A dialética do Golpe no Brasil e do Fascismo imperialista. Sem dúvidas, a base de ambos está na crise do Capital, isso é indiscutível. Também se torna evidente, que o segundo levou à manifestação do primeiro. Se o fascismo do Norte é contagiante, só o é, porque o mundo vive uma época em que a luta de classes, marcará a história humana, sem dúvida alguma, mais que a primeira e a segunda guerra mundial. Se o historiador Eric Hobsbawm, escreve que o século XIX tornou-se a era das revoluções liberais, neste início do século XXI podemos estar contemplando, o início de uma nova era de revoluções proletárias.
Pensar algo revolucionário em uma época de estabelecimento de Fascismo, parece ser algo senil, sem lógica. Pelo contrário, além de demonstração da própria história, como registra Hobsbawm, que no início do sec. XIX as forças da reação estavam na ofensiva na França e na Europa; é matar com a dialética política, e prosternar em favor do evolucionismo, coisa que a nossa esquerda resolveu encampar.
Esse evolucionismo, diga-se de passagem, é o mesmo que surgiu na Primeira Guerra Mundial, nas concepções da Social Democracia, e principalmente Kautsky, sobre o ultra imperialismo. E no Brasil, foi essa concepção também que levou a esquerda a subestimar o golpe. Mas a concepção evolucionista não foi abandonada, nem mesmo pelo revés que as forças de esquerda tomaram no País, continua atada aos rochedos da democracia burguesa, e o pior, constituindo-a como algo também evolucionista, isto é, que os processos do golpe cessaram e que a democracia burguesa retorna a seu eixo “natural” evolucionista.
Não veem eles, que o golpe, tem sua própria dialética. Quem reza a cartilha que ele já não existe mais, ou que ele simplesmente termina com as mesmas forças que deram o golpe, não consegue ver um palmo a realidade. Na verdade, as forças internas que deram o golpe, já modificarem-se, não são mais as mesmas, são forças ainda mais reacionárias. A nível internacional, continuam a ser gerenciadas pelo fascismo americano. Não há no cenário, no entanto, nada que aponte uma mudança no quadro do golpe.
Se o golpe no entanto foi projeto sob forças fascistas externas, as mesmas que estão a frente para invadir a Venezuela, e que crescem, levado de arrasto um conjunto de nações aqui da América do sul a rezarem a cartilha dos EUA, que construíram a PROSUL deixando de lado qualquer nação progressista, temos que perguntar: Qual o objetivo deles não aprofundar até a última instância o seu ideal reacionário? Porque desistir no meio do caminho, com tanto apoio, com tanta força, em um quadro que a conjuntura não favorece a duas ou mais alternativas?
Por isso a conjuntura de briga da direita e extrema direita é uma luta importante a ser considerada pelo proletariado. Não podemos subestimar essa luta. A unanimidade ou os acertos desses, são questões de classe e estão a caminho, pois não há diferenças para estas forças dirigentes do Capital, em relação a passar ao povo o ônus da crise. Por isso, é necessário que uma grande mobilização popular que aprofunde essa divisão. A força da classe proletária é a única que realmente fará a diferença neste momento. A greve geral precisa ser urgentemente deliberada.
Quem dita os caminhos para a burguesia é o Capital. Mas com suas falhas intrínsecas, diluem-se seus representantes na salvação de si próprios, mas sem perder a alma capitalista. Por isso, todas as medidas no nível econômico são tomadas via o Estado, bem como a sustentação política para tal envergadura. Por isso, apropriar-se de um Estado que banha-se em águas do Capital e transformá-lo no ”Estado popular ou democrático” tal como pensava Bernstein e kautsky, como corretivos morais do Estado burguês, serem utopias, imaginem que essas forças possam ser tiradas do poder atual no Estado brasileiro (forças de extrema direita a serviço do imperialismo do Norte), sem uma ruptura com o poder existente e sem ação de massas contra esse poder.
Em vez de destruí-lo até a sua última medula, tentam recompô-lo com discursos e quinquilharias, que não mudam o poder do Capital, que pelo contrário, se reforça pois o problema são os agentes que se apoderam do Estado e não a base que lhe dá sustentação, isto é o Capital e sua classe que o representa.
Quem pensa em retomar aquilo que existia antes, age em defesa do Capital, da burguesia e de toda a institucionalidade do Estado capitalista. O engodo da democracia burguesa penetra também nas vísceras da esquerda, que tenta trazer a baila o Estado popular ou democrático de Bernstein, Kautsky), que segundo esses pensadores serve para moralizar o estado burguês.
A dialética do golpe e do Fascismo imperialista a final, usa de todas as formas para manter vivo o Capital, sendo a guerra e o poder reacionário ao extremo, não uma alternativa, mas a necessidade intrínseca a sua existência e um componente, portanto, vital em sua dialética. Somente a revolução proletária permite o aniquilamento do estado reacionário burguês e a instauração da ditadura do proletariado.
Nesses dias difíceis, de resistência por parte do proletariado, falar em revolução, socialismo, ditadura do proletariado parecem não fazer sentido, para muitos que lutam contra o fascismo. Mas se faz sentido para os fascistas, que antes de tudo querem aniquilar a esquerda, o Socialismo, os comunistas, os sindicatos, os movimentos progressistas, etc., é porque a dialética de sobrevivência da classe burguesa vê muito mais claramente que a proletária, onde se encontra os seus coveiros. Em outras palavras, o fim de sua dialética.
– Abaixo governo Bolsonaro e a extrema direita.
– Em defesa da revolução e da ditadura do proletariado.
– Fora EUA da Venezuela.
– Lula Livre.
João Bourscheid.
Excelente explanação!