Pouco se sabe sobre a origem do COVID 19. Porém, muito se sabe sobre as guerras bacteriológicas, virais, químicas, psicológicas, que são metodologicamente desenvolvidas em laboratórios, para serem efetivamente usadas contra os seres humanos, com finalidade de lucros e manutenção do poder. Investe-se muito Capital para adoecer o ser humano, para depois “salvá-lo”. Neste mundo, gastos são fontes de lucro, como tudo no Capitalismo, epidemias, secas, enchentes, miséria, riqueza, inteligência, burrice, etc. Onde a burguesia põe a mão, o homem silencia e a mercadoria fala.
Marx já, em “O Capital”, anunciava que o fetiche da mercadoria colocava o produtor como produto e o produto que ele (o produtor) havia materializado (no caso a mercadoria), o dono do mundo. O mundo, nessa ordem lógica, permanece de ponta-cabeça. A mercadoria parece ter vida própria, fazendo como que os acasos dominem o mundo, pelo menos na sociedade, na economia, no indivíduo. A sorte e o azar são causa e consequência ao mesmo tempo. Se antes a pessoa se aposentava, todos diziam, é sortudo; e agora que não se aposentará mais, é azarado. A burguesia brasileira, Guedes, Bolsonaro, os golpistas, etc., não têm nada a ver com isso?
O próprio vírus e sua infecção humana são considerados um acaso nos debates até agora realizados pelos cientistas. No entanto, o caos que está levando a economia capitalista não é um acaso. O vírus se torna protagonista de uma crise pelo fato de que a economia capitalista já estava propensa a um estouro da bolha econômica nas grandes economias do mundo. A Rússia já anunciava essa crise econômica no início de fevereiro deste ano. A guerra comercial China x EUA, durante todo o ano de 2019, já era um anúncio de que as coisas iam muito mal. Essa é a razão pela qual o mundo biológico sentencia a Sociedade humana, ou melhor, a Sociedade capitalista. A gripe espanhola matou tantas pessoas porque o mundo estava em guerra, não contra o vírus, mas entre seres humanos. A contradição antagônica de classe, leva a burguesia investir altas tecnologias no produto, não no produtor, e nessas horas que fica claro, quando nem leito hospitalar existe. Os vírus e as bactérias já estavam aqui bem antes de nós, e nem por isso, impediram a nossa trajetória.
No entanto, a relação da ecologia e biológica com o mundo capitalista está cada vez mais se tornando insustentável. Não porque o mundo vai acabar por conta de uma catástrofe ambiental. Mas cada catástrofe, por menos danosa que seja, torna-se para o capitalismo, insustentável, e quem paga cada vez mais essa farra, é o proletariado. A burguesia e seu sistema já passaram de sua época histórica, e é isso que o vírus nos diz.
Mas quem achar que a burguesia, diante desses desordenamentos, findará sem uma luta mundial se engana muito. É por isso que as revoluções no mundo são partos históricos. São séculos de luta. A primeira tentativa de pôr fim à burguesia já se vai um século e meio. Livrar-se dessa classe é uma necessidade do proletariado, é sua ideologia. É para tal fim que existe politicamente. A burguesia depende do proletariado, mas o proletariado não depende da burguesia. Essa é a condição máxima, de entendimento por qual razão uma classe é revolucionária. Assim, como os senhores feudais eram desnecessários, um atraso para a burguesia, ela sem dó nem piedade, a colocou no museu da história.
Mas o que é essencial aqui, além de combater o corona vírus, e de forma alguma subestimá-lo, é saber sobre as perspectivas do mundo para este ano. Do ponto de vista econômico, o mundo ficou menor, muito menor, e com uma população quase a mesma, a luta política agigantou-se. Se a fome, o desemprego, as migrações, as guerras locais, já eram a ordem estabelecida, essas condições a partir de agora tomarão um impulso nunca visto. Se os Estados funcionam com a parte da mais valia produzida, com a crise, essa parte vai reduzir a um nível indescritível, principalmente aqueles que estão afundados no Neoliberalismo. Em poucas palavras, vai faltar dinheiro, vai faltar mais valia para o Estado manter o mínimo. É objetivamente a crise revolucionária. Daí, a aprovação de pacotes de dinheiro para se salvar da crise. Os EUA aprovaram um pacote de 10 trilhões de reais. A tese de Marx sobre a qual o passado domina o presente se torna mais verídica ainda. Esse dinheiro acumulado no atual momento e disponibilizado pelos Estados serve para salvar novamente o passado e não para atender o presente, ou seja, salvar a burguesia do caos.
Mas o caos deles não é o caos social, a situação do proletariado. Segundo Trump, a economia vai “rugir” depois de passar o período de combate ao coronavírus. Ele pensa assim, porque acha que o problema está no vírus e não na economia imperialista. E a crise viral simplesmente facilitou para que a burguesia jogue a culpa da crise nos ombros dos trabalhadores. A demissão em massa, nos EUA, na última semana de março (pedidos de seguro desemprego), chegou a 3 (três) milhões e 200 (duzentos) mil pedidos. A perspectiva desses pedidos de seguros, pelos órgãos econômicos, era na ordem de 1 (um) milhão e 600 (seiscentos) mil. Tudo isso demonstra que a burguesia já estava pronta para a demissão em massa antes do vírus chegar. E por quê? Por causa da crise, ou da bolha como os economistas burgueses gostam de falar.
Por mais que ative a economia depois dessa situação toda, ela será lenta, gradual para a burguesia, e muito mais concentrada e centralizada do que antes, isto é, com várias empresas produtivas e comerciais quebradas. E a massa de proletariado em busca de empregos e rendas que o Estado possa direcionar, terá decuplicado. É nesse momento que entra o papel político decisivo da classe revolucionária, isto é, irá aguardar agonizante o período de crise passar, ou vai à luta cumprir com os seus objetivos históricos, sua ideologia enquanto classe. A economia fez sua função objetiva, levar o Capital a uma crise profunda; agora o subjetivo, isto é, a força orgânica e as perspectivas de luta decidirão os rumos. O grau de fascismo dos Estados burgueses será na proporção do movimento das forças revolucionárias. Se aceitarem serem enganadas por sua burguesia, com ataques a outros povos e aderindo à necessidade de invadir esse ou aquele povo, bingo para ela, o mundo burguês tem a sua janela aberta para continuar a exploração.
No entanto, sabemos que os dirigentes de partidos de esquerda educam o proletariado de forma diferente no mundo todo. Há aqueles que, nessa hora, jogam para salvar a burguesia, desanimando o povo ao enfrentamento e às greves massivas por trabalho, pão e terra. Clamam a unidade de entendimento, de governabilidade, de não tornar as coisas “piores” do que elas estão. Há outros que nessas horas entendem que a janela histórica se abre para o lado oposto, para o lado do proletariado, e por essa razão concentram as suas lutas na ação política, na luta aberta pelo poder.
A burguesia, enquanto classe, sempre chega inevitavelmente em seu paradoxo de manter o poder ou manter a sua riqueza. Uma não está dissociada da outra logicamente. Mas apenas os intelectuais burgueses sabem disso. A grande maioria da burguesia quer salvar o pouco ou muito que tem. A segurança nessas horas vale ouro, e por falar nele (ouro), sua cotação em gramas passou de 195 reais em janeiro deste ano para 266 reais na atualidade. A burguesia vendendo o que tem, para comprar o dito metal. A confusão é generalizada nesse momento. Isso se manifesta no mundo político. No Brasil grande parte da Burguesia abandonou ou quer abandonar o “Capitão”, que já não tem sustentabilidade popular, e além do mais, mesmo se ele acertar, ele vai errar, porque o mundo caminha para a recessão. E a burguesia, sabendo que sua economia não vai responder em breve às necessidades do povo, tem que cuidar da política. E cuidar da política, é manter-se no poder e no governo, coisa que o Bolsonaro já não possibilita.
A burguesia nessas horas quer uma grande unidade nacional para manter o poder e o governo a custa do sacrifício, humilhação, dor, repressão do proletariado. Qualquer dirigente de esquerda que aceita esse pacto é um traidor. Por isso, a saída é uma só: Unir o povo contra a extrema direita, pelo Fora Bolsonaro, Mourão, Guedes, Moro, e aproveitar a luta para desmanchar o já insólito sistema burguês.
– Sem trégua na luta contra os Fascistas.
– Fora Bolsonaro, Mourão, Guedes e Moro.
– Fora extrema direita e toda a sua corja!
João Bourscheid
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