Putin: Resolução do Parlamento Europeu é evidência da degradação política da democracia ocidental

O presidente russo Vladimir Putin declarou que a resolução do Parlamento Europeu sobre o combate à propaganda externa é uma evidência da degradação política da noção de democracia.

Segundo Putin, “todos tentam nos ensinar a democracia, mas as proibições não são a melhor maneira de fazê-lo”.

“Se essa decisão (do Parlamento Europeu sobre a luta contra a alegada propaganda russa) está tomada, isso é um sinal de que nós estamos vendo uma degradação bastante evidente em termos políticos do conceito de democracia na sociedade ocidental“, declarou Putin aos jornalistas.”

Durante a conversa com os jornalistas russos, Putin destacou que não tem conhecimento dessa decisão e que é uma novidade para ele.

“Espero que bom senso vença e que não haja restrições reais para a mídia russa”, assinalou Putin.

Vladimir Putin parabenizou os jornalistas do RT e da Sputnik por sua atividade produtiva.

Na quarta-feira (23) o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre a luta contra a propaganda de países terceiros, incluindo a Rússia. A resolução menciona, em particular, o canal RT, a agência Sputnik, a fundação Russky Mir e a agência federal Rossotrudnichestvo. A resolução é intitulada “As comunicações estratégicas da UE como resistência à propaganda de terceiros”. Do total de 691 deputados que participaram da votação, 304 votaram a favor, 179 — contra e 208 se abstiveram. Ou seja, menos de metade dos parlamentares tiveram uma posição favorável ao documento.

Em outubro, o Comité de Relações Exteriores do Parlamento Europeu aprovou o relatório de combate à propaganda, incluindo a mídia russa entre as ameaças. O documento foi apresentado pela deputada polonesa Anna Fotyga.

Ao mesmo tempo, o presidente do Comitê de Relações Exteriores da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Leonid Slutsky, não exclui medidas de resposta se for introduzida censura em relação à mídia russa na União Europeia. No entanto, Slutsky manifestou esperança de que o bom senso prevalecerá e que será possível evitar essa situação.

Na opinião dele, a resolução do Parlamento Europeu de combate à propaganda estrangeira foi elaborada nas melhores tradições da atual administração dos EUA, que adotou o lema — “Quanto maior a mentira, mais facilmente as pessoas acreditarão nela”.

“Tal como o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA John Kirby, que divide jornalistas em ‘seus’ e ‘alheios’, os parlamentares europeus se apressaram a acusar a Rússia de todos os pecados mortais, de ‘propaganda hostil’ e até equipararam a resistência contra Moscou à luta contra o Daesh”, frisou Slutsky.

“Na sua histeria russófoba o Parlamento Europeu culpa novamente os outros dos seus próprios erros, trocando as noções do bem e do mal. Tudo isso é parecido com a agonia dos políticos ocidentais, que se mantêm na ribalta apenas à custa de um antagonismo feroz em relação à Rússia. Ao mesmo tempo eles violam abertamente o princípio-chave da democracia — a liberdade de expressão”, sublinha o parlamentar russo.

Por seu turno o senador russo Aleksei Pushkov escreveu no seu microblog no Twitter:

“Em uma única resolução o Parlamento Europeu pretende denunciar a ‘guerra informacional quer por parte da Rússia quer do Daesh’. Neste caso a estupidez concorre com a raiva.”

Fontes: TelesurSputniknews

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