BRASIL COM A MISSÃO HISTÓRICA DE BARRAR O CRESCIMENTO DO FASCISMO NA AMÉRICA.

Segundo Marx, nos 18 Brumários de Luis Bonaparte, fala que Hegel teria dito que “todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem por assim dizer, duas vezes”. Marx acrescenta, o que Hegel esqueceu de citar: A primeira como tragédia, e a segunda como farsa. Sob essa perspectiva, o Brasil é um país que tem influência direta nos rumos da América Latina, e nesse sentido aumenta a sua importância política na história do mundo. Não é, o que fora a França no século XVIII, nem a Rússia no século XX. Mas, os desdobramentos políticos daqui para frente em nosso país, poderão determinar muita do futuro das próximas gerações brasileiras e provavelmente dos latinos americanos.

O Brasil progressista, democrático, influência de uma maneira tão exuberante os povos da América, que lideranças a frente destes períodos são conhecidas mundialmente. E são figuras que acabam de forma trágica. Getúlio Vargas, João Goulart e agora Lula. As forças reacionárias do nosso país juntam-se com as forças externas de Washington para lançar o aniquilamento sob qualquer um que ousa, levantar a cabeça contra o império. E além desses personagens históricos, também a chibata é lançada ao povo, que ousou seguir a liderança “errada”.

E pelo contrário, o Brasil da reação, da submissão, dos que batem continência a bandeira dos EUA, são personagem medíocres, desconhecidos, congelados no passado. Mas na luta de classes, logo após um período de avanços das forças democráticas, o reacionarismo tenta descongelar o passado, transformar as suas desgraças em algo virtuoso. Transformar a tragédia em farsa.

Na luta de classes da França, Marx coloca acontecimentos e pessoas que estão separadas no tempo, onde um fato ou uma personalidade, aparece em determinado momento como tragédia e posteriormente como farsa. Assim Caussidiére como Danton, Luís Blanc como Robespierre, A Montanha de 1848-51 como a Montanha de 1793-95, o sobrinho como tio. Marx, quer com isso demostrar, que os entes históricos, diante de suas decisões presentes, se utilizam dos figurinos passados, pois se é correto que os homens fazem a sua própria história, não a fazem, no entanto, como a querem, por suas vontades, herdam as condições das gerações passadas.

A farsa de que Marx fala, dos Caussidiére, Luís Blanc, a Montanha de 1848 e o sobrinho (Luis XVIII), são de que querem dar a história presente (1848-51) a força que se encontrou no passado. Tentando passar algo, que ela não é. Essa repetição no entanto, é em essência, pura farsa. Puro fantasma.

A história mundial atual é também marcada por uma farsa de cima a baixo. No papel de novo Hitler, encontra-se Donald Trump. Expõe sem papas na língua, o fim da era da Globalização e o início de um novo nacionalismo. A fala de empréstimo é a mesma, a nação, a pátria, o povo americano, etc. Repetição tal, fazem também a extrema direita na Inglaterra (Brexit), na França (Le Pen), na Alemanha (neonazismo). Todos, se apropriam das palavras que surgem a bases da crise do imperialismo, tal qual na época da grande depressão de 1929, que um novo nacionalismo tomava conta do mundo. Na história mundial, Hitler foi a tragédia, Trump e tantos outros seguidores, são pura farsa. Tentando demostrar um novo tempo, com as mesmas saídas do passado.

Na história atual do Brasil, farsa é o maior conteúdo. O Bolsonaro, se comparado com qualquer situação do passado, isto é, com Collor de Mello (caçador de Marajás); com o golpe militar de 1964; e com ele mesmo, só se vê farsa. Nem sequer, consegue manter um programa de governo a curto prazo, pois se vê que determinada proposta pega mal a algum setor, logo trata de alterar. É como um fantasma ambulante de um passado trágico com medo se ser descoberto, por conta das desgraças que trouxe para o Brasil e o proletariado.

A expressão melhor que se pode dar a este fantasma, isto é, a seu conteúdo, é de seguidor inconteste do novo Nacionalismo de Trump. Transformar a América Latina, na nova ordem do domínio ianque, em um novo plano Condor, é seu maior legado. Suas recordações futuras, como personalidade histórica, vão ser a mesmas que temos na atualidade com os generais golpistas de 1964 e tantos outros fascistas que só lembramos, quando temos que decorar seus nomes para uma prova ou explicitar determinado comentário.

No entanto, nem por isso, esses fantasmas não cumprem seu papel histórico. Mas sempre cumprem por justamente ser o que são, isto é, cúmplices dos papéis mais sinistros da história dos povos. Pois são puxa sacos dos ricos, não se contrapõe aos interesses dos grandes, são defensores em ações e confessos da tortura, do fascismo, do aniquilamento dos pobres. São a essência da miséria da Filosofia de hoje, pois apoiam incondicionalmente o fascismo, aos EUA aos Trump da vida. Em suma, defendem o positivismo, a bandeira burguesa imperialista até a raiz, elevando abertamente o aniquilamento físico de quem pensar um mundo diferente, quiçá quem faz da bandeira da transformação, a luta permanente.

O Nacionalismo de Tramp, dos Lepém, dos Brexit, dos neofascistas, é o mesmo nacionalismo de Hitler. Se apresentam como novo na história, mas nada mais são do que farsa. Mas a época das tragédias, quando o mundo pouco sabe lidar com aquilo que se apresenta como “novo”, e que eles mesmos têm que construir suas próprias instituições e ideias, tornam-se por isso trágicos. A farsa é pior, porque já tem plena ação dos caminhos e de suas atribuições. São papéis conscientes do processo.

Por isso, cabe a nós revolucionários, conscientes também da farsa que se avizinha, derrotar o candidato do Fascismo, pois se o mesmo alcançar seus objetivos, poderá abrir um período histórico de intervenções militares do Norte, em massacres de grande contingente humano, o fim da autonomia dos povos na América, a intervenção aberta na Venezuela, etc.

Lembremos das palavras de Tchê Guevara, “…para onde corre o Brasil, corre toda a América Latina”. Os planos dos fascistas já estão todos montados, basta que em cada lugar os fantasmas ocupem os seus postos. No judiciário, o Moro já ocupou. No supremo tribunal federal, a maioria é fantasma. No congresso, com o resultado da última eleição, os fantasmas estão em alta. O desfecho institucional, ocorrerá com a eleição do fantoche maior, ou o posto onde o maior coadjuvante do império, tenha transito livre, pois teria com isso o apoio popular.

Nossa tarefa imediata é derrotar esse candidato nas urnas, mas o momento que vivemos, não será de forma alguma no quadro estabelecido, de uma conjuntura de crise do imperialismo, de um quadro internacional de crescimento da extrema direita, que vamos vencer a luta antifascista. O povo, e principalmente as mulheres já vão dando o tom e a forma da luta. É na rua que vamos derrotar o FASCISMO. Essa luta no entanto (antifascista) é preciso estar de mãos dadas com um novo projeto nacional, o Socialismo.

Não ganharemos o proletariado para uma luta profunda, antifascista, de transformações necessária para o nosso país, com programas e projetos com mais do mesmo. Parte da massa ao aderir a farsa do Bolsonaro, está cega e por busca de grandes mudanças. Sua escolha é equivocada, antagônica ao que está buscando, isso sabemos de cor, mas não seus instintos de transformação da ordem burguesa, imperialista e oligárquica a que estamos submetidos.

Todos os grandes momentos históricos que o Fascismo se colocou as massas como alternativa, a história também coloca negação da negação, isto é, a transformação Social. Demos ouvidos a primeira (fascismo), não o subestimamos e tratamos de derrotá-lo. Mas se não dermos ouvido a segunda, estamos derrotando a farsa com farsa, derrotando o presente na eminência que dali a pouco tempo ele apareça outra vez.

Frente Ampla na luta contra o Fascismo.

Haddad e Manuela – 13.

Lutar, Lutar, Lutar sempre.

João Bourscheid

 

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