Milhares de pessoas marcham em Paris no maior protesto contra a reforma trabalhista. Pelo menos 60 presos e 40 feridos na marcha que foi o ponto alto das mobilizações sindicais.
Philippe Martinez, o líder da CGT, o principal sindicato da França, queria desmentir na rua aqueles que predizem um declínio da pressão social contra a reforma trabalhista. A mobilização, que começou há três meses, culminou na terça-feira com a primeira demonstração de nível nacional em Paris, em plena Eurocopa. Participaram cerca de 80.000 pessoas, segundo a polícia (um milhão, segundo os organizadores) e houve confrontos com policiais, pelos quais foram presas 60 pessoas e 40 ficaram feridas (incluindo 29 policiais), segundo a direção da polícia. A CGT deu, assim, uma demonstração de força em um braço de ferro com o Governo que Martinez quer levar “até o fim”, apesar de já ter consumido seus principais trunfos.
Desde o início dos protestos, em março, houve dezenas de manifestações, mas a de terça-feira foi a única que a CGT planejou para trazer à capital trabalhadores e estudantes de todo o país. Martinez disse que essa marcha em Paris foi “uma demonstração” de que a mobilização não perdeu fôlego, mas que está aumentando. Em cidades como Marselha e Toulouse também houve manifestações na terça-feira.
#Manifestation 13 interpellations à cette heure pour violences et dégradations commises par des individus masqués pic.twitter.com/ag2NFxa4an
— Préfecture de police (@prefpolice) 14 de junho de 2016
Por causa das dezenas de deputados socialistas rebeldes que rejeitam a reforma, Valls deve decidir se aprova de novo a lei por decreto, evitando a votação na Câmara baixa.
A lei seria, assim, finalmente aprovada no próximo mês. É essa a margem de tempo para a agora inviável aproximação entre o Executivo e os sindicatos. Se acontecer novamente o “decretaço”, o outono será muito quente na França depois do parêntese das férias.
Fonte: El País
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