Insulto à memória da FEB

Em 21 de fevereiro, há exatos 75 anos, a infantaria da Força Expedicionária Brasileira, depois de 88 dias em dura operação e seis ataques dramáticos, venceu as tropas do exército nazista em Monte Castelo, Itália do Norte, ao custo enorme de 417 mortos e feridos. A batalha se desenvolveu nos Apeninos setentrionais, a 60 km de Bolonha em direção sudoeste. Entre os combatentes perfilavam comunistas como Carlos Gomes Villela – condecorado com várias medalhas por bravura –, pai do querido e saudoso camarada Carlos Villela, do Rio de Janeiro. Trata-se de um episódio indelével da História Pátria, que ninguém pode olvidar.

O Brasil, que à época possuía um aparato estatal cheio de simpatizantes fascistas, especialmente na cúpula de órgãos repressivos, só entrou na guerra mediante complexas disputas políticas, inclusive diplomáticas. Getúlio, depois de vacilar, resolveu decretar o “Estado de Beligerância”. Destacou-se a pressão das forças populares por meio de manifestações públicas País afora, que determinaram os desdobramentos. As grandes massas, principais forças motrizes da reivindicação, desempenharam o papel central, com destaque para os militantes comunistas, os sindicatos laborais e o movimento estudantil, que foram os primeiros a se pronunciarem.

Hoje, o governo protofascista de Bolsonaro ataca precisamente os segmentos que se notabilizaram, no Brasil e mundialmente, na guerra contra o Eixo. A política de frente única, elaborada e aplicada pela Internacional Comunista e seus partidos locais, foi decisiva para mobilizar o proletariado e as demais classes populares. Após a invasão da URSS, a grande aliança permitiu a vitória que gera orgulho entre os brasileiros, inclusive os militares. Por seu turno, a extrema-direita insiste nas mentiras monstruosas do revisionismo historiográfico e do negacionismo, falsificando fatos e jogando na lixeira uma página incontroversa das Forças Armadas.

Tal comportamento marca o reacionarismo e o entreguismo da Presidência, desdobrando-se nas caricaturas que a secundam – de Rasputim a Goebbels – e nos grupelhos governamentais. Os filhos defendem milicianos. Moro persegue Lula com a Lei de Segurança feita pelo regime ditatorial. Guedes hostiliza trabalhadores ao justificar medidas ultraliberais. O general Heleno ataca os parlamentares. Fundamentalistas investem contra o Papa. Todos afirmam que os discordantes são comunistas e que o regime democrático-constitucional é um estorvo. A união ampla, nacional, democrática e progressista, é o caminho para derrotá-los.

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