Reunido na última quarta-feira, 4 de maio, no Rio de Janeiro, o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros – FUP – bateu o martelo: paralisação nacional da categoria, na próxima terça-feira, 10 de maio. A decisão leva petroleiros e petroleiras a se incorporarem ao Dia Nacional de Paralisações e Mobilização, por democracia, soberania e em defesa da Petrobrás, que está sendo proposto pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, e que contará com a participação de diversas categorias de trabalhadores e segmentos sociais.
Houve assembleias para debater o tema em vários locais de trabalho. A percepção predominante entre os trabalhadores e trabalhadoras é de que o golpe, travestido de impeachment, visa subtrair direitos sociais e ferir a soberania nacional, com a abertura do pré-sal às petrolíferas estrangeiras e o desmonte da Petrobrás.
Desestruturação e privatização
Com o golpe, o plano de desinvestimento que vem sendo levado a cabo pela atual direção da Petrobrás, já influenciada fortemente pelos interesses de mercado, deverá ser intensificado e ampliado. Os principais ativos da Companhia, incluindo empresas e campos de produção, correm o risco de ser alienados, fazendo com que a Petrobrás deixe de ser uma empresa integrada de energia para se transformar em uma operadora de papel, onde predominam as atividades terceirizadas.
Nesses termos, perderá não apenas a categoria petroleira, que terá direitos rebaixados (quando não subtraídos) e condições de trabalho agravadas, mas, também, os segmentos menos favorecidos da sociedade brasileira. Isto porque a função social desempenhada pela Petrobrás, enquanto instrumento impulsionador de desenvolvimento econômico e de combate às desigualdades regionais, será substituída por uma orientação cujo único objetivo é a obtenção do lucro máximo, visando atender exclusivamente interesses dos acionistas privados.
Ainda no setor petróleo, outro alvo que se encontra na mira dos golpistas é a exploração do pré-sal. Na atualidade, o Regime de Partilha assegura que a União é a dona do petróleo extraído naquela reserva. No entanto, em um eventual governo Temer, esse regime dificilmente deverá ser mantido, já que, como afirma o Programa “Ponte para o Futuro”, elaborado pelo grupo de peemedebistas alinhado com o vice-presidente, “o desenvolvimento deve ser centrado na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se fizerem necessárias, e de concessões amplas, em todas as áreas de logística e infraestrutura”.
Mobilização
Em Natal, na próxima semana, a mobilização contra o golpe terá dois grandes pontos de convergência. Na segunda-feira, 9, como parte do projeto “Na trilha da democracia”, promovido pelo SINDIPETRO-RN e pela ADURN, será realizado um debate sobre a midiatização da justiça brasileira e sua relação com a atual conjuntura política do país. O tema será enfocado pelo jornalista Paulo Moreira Leite, em evento programado para o Auditório da Escola de Música da UFRN, a partir das 19 horas.
Já, na terça-feira, 10, Dia Nacional de Luta contra o golpe, as diferentes categorias profissionais e segmentos sociais participantes da jornada pela democracia estarão se concentrando no cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho, nas proximidades do IFRN, a partir das 16 horas. Em seguida, será realizada uma caminhada até a Praça da Árvore, em Mirassol, encerrando-se com um Ato Cultural na Praça Cívica do Campus Universitário.
Fonte: CUT
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