da esquerda em nosso País e no mundo todo.  

Como destacou o companheiro Neimar de Oliveira Lima, secretário-geral do PCBP, em todo o último período, o PCO nunca teve uma política estreita e sempre impulsionou uma política para fazer avançar a luta dos trabalhadores. Ele destacou que nessas condições, pela política e pelo programa, “vemos a possibilidade de construir um partido no sentido da revolução”. Neimar disse ainda que a construção desse partido operário revolucionário é uma ferramenta fundamental para fazer avançar a luta da classe operária.  

O companheiro César, do Rio de Janeiro, destacou a importância da unidade dos revolucionários, a firme convicção dele e dos companheiros que integravam o PCPB no centralismo democrático e destacou a importância da juventude do PCO e da experiência dos quadros do PCPB e do PCO para educar as futuras gerações para fazer avançar a luta.  

O companheiro Jerônimo, de Pelotas, destacou que com essa resolução “estamos dando um primeiro passo de outros mil no sentido da luta pela revolução, pela tomada do poder pela classe operária, para o que é necessário a construção de um forte partido revolucionário”.

Por sua vez, o professor Everton Barboza, delegado do Rio Grande do Sul, destacou a importância de superar a política estreita da maioria dos setores da esquerda pequeno-burguesa, que procuram criar a ilusão numa suposta luta contra o fascismo, apontando que o fascismo é apenas uma das faces da burguesia. Afirmou ainda que, diante da extrema direita, a esquerda se omite e o povo fica confuso. Carece, nessa situação, de uma organização revolucionária para construir essa organização. Segundo Everton, “precisamos ter a coragem, a humildade de superar as diferenças entre revolucionários”. Ele concluiu dizendo: “entramos no PCO para somar no caminho da revolução”. 

Além das dezenas de delegados do PCPB que participaram do Congresso, estiveram presentes uma delegação de companheiros do PCO no Rio Grande do Sul e também, representando a Executiva Nacional do partido, o companheiro Antônio Carlos Silva. Essa iniciativa, além do passo importante para ambas as organizações, sinaliza um deslocamento importante no interior do movimento de luta dos trabalhadores, uma tendência à esquerda e de reorganização do movimento operário diante da crise e da esquerda.  

Aponta também no sentido do crescimento do PCO, que vem se fortalecendo no último período, como mostra também a recente campanha de filiação, na qual o partido obteve milhares de novas adesões, filiando companheiros novos, novos ativistas do movimento, bem como companheiros oriundos de diversas forças políticas da esquerda.

Fonte: causaoperaria.org.br/2024/pcpb-se-une-ao-pco-na-construcao-do-partido-revolucionario/

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