A ESTRATÉGIA COMO PODER DE FOGO.

Na luta de classes, é preciso compreender que a burguesia está na defensiva e o proletariado é o elemento permanente de ataque ao poder. Essa perspectiva faz parte do Manifesto do Partido Comunista, lançado por Marx e Engels, que chama o proletariado para tomar os céus de assalto.

Porque então dizemos que, na resistência, estamos no recuo? Se, é a burguesia que mais tem que se preocupar com isso. Por uma questão simples: Na guerra de classes, é preciso participar dela em cada momento, nas melhores condições possíveis que ela se apresenta. O caráter defensivo, sempre é tático, nunca estratégico para o proletariado, sendo da mesma forma o inverso para a burguesia.

Por isso, mesmo em conjunturas mais reacionárias possíveis, a resistência sempre tem um caráter de ataque, ou seja, recuar atacando e atacar recuando, sendo que resistir é transformar. A bandeira “branca” do inimigo não nos serve de alento, pois aí reside a sua estratégia. Após a derrota do Fascismo na Europa, muitos partidos ditos “comunistas”, uniram-se a bandeira branca da burguesia Francesa, Espanhola, Alemã, Inglesa, Ianque, entendendo que ali residia os não fascistas.

Ora, pra quem estuda um pouco os condutores do fascismo verá que por, trás dele, estão, os banqueiros, os latifundiários, os monopólios internacionais, as cúpulas religiosas. Portanto, tem origem de classe. E ainda mais profundamente veremos essa gente desesperada frente a crise do Capital. O desespero leva a ofensiva violenta, a construção da extrema direita, que segue arrastando muitas vezes, grande parte daqueles que são em tempo integral aviltados por aquele bando de sugadores – isto é o proletariado.

Mas é na pequena burguesia que reside a maior dificuldade de entender as particularidades momentâneas de cada luta, isto é, de recuo e avanço, pois não compreendem a questão histórica acima apontada quanto a estratégia do ponto de vista político, histórico e filosófico.

Do ponto de vista filosófico, não compreende que a vitória do novo sobre o velho, é inevitável. Nesse sentido, cada passo que a burguesia avança no sistema, é um passo contra ela mesma, pois cria as condições para o seu aniquilamento. Sob, o ponto de vista histórico, tem dificuldade em determinar o Socialismo, como modo de produção que virá imediatamente após a queda do Capitalismo. Suas especulações não apontam para objetividade alguma.

Por último em relação ao político. Os sinais, quase sempre estão trocados em relação as perspectivas de classe. Quando é preciso derrotar o Bolsonaro, ficam com medo do Mourão, e quando o Bolsonaro ainda não estava balançado devido aos protestos de rua, Mourão era o sensato, o democrático, o que sabia ouvir. É nessa imbecilidade, que acabam fazendo o trabalho sujo para toda a extrema direita. Quando o impeachment era construído pela direita em aliança com o império, diziam que o alvo era sangrar (a Dilma) para derrotá-la nas eleições. Quando dizíamos que o STF era aliado do golpe, batiam naquela casa esperançosos de que uma ação milagrosa colocaria o Lula de novo como candidato.

Por fim, segue essa sequência de inconsequências, as quais ainda os fazem se assustar pelo fato do STF tomar medidas em favor da privatização massiva de sul ao norte ou, prevendo a queda de Moro pelo vazamento das ligações dele com o Dallagnol, demonstrando uma total vinculação política com a constitucionalidade do golpe.

Nesse momento que a tática da burguesia de ataque começa a vazar, sendo que, é nas ruas que devemos aprofundar essa rachadura, a própria esquerda se assusta ante os movimentos de massa, pois seu vínculo estratégico, ainda está umbilicalmente ligado com a democracia burguesa, que em suas cabeças é universal.

– Todos a Greve Geral.

– Fora EUA da Venezuela.

– Lula Livre.

João Bourscheid.

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