Recente declaração á imprensa e a alguns de seus seguidores, Donald Trump, disse que “ O fim do Socialismo está próximo na América”, fazendo referência aos regimes políticos de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Pode ele, presidente dos EUA, não decifrar as diferenças existente entre um país Socialista e um Capitalista, mas pensa e age da mesma forma daqueles aos quais K. Marx e F. Engels se referiam no Manifesto do Partido Comunista, isto é, qualquer um de seus detratores, são considerados comunistas. E não é só ele D. Trump que age assim, é o império como um todo. A frase de que a Venezuela é uma ameaça a política externa dos EUA, não é dele (Trump), e sim de Barack Obama, ex presidente dos EUA.
Sabemos que o petróleo, é uma riqueza que deixa os grandes monopólios deste setor, em alerta e em nervosismo permanente, quando algum movimento de defesa das riquezas nacionais, começa a aparecer. Controlar essas fontes energéticas do planeta, é fundamental para os grandes conglomerados do petróleo, que fazem governos se ajoelhar frente as suas perspectivas de dominação. Nesse sentido, vale qualquer adjetivo para intervir nos países sede dessas riquezas, quando estes não estão a disposição dos mesmos. Como salvadores da humanidade, condenam os demais líderes de ditadores, terroristas, corruptos, etc. Conhecemos bem toda essa ladainha.
Se ficássemos, no entanto, apenas com a ideia de que a fonte que os move, os imperialistas, é apenas a riqueza econômica, estaríamos confinados a entender os fatos, apenas do ponto de vista economicista. Nesse sentido, a Nicarágua não oferece grandes riquezas minerais, para apostar em uma derrubada de governo e em um golpe de Estado. Mesmo Cuba, com o cerco a mais de 50 anos, não seria explicado, por conta das riquezas existentes na ilha.
A luta para manter determinado modo de produção, muito além das riquezas que ele produz, está no domínio político, e esse é o essencial. A crise econômica pode ser de proporções gigantescas, mas se a classe revolucionária não leva em conta, que a política é a economia concentrada, como sempre defendeu Lênin, não prestará atenção nos mínimos detalhes dos movimentos das classes, seus ânimos, suas forças, sua luta para tornar-se classe para si.
A bandeira ideológica, que em época do Fascismo se apresenta de forma aberta, como faz agora Donald Trump, é a principal campanha para buscar a unidade da burguesia de seu país e do mundo, naquilo que ela realmente compreende, isto é, contra um projeto de classe antagônico ao seu; além de atrair os elementos vacilantes das classes médias e da pequena burguesia e ainda neutralizando setores do proletariado. O socialismo é o anticristo para a burguesia, e é por esta razão, que há mais de 200 anos, as palavras de ordem que tentam unir toda a classe capitalista é: abaixo o Socialismo e na defesa da ordem, religião, família e propriedade, elementos que estão bem presentes no pós golpe aqui no Brasil.
Isso não significa dizer que cada monopólio não queira sobreviver ante o processo de crise. Cada qual luta, em separado, com todas suas forças para não perder a cabeça. A crise de 1929, que levou a Segunda Guerra Mundial, os movimentos dos impérios, os acordos dos monopólios ora com uma e outra potência em guerra, impérios querendo ver o fim dos outros em determinado país ou continente mesmo abraçados em alianças, faz parte da luta de sobrevivência econômica e a manutenção de um lugar ao sol, ou melhor, no sistema internacional de exploração dos povos. Daí, que se vê, que toda a guerra, é produto da luta de classes.
Da mesma forma, que na crise atual, iniciada em 2008 e que se evidencia o aparecimento do fascismo como tendência principal, não significa que as lutas pelos aspectos neoliberais são inexistentes. Pelo contrário, mantém e aprofundam-se, visto que, em nosso país as Reformas trabalhistas e previdenciárias seguem em ação. Elas concorrem ao lado e abaixo da tendência fascista, que é a única que verdadeiramente pode livrar a burguesia da crise.
A crise e a saída dela, mesmo por um determinado período, significa além de destruir as forças produtivas, derrotar politicamente o projeto da classe antagônica, isto é, dos seus coveiros, do proletariado. Qual é esse projeto?
Por isso o reflexo da crise, aparece muito claramente na cabeça dos imperialistas, não só como problemas de ordem econômica, iguais aqueles que enfrenta com os outros países poderosos (crise comercial), não só como problemas em relação aos domínios das matérias primas (petróleo, gás, carvão), mas também como reflexo político, isto é, os movimentos de libertação nacional, a autodeterminação dos povos e as revoluções.
Está nos pergaminhos da história burguesa, e principalmente as do século passado em relação a luta de classes dos EUA, além de muitas vitórias (entre elas as duas grandes guerras mundiais), também derrotas, que abalaram e configuraram os limites do capitalismo frente ao Socialismo. URSS, China, Cuba, Coreia do Norte, Vietnã, Laos, são os resultados das crises e guerras imperialistas, é por isso que ante a necessidade da guerra capitalista, os grandes monopólios perdem o sono, por conta do espectro do comunismo.
Parece que este dilema, Donald Trump, representando toda a burguesia imperialista dos EUA, vê muito bem aqui na América, e principalmente na Venezuela. É um drama que a burguesia tem como pesadelos diários, pois não bastasse ter proclamado o fim do Socialismo em 1989, em virtude da queda do muro entre as Alemanhas; ver povos se aventurar na luta pela emancipação, sem medo de enfrentar as consequências impostas pelos imperialistas, é um desalento para os defensores do fim da história.
Por isso a unidade da esquerda é fundamental nesse período histórica, na defesa contra o fascismo e na unidade do proletariado por um novo projeto de classe. E por qual razão essa unidade é negada, dificultada, diminuída em seu papel histórico por setores intermediários e representantes partidários dessas concepções? Por conta de existir projeto intermediário.
E diante dos embates aberto de classes, Socialismo e Capitalismo ou Proletários e Burgueses não podem buscar um meio termo, para agradar os setores médios, pequenos burgueses, camponeses, etc. e portanto os quais terão que optar, assim como a Venezuela e os demais povos: Socialismo ou morte.
– Fora EUA da Venezuela.
– Frente Ampla contra o Fascismo e o Neoliberalismo.
– Abaixo governo Bolsonaro e a extrema direita.
– Lula Livre.
João Bourscheid.
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