HOMENAGEM AOS 150 ANOS DO NASCIMENTO DE LÊNIN.

Obras como “O que fazer?”, “O imperialismo, fase superior do Capitalismo”, “Estado e Revolução”, “Materialismo versus empiriocriticismo”, “Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo”, “A Revolução Proletária e o Renegado Kautsky” entre outras, marcam esse revolucionário russo que elevou a teoria marxista a um novo patamar na luta de classe. O Marxismo recebeu uma contribuição teórica e prática não vista até hoje, fazendo com que o próprio movimento revolucionário internacional fundisse a concepção marxista à expressão leninista, dado a projeção, defesa e desenvolvimento, tanto prático como teórico, da teoria materialista histórico-dialético, fundada por Marx e Engels.

A sentença colocada por Lênin foi a de que, sem teoria revolucionária, não existe sequer movimento revolucionário, e, para tanto, suas palavras de estudar, estudar, estudar sempre, demostram que, se o movimento proletário não estiver bem conduzido pela teoria revolucionária, a vontade poderá ser intensa, mas insuficiente na correlação de forças. Poderá ser intensa e adequada à correlação de forças, poderá ser intensa e superior à correlação de forças, só nunca poderá ser de pouca vontade. É nisso que a teoria revolucionária atua, isto é, na qualidade proletária e revolucionária. Foi o abandono do Marxismo em sua essência que levou a Social Democracia a abandonar a revolução. O Marxismo sem o espírito revolucionário é o abandono da vontade revolucionária, é uma ciência burguesa. Foi essa insistência que Lênin levou até as últimas consequências.

Vemos muitas vezes um social democrata recriminar um esquerdista revolucionário, que com a sua doença infantil quer alçar o movimento a uma fortaleza desproporcional às forças necessárias ao combate. Com intensão de não fragilizar o movimento, após uma e outra ação dessa natureza Social Democrata, isto é, de condenação ao ataque, passa a ser cumulativo para o movimento, ou seja, outras formas de conduta, sempre, no entanto, impedindo o ataque ao front. Desse modo, a Social Democracia encarna no movimento, se adequando a um movimento social democrata, eleitoral, conciliador, pacífico, mediador, oportunista, por fim, antirrevolucionário. Nessa situação, já não falamos mais do Marxismo, mas sim de uma ciência burguesa que utiliza do conhecimento para salvação do Capital.

Quando Lênin fala que sem teoria revolucionária não tem movimento revolucionário, ele vê, como marxista, que a teoria é insuficiente sem a prática revolucionária. Sem essa é impossível desenvolver aquela, que por sua vez desenvolve essa. Por essa razão que duas expressões de Marx revelam isso: a primeira a condenar o partido Social Democrata Alemão ficar em discussões intermináveis, sem uma ação concreta. Em outra, soube saudar o movimento da Comuna de Paris, saudando os revolucionários que tomaram os céus de assalto. Não ficou como um Social Democrata a condenar os erros, sabendo aproveitar a experiência para desenvolver o Marxismo, como os conceitos de Estado e da ditadura proletária.

Por fim, homenagear Lênin nos seus 150 anos de nascimento é evidenciar a continuidade do Marxismo, seu desenvolvimento e a luta contra os renegados; é exaltar o espírito revolucionário das massas, do antagonismo do proletariado em razão da burguesia; é defender a ditadura do proletariado e condenar a democracia como valor universal. Em outras palavras, citamos as próprias manifestações de Marx/Engels em uma carta à liderança do Partido Alemão, em 1879, pedindo a expulsão de Goechberg, Schramm e Bernstein:

“Nós somos confrontados com representantes da pequena burguesia que têm pavor que o proletariado, impulsionado por sua posição revolucionária na sociedade, ‘vá longe demais’…”. Essas são exatamente as pessoas que, sob o pretexto de uma eficiência apressada, não somente não fazem nada por eles mesmos como também tentam prevenir que qualquer coisa aconteça, salvo a tagarelice, que em 1848 e 1849 obstruíram todos os passos do movimento com seu medo de qualquer ação, finalmente levando-o a derrota”.

Foi esse espírito marxista que tomou conta de Lênin. Por isso, soube durante toda a sua vida militante ver em cada ação, em cada teoria, em cada manifestação de pessoas, grupos, organizações, o caráter proletário e oportunista em cada situação concreta, bem como em suas representações gerais como revolucionários ou filisteus.

– Viva o Marxismo/Leninismo!

– Viva a Revolução!

João Bourscheid

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