Qual a razão que entidades criadas após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de manutenção da paz no planeta, estão sendo ameaçadas pelo esvaziamento político? Nesses últimos anos, o abandono dos EUA a vários acordos internacionais sobre meio ambiente e a não proliferação de armas nucleares; abandono de acordos para o uso de energia atômica pacífica e outros, enquanto o ataque sistemático a ONU, OMS e OMC chama atenção quanto às pretensões que são encorajadas a partir desse negacionismo.
Ora, era evidente que essas entidades serviram magistralmente ao imperialismo no mundo inteiro, submetendo os povos de todos os cantos do mundo ao seu domínio. Com o controle sobre essas entidades internacionais, pós Segunda Guerra mundial, era sempre um expediente de grande monta a ser usado para esmagar aqueles que não rezavam a cartilha, principalmente a do Tio Sam. O FMI e o BIRD, no campo econômico, fechavam acordos financeiros enquanto as tropas reprimiam os “calotes” ou moratórias aqui e acolá. A justiça internacional dessas entidades, que está de olhos vendados, nunca deixou ter lado preservando a dependência dos países periféricos aos banqueiros e capitalistas financeiros.
Mas agora, estranhamente, a coisa mudou de lado. O abandono e as acusações por parte dos Estados Unidos contra algumas destas organizações mundiais em que eles próprios estavam à frente e defendiam-nas, põe o mundo em alerta, pois, pela primeira vez, a conjuntura se altera drasticamente. Até ontem, se esforçavam para ser concedido através de uma “portaria” o aval para a invasão da Líbia. EUA, França e Inglaterra demonstravam ali ainda grande interesse. Por que razão isso não existe mais?
Os EUA acusam essas entidades internacionais de tornaram-se pró China e, portanto, não há mais interesses nelas. Não havendo mais diplomacia, onde poderiam avançar com apenas um “canetaço” nas estratégias de intervenção como, por exemplo, no Irã, na Síria, na Venezuela, na Correia do Norte, entre outras. “O mundo entende” que daí fica difícil para o Império do Norte continuar apoiando essas entidades. Por fim, são 75 anos de um bom casamento, mas como tudo no mundo, um dia muda de caráter.
O caminho da guerra, no entanto, pregado sistematicamente pelo Trump, Pompeo e aliados Republicanos da Casa Branca de resolver rapidamente problemas de dimensão econômica e política, quando algo lhes afronta, “parece” que vai chegando ao fim. Uma nova diplomacia está a caminho, com os Democratas, que ocuparão novamente os espaços abandonados da era Trump, Bush, Reagan, etc. Para muitos uma grande vitória da vida, da liberdade, dos povos. Uma notícia alvissareira? Claro que não. Talvez pior, ou no mínimo de continuidade nas tarefas de reconquistar posições perdidas pelo imperialismo ianque para dobrar à carga contra os povos.
A América Latina continuará a ser um caldeirão, pós-Covid-19. E longe do Imperialismo abandonar suas posições no mundo, precisa aprofundar muito mais a dependência e a exploração dos povos, como já vem ocorrendo, com o Neoliberalismo, Ultraliberalismo, e o Fascismo. Nesse sentido, não há facilidades à vista para aqueles que almejam a luta pela liberdade e soberania. Com Trump ou sem Trump, o cenário que temos pela frente não é nada otimista para os povos. No entanto, a capacidade de luta dos povos será novamente testada, bem como as organizações revolucionárias e seus dirigentes.
O abandono das entidades internacionais, criadas para a preservação da paz imperialista, que nada mais eram que a preservação do próprio Imperialismo e a continuidade da dominação, se já não cumprem mais a tarefa com eficiência, é porque um novo período de guerras e revoluções está a caminho. A “paz” surgida da Segunda Guerra Mundial, bem como as suas entidades internacionais dali surgidas, destacara-se por intervir em muitos países onde a luta de classes estava avançada, em prol das forças sempre imperialistas. A Guerra Fria foi a maior demonstração, que essa paz sempre teve lado, isto é, contrária ao Socialismo.
Com o caminho aberto para uma nova guerra, pela deterioração rápida do Capitalismo, essas entidades são pelos grandes países imperialistas (principalmente os EUA) abandonadas. Porém, ainda há espaço para a paz, mesmo que seja formal? China e Rússia se unem para lutar por ela, e selam acordo de manutenção das entidades internacionais criadas pós Segunda Guerra Mundial, declaram-se contrários as alterações sobre os resultados daquela guerra, quanto ao seu conteúdo fascista, militarista, a qual está consagrada na Carta das Nações Unidas. A defesa desta carta, em essência, é a reafirmação quanto aos princípios de liberdade e soberania e não interferência interna nos assuntos de outros países, ou seja, na defesa da autodeterminação dos povos.
Por isso, temos aliados na nossa luta emancipacionista, basta colocarmos a mão na massa, unir a esquerda, construir os comitês de luta pela soberania e liberdade (as ALNs), ampliar a todos que querem luta, e derrotar o Fascismo, os bolsonaristas e varrer com a extrema direita do nosso país.
Mas não esqueçamos que a luta revolucionária Socialista é a única que pode inviabilizar a guerra e projetar a paz duradoura e não apenas formal.
Fora Bolsonaro, Mourão e suas corjas.
Fora EUA da América Latina.
Abaixo o Fascismo.
Em defesa dos comitês de luta pela Soberania e Libertação Nacional (ALN)
Se podemos trabalhar, podemos protestar.
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