Em épocas diferentes, duas revoluções (URSS e China) marcaram de forma heroica a luta contra o domínio da burguesia no mundo. Digam o que quiserem, dos erros e dos acertos destas duas revoluções e construções Socialistas, destes dois empreendimentos históricos do proletariado, no rumo da libertação humana. Só não vale não dizer, que a burguesia desde a grande revolução de 1917, não parou de empreender um só dia, esforços gigantescos, com inúmeras campanhas ideológicas, econômicos e políticos (incluídas as bélicas logicamente) para a destruição do Socialismo.
Se para todo o revolucionário, a palavra de ordem mais utilizada contra os fascistas é “Eles não passarão”, para todo o fascista a palavra de ordem se inverte, e o ataque ao proletariado revolucionário direciona exatamente as nações Socialistas e aos comunistas do mundo todo. A primeira experiência Socialista, teve que ser destruída por uma guerra imperialista fascista, que matou mais de 30 milhões de um povo guerreiro, que foi vítima de armas e da política imperialistas. Seu “erro” foi ser bolchevique, comunista, Socialista.
O proletariado no mundo, que lutou contra o fascismo mundial e nesse início de século volta a enfrenta-lo novamente, precisa ser chamada a sua atenção política, que essa é uma luta de classe, tal qual a 100 anos atrás. Derrotar país A ou B como se fossem sedes do fascismo, é livrar a burguesia imperialista, de sua relação com tal política. É o mesmo que ocorre em qualquer guerra, onde o proletário luta contra o proletário do país vizinho, na defesa de suas burguesias. Talvez o erro mais gritante da Segunda Guerra Mundial, foi a URSS não ter chamado o proletariado para além do combate ao Nazi/fascismo, combater a sua própria burguesia imperialista, realizando a Revolução Mundial, como defendia Lênin.
Alguns dirão, que não havia unanimidade, entre os países imperialistas no apoio ao Nazi/Fascismo. Sem dúvida, por duas razões: Primeiro, por conta da luta imperialista, segundo pela pressão do proletariado de seus países contra os países que auto intitulavam fascistas. Porém, a parte do fascismo, que via a liquidação da URSS como necessária, todos estavam de acordo. A segunda Guerra Mundial, é a continuidade da primeira, porém com dois fenômenos diferentes, a crise geral do sistema capitalista imperialista (crise de 1929) e a existência de um gigante Socialista. Reacender a Alemanha era uma necessidade do imperialismo (o elo mais fraco da cadeia imperialista), para golpear a URSS, bem como limitá-la (a Alemanha) na corrida imperialista. Assim, armar ela para uma ação, e destruí-la em outra. Unidos em uma luta e desunidos em outra. Ora, essa é a essência da luta de classes. A dialética militar.
A verdade é, que desde a subida do proletariado na direção da Rússia, a burguesia imperialista criou um cordão sanitário, impedindo que os povos do mundo tivessem contato com ela, assim como os EUA fazem até hoje com Cuba – Isso demostra que é o imperialismo que tenta isolar os países Socialistas e não o contrário. Quem tem medo de quem? A construção do terceiro Reich, sob as cinzas do socialismo era um dos planos da burguesia imperialista, ainda mais, que o espectro do comunismo começava a rondar fortemente o mundo capitalista (crise de 1929). Mas uma guerra de tal magnitude, certamente perde-se o controle, e ainda mais, quando uma crise afeta todo um modo de produção, ameaçando toda a existência de uma classe.
Deu tudo certo para o imperialismo Ianque, quanto aos resultados da segunda guerra mundial. Embora a URSS não foi derrotada como se previa, mas quebrara-se as bases do Socialismo Soviético, e fez surgir das cinzas da guerra, o revisionismo. E deu mais certo ainda, em relação ao concorrente alemão, que tendo cumprido parte do plano de destruição das forças produtivas do mundo, não acendeu a liderança do mundo imperialista, que em determinado momento, também assustou os EUA, a Inglaterra e a França. Além disso, a guerra serviu para aquietar outra burguesia (Japonesa), que também lançou-se a sanha imperialista e as tentativas de buscar lugar melhor ao sol. O país do Sol nascente, acordou sob as cinzas de bombas. O imperialismo Ianque e Ocidental tomaram as rédeas da guerra. O imperialismo vencera, o fascismo prosseguia.
Mas a burguesia imperialista, não tem tido folgas neste último século. Ao derrotar a URSS, viu outros povos levantarem-se contra o Capital. Vietnã, Coreia do Norte, Cuba, Laos e a China. Dentre todos, um se sobre saía, pela extensão e quantidade de braços e cérebros para a produção e defesa do Socialismo. O país da Revolução proletária, de Mao Tse-tung, da revolução cultural, começou, na década de 80 do século passado, (quando o Revisionismo da ex União soviética já demonstrava claramente ao mundo a que senhor servia (Capital); sob o comando do Partido Comunista Chinês, lançou novas bases para o Socialismo. A produção de mercadorias, passa a ser um dos pilares deste país.
O Socialismo Chinês, rompe com um modelo que estávamos acostumados. Uma tática, de início comemorada pelos próprios imperialistas, pois haviam subvertidos um país de poder proletário, ao Capital, sem mesmo dar um tiro. Tal qual a velha lenda de Júlio Cézar: Vim, vi e venci. Mas hoje, o imperialismo, principalmente ianque, já não comemora do mesmo jeito. A China, em tempos de crise do imperialismo mundial, começa a tornar-se um ônus pesado. A disputa de mercadorias chinesas, leva a produção de mais valia a um nível comercial dos vendedores, e não produtivo. E o preço de produção das mercadorias chinesas, em vários ramos de produção, desestimula qualquer empresário capitalista fora da China, a se lançar nela. Para o imperialismo Ianque, principalmente, passou a ser ponto de sobrevivência a quebra desse monopólio. A guerra comercial, aponta para isso.
Daqui para frente, no entanto, as táticas para levar a cabo a estratégia de abater a China se tornarão cada vez mais visíveis para quem de atenção, á crise do Capital, e suas políticas Fascistas de toda a ordem. Talvez algum vazamento de algum reator. Alguma explosão nuclear esteja a caminho. As tentativas das guerras não convencionais ou as revoluções coloridas, tal qual em Hong Kong, já estão em andamentos. Na verdade os blindados da economia poderosa do Capital, que fazem qualquer nação a se render a política imperialista, são sem efeitos diante das possibilidades e das condições que a China oferece. Difícil isolar a China, quando a Rússia, a Europa, a África, a Ásia muitos países burgueses, rendem-se a ela, não logicamente pelas perspectivas revolucionárias proletárias, e sim, pelos lucros, ganhos, dinheiro, etc. A China fez melhor que o próprio imperialismo. O seu veneno é mais potente do que o da burguesia imperialista.
Qual é a outra “Alemanha” que se atreverá a se jogar militarmente contra a China? Os EUA não estão parados, a esperar por um erro crasso da China, por isso, agem dia e noite. Mas, não é só do ponto econômico que esse país vem assustando o imperialismo mundial. A medida que avança economicamente, a China colocará um bilhão e 300 milhões de seres humanos, longe da pobreza. Enquanto que o mundo Capitalista a fome e a miséria andam a galope, o Socialismo atinge de modo substancial também a consciência do proletariado mundial. Uma propaganda que já está fazendo estrago no mundo todo. A sanha de um país miserável, atrasado e de exploração irracional de seu próprio povo, vai ficando para trás. O ataque preconceituoso dos jornalistas dos EUA contra a China, de que ela (a China) é o “homem doente da Ásia”, demostra exatamente o ataque ao Socialismo.
O despertar novamente do fascismo mundial, por conta da crise do Capital, é justamente o despertar da classe revolucionária, do proletariado mundial, do Socialismo. Essa dialética, não pode ser menosprezada. Não é pra menos, que a unidade imperialista, ataca um jovem de 88 anos com nome de Sanders, inclusive pelos membros do seu próprio partido, como Obama, Clinton e Hillary, por conta de sua pregação Socialista. O crescimento das lutas feministas, na América do Sul e no mundo, vão no mesmo sentido, isto é, são lutas de classe, muito além da luta de gênero, pois são as mulheres que mais sentem as dores das feridas abertas pela ferrugem do Capital em crise mundial. Haja visto, que suas principais palavras de ordem são: “Fora Bolsonaro”, “Fora Piñera”, “Fascistas não passarão” e “Socialismo”.
Nos tempos que estamos vivendo, a possibilidade de unidade do proletariado, é mil vezes maior do que a burguesia. Nesse momento, é ela (a burguesia) que acena e precisa da ação do proletariado para ser salva, que não se conscientize contra a guerra, ou que pelo menos, que não saia as ruas para protestar. Utiliza de todos os meios maquiavélicos para continuar comandando, tal como, fazer de conta que combate o fascismo, para derrotar o Socialismo. São momentos preciosos, do amadurecimento político do proletariado quanto classe em si.
Não somos contra frente ampla, frente de esquerda, frente disso ou daquilo, somos contra a proposta burguesa, de que dada a crise, o único caminho é salvar aqueles que por séculos massacram diariamente o povo. Somos contra, que em um momento como esse, não se permita elevar a discussão do proletariado acima da velha e reacionária democracia burguesa e eleitoral. Somos contra, aqueles que, em meio aos ataques da extrema direita, se resignam e tentam achar uma saída institucional, mantendo a postura contra o “Fora Bolsonaro”. Somos contra a metafísica Social democrata, que só vê dialética política, no dar as mãos com a burguesia.
Se a tática chinesa de dois sistemas um país, ou do Socialismo de mercado deu certo, pode ser discutível sem dúvida. No entanto, o caminho da construção do Socialismo em um país, não é contraditório ao investimento na revolução mundial. No entanto, penso que a base é a revolução mundial da ideologia proletária, pois, quando o imperialismo só tem como saída a política Fascista, de guerra, só consegue-se evitar tal ataque, conclamando a revolução mundial e enaltecendo o que Marx e Engels, orientaram no Manifesto do Partido Comunista: “Proletários, do mundo, uní-vos”. Nesse sentido, penso que a China tem muito a dizer.
– Fora Bolsonaro/Mourão e toda a extrema direita.
– Abaixo o Fascismo.
– Em defesa da Revolução e do Socialismo.
João Bourscheid.
Viva a revolução!