FASCISMO: ONTEM E HOJE.

A concepção do Fascismo, sem dúvida alguma, faz parte da política de aniquilamento político e ideológico, da classe dominante contra a classe explorada. Em outras palavras, é a tentativa desesperada para sair de uma crise de proporções que beiram a própria extinção da classe no poder. A raiva da burguesia a classe proletária, nesses períodos é decuplicada. Esse desespero, no entanto, existe sempre em conteúdo para as classes exploradoras. Podendo existir em várias épocas históricas, assim como, só se manifesta dessa forma em períodos que o próprio modo de produção existente dá sinais de colapso.

Na idade Média, a Reforma, deve ser considerada um momento de existência concreta do Fascismo Feudal. A igreja católica, como a maior defensora deste sistema, tendo 1/3 das terras europeias, e diante de uma crise eminente do sistema, sai aniquilando tudo o que é progressista. E ela prossegue, diante da crise de existência do modo de produção, aprofundando a liquidação na luta contra o novo. Sua defesa é sempre em prol do que é mais atrasado e na defesa da classe em crise. Deus estava do seu lado na matança das bruxas, assim como agora, deus também está ao lado da burguesia, contra as bruxas comunistas ou qualquer coisa que possa reportar a elas.

Se irmos mais longe na história, podemos encontrar em Roma, o massacre dos escravos que cercaram por 2 meses esta cidade. Não conseguindo deter os escravocratas, foram assassinados 6 mil escravos, todos eles crucificados em uma proporção que ia da cidade de Roma a Cápua – Via Ápia, e outros milhares foram mortos em combates. Um desespero flagrante de uma classe exploradora e sua tentativa de manter seu modo de produção.

A sua existência (a do fascismo), no entanto, torna-se preocupante, quando as massas aderem às perspectivas das elites dominantes. Por isso, a ciência é desvalorizada, principalmente a humana. Precisa-se encontrar uma outra explicação para ganhar as massas. Elas podem ser de cunho religioso, racista, xenófobo, corruptivo etc., mas sempre se apresenta uma explicação fora da ciência. No mundo de hoje, por esse motivo, a esquerda e o Marxismo são as vítimas primeiras destes ataques, visto que são os primeiros a se levantar contra as concepções dos fascistas, atrasadas, reacionárias. Assim aconteceu também aos intelectuais críticos dos modos de produção Escravistas e Feudal, todos perseguidos e condenados à morte ou à reclusão.

Quando falamos que a Primeira Guerra Mundial não foi fascista, nos remetemos à natureza da Guerra. Uma guerra de expansão do imperialismo, disputa por mercados, por matérias primas, por exploração. Uma guerra assassina, desumana, Chauvinista, sem dúvida. Mas não fascista. Porque o modo de produção burguesa, não estava ainda com os dias contados. Não era ainda uma crise de desespero da burguesia. Diferente da Reforma, diferente da época de cerco a Roma, diferente da Segunda Guerra Mundial, o qual a crise de produção de mais valia, fez a burguesia perder as estribeiras.

E mais, no caso da Segunda Guerra Mundial, o modo de produção proletário já era existente e avançava rapidamente, com um grande crescimento, colocando ainda mais em desespero a burguesia e seu modo de produção. Qual o motivo que levou 70% da máquina de guerra alemã ser orientada contra a URSS? Qual o motivo do dia D, só existir após a URSS vencer em campo de batalha o exército alemão e começar a marchar para a Europa? Qual o motivo de jogar duas bombas atômicas no Japão, quando a guerra já estava indo para o seu final? Isso é Fascismo, isso é desespero burguês.

Chamamos atenção a um tempo atrás, entre o fim do Neoliberalismo e o início do Fascismo. O que destacávamos, é que as medidas neoliberais antecediam os procedimentos de uma grande crise econômica do Capital. O Neoliberalismo não a resolveu, pelo contrário, a aprofundou. Por isso, o deslocamento do Neoliberalismo para a sua forma política, Fascista. Deixou o neoliberalismo de ser a tendência principal, agora é o Fascismo.

O não entendimento disso, ou o entendimento tardio dos partidos de esquerda institucionais no Brasil, que querem um espaço no sol nas ilusões constitucionalistas, inviabiliza reconhecer o momento desta transformação. Tanto que não reconhecem nem o golpe, muito menos que o Brasil e o mundo, estão lidando com o Fascismo. E no Brasil, esse perigo torna-se eminente, pelo fato de que parte do povo adere a essas ideias. As causas e as saídas para a crise do Capital, são dadas pelos grandes monopólios e aderidos como verdades pelas massas.

O fascismo, considerado como um nacionalismo extremado (um chauvinismo), não faz a menor razão, se não for colocado como crise geral do sistema. Se analisarmos o fascismo pelos métodos, o encontraríamos em todos os momentos da luta de classes: no aniquilamento dos índios da América, no terror imprimido nas favelas, na pobreza extrema, na fome e etc. Mas aí, apontaremos como fascistas, qualquer guerra já que, sob a direção da classe exploradora, elas são sempre de terror.

Por isso, o fascismo deve ser compreendido como uma época histórica a qual o desespero da classe no poder não encontra saídas para a crise e seu modo de produção beira a catástrofe. O reflexo diante do fim de seu mundo (de exploração), leva a morte a tudo que ousa referir-se ao novo. Portanto, a ideologia fascista que, em nossa época, representa o imperialismo, os monopólios, os trustes, o capital financeiro, está pouco se lixando que, para seu modo de produção sobreviver, é preciso aniquilar 1/3 da humanidade ou mais. Não são seus métodos que fazem dele fascista, pelo contrário, o fascismo é todos os métodos possíveis de serem utilizados para manter-se de pé a classe exploradora diante da crise sistêmica.

Desta forma, a burguesia brasileira não pode ser subestimada em seu papel histórico com relação ao fascismo, como nenhuma burguesia internacional. Muito dos trabalhos “sujos” realizados por oligarquias territoriais, demostram que elas são mais realistas que o rei. Se enxergam como parte desta engrenagem Imperialista, como sócias menores, como acionistas no império. Se aquele mundo vai a bancarrota, elas também irão. Se o desespero é imenso lá, imaginamos aqui.

Bolsonaro, militares, moro, STF, Ministério Público, Polícia Federal, Fiesp, Farsul, Latifundiários, banqueiros são todos reféns da crise do imperialismo, principalmente da crise dos EUA. São os cachorrinhos menores, tentando agradar seu dono. E o império sabe disso, por isso os treina a todo o instante, cobra medidas econômicas pró ianque (entreguistas) e políticas de aniquilamento do povo e de lideranças políticas de toda ordem, mas principalmente as de esquerda, os Marxistas.

A subestimação e o medo aqui são os melhores ingredientes para o Fascismo crescer. Logo, enfrentá-los em todos os campos se faz necessário, e como? Com uma grande frente ampla, que ative o povo à luta contra o fascismo, o qual, a cada dia, se não for combatido, crescerá com a resistência diminuída.

– ABAIXO GOVERNO FASCISTA DE BOLSONARO.

– CONTRA O GOLPE, FRENTE AMPLA.

– AMÉRICA LATINA, NA LUTA CONTRA O FASCISMO.

– FORA EUA DA VENEZUELA.

João Bourscheid

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