O Chile viveu um segundo turno entre a candidata Jeannette Jara, do Partido Comunista Chileno, e o vencedor José Antonio Kast, do Partido Republicano, representante da extrema-direita.
A sucessora de Boric conduziu uma campanha moderada, em defesa da democracia e sem grandes radicalismos, fazendo críticas a Cuba e Venezuela. Já o candidato da extrema-direita adotou um discurso focado no combate à criminalidade e se alinha, junto a outras forças da extrema direita no mundo, na luta contra a imigração.
Para a América Latina, trata-se de um resultado bastante negativo: mais um país se alinha aos interesses dos Estados Unidos. Um “Pinochet sem farda” assumirá o Executivo chileno em um momento de grande tensão geopolítica, principalmente em torno da Venezuela. Antes, o governo chileno não lhe era favorável, mas agora mais um país tende a adotar abertamente a linha do imperialismo. Na Bolívia, o ex-presidente foi preso dentro dessa mesma lógica imperialista de eliminar as forças progressistas da América. Nem mesmo os países onde a esquerda é vacilante são poupados; a avalanche reacionária avança.
A Venezuela é a trincheira de resistência e a perspectiva revolucionária na América Latina. A todos os partidos cabe a defesa intransigente da soberania venezuelana contra as ameaças dos Estados Unidos. No Brasil, temos um governo vacilante em relação à Venezuela: vetou sua entrada nos BRICS, propagou a narrativa imperialista ao exigir atas das eleições venezuelanas e não se pronunciou para repudiar o roubo do navio petroleiro venezuelano por piratas imperialistas, que não respeitam qualquer lei internacional.
Aos partidos de esquerda no Brasil restam as ruas para defender a Venezuela, discutir um projeto para o país e organizar um bloco revolucionário capaz de intervir na luta de classes.

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