ASSASSINATO A SANGUE FRIO EM BAGDÁ

Autocracia, terrorismo, agressão e provocação. Tais palavras definem o brutal e criminoso ataque ao comboio que transportava o general Qasem Soleimani, da Guarda Revolucionária, instituição do Estado iraniano, e o comandante Abu Mahdial-Muhandis, das milícias Hashed al-Shaabi, formações da organização iraquiana Kataeb Hezbollah, com seus assessores. A ordem para executá-los sumariamente foi dada por Trump.

Houve nove assassinatos e inúmeras pessoas feridas. O atentado à comitiva de autoridades, que se deslocavam normalmente para realizar uma programação legal na Cidade, radicalizou a sucessão de confrontos localizados e agravou a crise crônica no Oriente Médio. Ato contínuo, grandes manifestações de massa inundaram as ruas e o Parlamento solicitou ao Governo iraquiano que as tropas estrangeiras sejam retiradas.

Os cálculos eleitoreiros, econômicos e geopolíticos da Casa Branca ignoraram o direito internacional: eliminação física de personalidades públicas em dissonância, ultraje à soberania das nações, incursão militar sem declaração bélica, violação aos direitos fundamentais e terrorismo de Estado. A justificativa mistificadora é a chamada “guerra ao terrorismo”, que põe na mesma sacola o Estado Islâmico e as forças que o combatem.

O Governo Bolsonaro finge que se preocupa somente com preços de petróleo e superávits comerciais, mas os primeiros sobem porque a sua política ultraliberal os dolariza e os segundos caem porque a balança comercial sofre com a depressão mundial. do capitalismo que defende. Os seus engodos escondem que o risco à exportação de commodities para nações “demonizadas” cresce com a sua vassalagem a Washington.

Na verdade, o Planalto, por meio do Itamaraty, manifestou “seu apoio à luta contra o flagelo do terrorismo” e defendeu “a cooperação de toda a comunidade internacional”. O chefe protofascista já havia dado a senha, declarando sobre Suleiman: “Nós sabemos […] o que o Irã representa para os seus vizinhos e para o mundo. A vida pregressa dele era voltada em grande parte para o terrorismo.” Trata-se de um endosso explícito e absoluto.

Considerando tais condições, os setores nacionais, democráticos e progressistas brasileiras precisam protestar contra o vil assassinato em Bagdá, exigir que a ONU apure as responsabilidades pelos delitos cometidos, apoiar uma evacuação incondicional das forças armadas imperialistas que ocupam o território mesopotâmico, lutar para que fracasse a intenção reacionária de associar o Brasil ao conflito e defender a paz mundial.

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