Consumado o cerco ao governo legal pela classe dominante, articulada nos seus violentos “comitês cívicos”, e pelo Estado real, que se pronunciou mediante suas forças policiais e armadas, com a explícita incitação e sustentação do imperialismo estadunidense, da OEA, do Governo Bolsonaro e de setores fundamentalistas religiosos, consumou-se o golpe na Bolívia.
As manifestações de massas, dirigidas pela extrema-direita sob o pretexto de contestar uma suposta fraude na apuração eleitoral, foi um plano previamente urdido pela direita, sem máscaras e pruridos, visando a deter as reformas populares, violar a Constituição, derrubar Evo Morales e aplicar medidas ultraliberais. A repressão mostra suas garras e sua ferocidade.
Trata-se de mais um capítulo da reação que assola o Continente. Alcançou resultados passageiros em Honduras, Paraguai, Brasil e Equador. Foi devidamente contida em Nicarágua e Venezuela. Prometeu sabotar o novo governo eleito na Argentina. Há seis décadas assume a forma de embargo a Cuba, recentemente reforçado pelo representante brasileiro na ONU.
O Partido da Refundação Comunista – PRC – repudia, como inaceitável intervenção nos assuntos internos de uma nação soberana, o apoio ativo do Palácio do Planalto ao golpe no país vizinho. Ao mesmo tempo, solidariza-se com a resistência dos setores democráticos, nacionais e populares bolivianos, que certamente se organizará em defesa das liberdades políticas.
Brasil, 12 de novembro de 2019,
A Comissão Política Nacional do PRC.
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