“Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na Segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.”
Eduardo Alves Costa. No caminho com Maiakóvski.
No 28 de setembro – véspera das manifestações nacionais contra o extremo-direitista, ultraliberal e entreguista Bolsonaro –, agentes das Polícias Federal, Militar e Civil, fortemente armados, invadiram instalações de partidos vinculados à coligação “O Povo Feliz de Novo”. O ato, perpetrado com métodos fascistas, foi engendrado e praticado para perseguir adversários e desafetos políticos.
A operação, tentativa arbitrária de interferir no processo eleitoral, é mais uma evidência de que segmentos reacionários do judiciário abandonam o papel constitucional que lhes cabe, politizam seletivamente suas decisões e usam suas atribuições para impor preferências ideológicas e antipopulares. Agora o politiqueiro Moro, com idêntico propósito, divulgou nova delação em que Palocci barganha sua pena
Ao mesmo tempo em que repudia o processo repressivo em curso, a Comissão Política Nacional do Partido da Refundação Comunista se solidariza com as forças atacadas, alerta o povo brasileiro sobre os recorrentes atentados aos direitos fundamentais e convoca a militância a resistir contra semelhantes provocações, aprofundando e ampliando a unidade na disputa eleitoral.
Por fim, em face das conspirações golpistas – inclusive as recentes declarações do candidato liberticida, conforme a qual não aceitará o resultado das urnas e tentará liquidar a Constituição Federal –, sublinha a necessidade de eleger Fernando Haddad e garantir sua posse. O campo democrático e progressista precisa preparar-se para enfrentar um período marcado por aguda luta de classes.
Brasil, 1 de outubro de 2018,
A Comissão Política Nacional do PRC
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