No total, dez movimentos estão envolvidos na ocupação, que pede o retorno do Ministério do Desenvolvimento Agrário e das políticas públicas voltadas aos pequenos produtores rurais, além de uma ouvidoria independente e da criação de conselhos de crises.
A sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Brasília foi ocupada na manhã dessa segunda-feira (11) por representantes de movimentos sociais ligados ao campo e florestas. De acordo com as lideranças, cerca de 600 pessoas estão no prédio para reivindicar a volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que foi extinto pelo governo interino de Michel Temer e teve suas atribuições transferidas para o Ministério da Agricultura.
Representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento de Resistência Camponesa (MRC), União de Resistência Camponesa (URC), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Frente dos Trabalhadores Livres (FTL) e do Movimento Social de Luta (MSL) compõem a maioria dos ocupantes do prédio. De acordo com os movimentos, a previsão para desocupação vai depender da disposição do governo Temer em negociar com os manifestantes.
A ocupação começou antes das 6h da manhã e teve caráter pacífico. De acordo com Robson Roberto, representante da ocupação, os manifestantes não estão em todas as dependências do edifício, embora os 21 andares estejam ocupados. “Quando chegamos, pedimos para a segurança trancar todas as salas e levar as chaves. Um policial militar acompanhou a ação. Temos compromisso de zelar pela integridade do órgão”, afirmou.
A organização da ocupação também é outra preocupação. “Cada movimento está ocupando um andar e fica responsável por ele, desde os companheiros que lá estão à manutenção da ordem e do patrimônio”, continua Robson. “Queremos apenas ser atendidos por um representante do governo que possa dar seguimento às nossas reivindicações”, pontua.
Os manifestante pretendem ficar acampados por até um mês, de acordo com a coordenadora nacional do MSL no DF, Raquel Lima. “Reivindicamos uma reunião com algum representante do órgão. Planejamos ocupar o prédio por duas semanas a um mês”, explicando que colchões, barracas e utensílios de cozinha foram levados para o local. “Chegamos a ser ouvidos por representantes da ouvidoria do Incra, mas queremos uma reunião com a diretoria”, afirmou.
Trabalhadores e trabalhadoras do campo vieram de todas as partes do Brasil para fortalecer a ocupação. Rio de Janeiro, Pará, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Bahia estão representados em Brasília, que também reivindicam a instituição de uma ouvidoria agrária independente e a criação de um “conselho de crise” em cada unidade da federação para dialogar com as populações rurais.
Fonte: Mídia Ninja
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