Como se não bastasse o criminoso governo que temos na presidência do Brasil, liderado pela família Bolsonaro, que coloca a vida de milhões de trabalhadores em risco, eis a pandemia, que, diante da postura mais uma vez criminosa deste governo, ameaça milhares de famílias, sobretudo das mais vulneráveis – que não se podem dar o direito à quarentena.
A eficiência da contenção da pandemia é uma questão de ideologia e, naturalmente, política. Nenhum país no mundo estava preparado para tal flagelo, no entanto, o país que melhor dá o exemplo de eficiência diante da crise é a China socialista.
Infelizmente não somos socialistas, como os chineses. Aqui o buraco é bem mais embaixo. Segundo análises, em questão de semanas o Brasil pode vir a ter o maior pico do vírus na América Latina. Uma tragédia inevitável. Inevitável porque, segundo a pessoa que ocupa a presidência, a pandemia é mais sensacionalismo que um risco real. E a partir dessas afirmações lunáticas, todo um povo fica desassistido de políticas públicas emergenciais, e, naturalmente, dissemina um pânico geral que pode ter consequências trágicas, para além da tragédia óbvia que pode vir a ser o número de infectados e mortos no Brasil. Enquanto todos os países do bloco fecham suas fronteiras como medida de proteção, Bolsonaro às mantém abertas sem qualquer pudor.
A recomendação da OMS é a quarentena. E mais uma vez, nenhuma ação concreta de proteção à classe trabalhadora é oferecida. Eles dizem “saiam das ruas!”, mas por quanto tempo? O salário vai cair na conta se a quarentena for prorrogada? Os mercados estarão abastecidos? E a grande massa de trabalhadores informais que, se não estiverem nas ruas, não vai conseguir ganhar dinheiro? Como sobreviverão os pequenos comerciantes de portas fechadas? E os trabalhadores que serão demitidos, como no caso dos cinemas Cinemark? A decisão da quarentena é correta, mas diante de um governo ultraliberal que não tem nenhum plano para enfrentar a crise, essa quarentena, que não sabemos quanto tempo pode durar, vai ampliar a crise econômica a grandes proporções no Brasil, colocando a classe trabalhadora ainda mais na miséria. E aí entra a barbárie, o salvem-se quem puder, o cada um por si?
A luta de classes está cada vez mais acirrada diante das contradições do capitalismo expostas pela crise, como também pelo cenário de abandono, miséria e exploração o qual a classe trabalhadora está, e continuará sendo condicionada. E diante desse cenário catastrófico, como se não bastasse, entra em cena o perigo do avanço do golpe, estimulado pelo próprio governo.
Eu me pergunto, qual o papel da esquerda frente a crise? A esquerda social democrata parece ter uma certeza cega de que nas eleições de 2022 poderão derrotar os fascistas, e que por essa razão, devemos deixar estar. Uma análise um tanto covarde, ao meu ponto de vista. A caravana bolsonarista passa, enquanto os cães latem. Nada os detém, enquanto palavras.
A palavra de ordem tem que estar clara e unânime entre todos nós: Fora Bolsonaro JÁ! E toda a corja que o acompanha. Mas não só isso, devemos agir dentro da perspectiva de acabar com esse governo, concretamente, ou seja, temos que tirá-lo de lá à força, imediatamente! Ou então veremos dias ainda mais terríveis. Veremos a barbárie, a tragédia, o horror!
– Fora Bolsonaro e toda sua corja!
– Viva a luta dos trabalhadores pelo socialismo!
Cesar De la Plata
17 de março de 2020
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