Comunicadores argentinos apontaram os 10 pontos que evidenciam a política de censura de imprensa que leva hoje a cabo o governo do presidente Mauricio Macri contra os meios e jornalistas que não lhe são funcionais.
Em coletiva de imprensa ontem, a Frente de Comunicadores pela Expressão dos Povos repudiou que desde que assumiu o poder a administração da aliança Mudemos iniciou a censura com a derrogação da Lei de Meios, norma concebida dar garantias democráticas ao fluxo informativo.
Essa política seguiu com a dissolução da Autoridade Federal de Serviços da Comunicação Audiovisual e a Autoridade Federal da Tecnologia da Informação e a Comunicação.
Na mesa expuseram o filósofo mexicano Fernando Bom Abad, um especialista em temas da comunicação, o diretor de Resumo Latinoamericano, Carlos Aznarez, e o jornalista e correspondente de HispanTV, Sebastián Salgado. A prestigiosa politóloga Stella Calloni enviou uma mensagem gravada.
Entre dos pontos estão a negativa a entregar frequências a rádios e televisoras comunitárias, como Urbana TV, Barricada TV, Pares TV, Antena Negra TV, bem como impor restrições à concessão de credenciamento de imprensa para acessar ao Congresso e outras dependências do Estado.
A demissão de jornalistas em meios públicos, por suas ideias políticas, e a falta de acesso à informação sobre todos os jogados, são outros dos pontos, bem como pressões aos meios privados para que expulsem a comunicadores críticos com o Governo.
Outras das denúncias é a judicialização de publicações, a abertura de causas contra jornalistas de investigação e meios, para os afogar financeiramente, como são os casos do portal Infobaires24 e a revista Barcelona.
A eliminação dos sinais de Telesul e Russia Today do sistema da Televisão Aberta Digital é outra manifestação de censura quando permite canais de notícias como CNN, TV Espanhola e a RAI italiana, além de muitos outros canais produzidos em Estados Unidos.
Outro ponto em que se destacou foi a proposta do Executivo de impor multas milionárias e até penas de cárcere aos jornalistas que divulguem a “lavagem” de dinheiro que fazem os servidores públicos do Governo.
Aznarez alertou que hoje na Argentina emanam sinais parecidos à censura que se viveu durante a última ditadura cívico-militar (1976-1983).
Concordou com Calloni em que a administração Macri está gerando um blecaute informativo para dar passo à tergiversação da realidade, ocultando os embates contra trabalhadores e trabalhadoras, mediante demissões e tarifaços.
Bom Abad que regressou por estes dias do México repudiou os recentes assassinatos de professores em Oaxaca, onde também foram mortos jornalistas.
Perguntou ao auditório se essa foto do massacre ocorrido na segunda-feira é uma imagem do passado ou um anúncio do futuro que lhe pode esperar a Argentina e a outros países do continente.
Finalmente Cynthia Ottaviano, titular da Defensoria do Público de Serviços de Comunicação, brindou estatísticas que ilustram a ofensiva desinformativa à que estão expostos hoje os argentinos.
Fonte: Prensa Latina
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