Em Porto Alegre, alguns partidos de esquerda prepararam debates com o título “Frente política para derrotar o Bolsonarismo começa nas cidades”. Identificar os inimigos em cada cidade e unir os aliados para uma ação contra a extrema direita no país, nada mais justo. Essa ação também possibilita que se trate a luta em todos os cantos como uma luta Nacional ou ainda internacionalmente, pois o que sustenta o Bolsonarismo é o imperialismo Ianque. Nesses termos, logicamente, a América do Sul entra também nas discussões políticas. O que é temerário na luta de classes, que é comum em grande parte das esquerdas brasileiras, além do caminho eleitoral como medida de todas as saídas, é diminuir a unidade de cima, mil vezes mais poderosa e entrar no antigo tema das campanhas eleitorais, que a “felicidade começa na minha e na tua cidade”, reduzindo a pó a luta pela transformação do país.
A dimensão dada à extrema direita, de mãos dadas ao imperialismo Ianque, fascista, abrange muito mais que a figura pessoal de um indivíduo logicamente. Assim como o “Fora, Bolsonaro!” não visa atingir um presidente apenas, mas quebrar um dos pilares do reacionarismo, que tem na figura de Bolsonaro determinada importância e, no atual momento, uma importância muito grande. Derrotá-lo é criar problemas para todo o conjunto da “obra” fascista. É o que deve ser feito para quem realmente está disposto a enfrentar essa luta. Por isso, em cada cidade, a palavra a ser levada às ruas é “Fora, Bolsonaro!”. Ela é a única capaz de unir, setores de esquerda e progressistas, bem como, a massa, contra um inimigo comum e acuar a extrema direita.
Resistir, sempre leva a consigna de avançar. Avançar é resistir. No entanto, há conjunturas e conjunturas. Entendemos que, no atual momento, resistir significa transformar. As contradições, em determinados momentos, exigem transformação, saltos, mudanças de qualidade. A dialética sem rompimento não é dialética. E o momento histórico que a luta de classes aponta é de que a continuidade imperialista na América deve ser rompida ante o flagelo dos povos, a miséria, a fome, em larga escala. A Venezuela dá sinais claros disso. Cuba e Nicarágua também. Brasil e Argentina da mesma forma. E a Bolívia que agora começa ser também a bola da vez, dá prova dessa concepção. O Paraguai, e seu povo, sentiu na pele o Bolsonarismo agindo, tirando das Estatais o controle da eletrificação do país.
O povo não ficará calado o tempo todo. Como diz Lênin, rebatendo a ideia de que um punhado de nações poderiam sobreviver apenas cortando talões e que os povos não reagiriam, isso é um absurdo na luta de classes. A reação na Argentina ao Macri e o apoio armado do povo Venezuelano a Maduro são algumas das consciências que devem ser analisadas. Ou ainda, a mais sugestiva de todas, a volta das Farc à luta armada. O romance Colombiano entre a extrema direita e a esquerda revolucionária, nos moldes da intervenção atual do fascismo ianque, demonstrou que não tem conversa com o Fascismo, ainda mais, baixando as armas.
No caso da Argentina, o caminho das urnas aponta para uma vitória da oposição. Em quatro anos, o candidato dos grandes monopólios estrangeiros, principalmente dos EUA, Macri levou ao caos e a grandes retrocessos a economia e as condições de vida do povo Argentino. Sem dúvida, a vitória nas urnas é de grande importância, mas a luta verdadeira vem depois. No quadro atual, muitas coisas podem acontecer por lá, entre elas, a subida de um novo Lênin Moreno (traidor Equatoriano), talvez um golpe e com certeza a manipulação nas eleições. A ditadura burguesa não ficará parada. Quanto a isso temos toda a certeza, porém, ainda não sabemos de antemão como reagirá o proletariado e suas lideranças nas outras formas de luta que terá que utilizar para derrotar o Império e as Oligarquias serviçais a ele.
Tudo isso revela que, para derrotarmos o Bolsonarismo, é necessário compreender em profundidade a dialética. O momento político da luta de classes exige esse conhecimento para que o fascismo não alcance uma projeção tal, e se alastre para todos os cantos da América como forma disfarçada de, imbecilidades; caricaturas de Damaris; irresponsabilidades por desconhecimento; despreparo político; etc., despistando, assim, as suas reais intensões, mas não nos enganamos, que no fundo nada mais são que passos bem certeiros rumo ao fascismo.
Essa luta, por tanto, dado a crise do Capital, já reflete claramente em alguns fatos: As migrações já atingiram mais do que a soma das duas guerras mundiais; o número elevado de intervenções e guerras contra a autodeterminação dos povos; a guerra comercial e a concentração e centralização econômica, onde o 1% dos mais ricos do planeta detém mais que o restante do mundo (os outros 99%). Isso difere das demais lutas contra a extrema direita, mesmo dos períodos golpistas das décadas de 60 e 70 do século passado (plano condor).
No entanto, o rompimento, a transformação, por mais que a dialética se pronuncie de sua necessidade objetiva, não acontecerá se na política faltar a classe revolucionária, a subjetividade necessária. Coincidentemente, quem derrotou o fascismo no passado foi o Socialismo, o qual Trump quer varrer da América. Porém não fora derrotada a matriz que produz o fascismo: “A burguesia imperialista”. Hoje o Bolsonarismo é parte da tragédia fascista burguesa. Sendo assim a palavra de ordem é “Fora, Bolsornaro”!
– Fora, Bolsonaro e sua extrema direita!
– Fora, EUA da América Latina!
– Abaixo o fascismo.
– Lula Livre.
João Bourscheid.
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