Unir forças na luta pelo Fora Bolsonaro

Bolsonaro abriu sua fala do dia 24 de Abril, tendo a preocupação de demostrar que a sua vida estava dedicada ao povo, enquanto seu adversário (agora o ex ministro Sérgio Moro) estava preocupado com sua biografia. Collor de Melo, a três décadas atrás, inundado também de mil e uma contradição, a cada dia isolando-se mais, chamou o povo para com sua primazia lhe dar o respaldo, que lhe faltava. Quando o povo abandona um dirigente político, é certamente pelo fato, que várias forças sociais importantes já o abandonaram. Pelo menos as mais influentes. O povo, recebe em todos os locais, as opiniões dos mais variados setores, desde a imprensa, o pastor, o padre, o professor, o dono do boteco, dos amigos, do patrão, do sindicato, do partido, do vereador, etc.

Por isso a voz do povo, ao referendar uma expressão majoritária na Sociedade, reflete a voz e a força de uma torrente a caminho. Quando Marx, faz na abertura do Manifesto do Partido Comunista, e exalta que “um espectro ronda a Europa”, diz porque: “desde o papa até o Czar, Metternich a Guizot, os radicais da França e os policiais da Alemanha” falam do comunismo. O “Fora, Bolsonaro”, é uma palavra da esquerda, até condenada por muitas dessas organizações, mas hoje já aparece nos meios de comunicação burguesa, no governo, nos eleitores de Bolsonaro, no pastor, no professor, congresso, senado, etc. Porque? A palavra de ordem, a ideia, virou força material.

Ao mesmo tempo que o governo de Bolsonaro caduca, o golpe se recente de forças aliadas. A verdade, que Bolsonaro, pode se arrastar ainda por algum tempo ou poderá sair na semana que vem. Mas o fim ou a manutenção do golpe dependerá de como os golpistas manterão essa unidade, bem como a forma que será explorado pelas forças da unidade oposta. A unidade entre os golpistas por um lado, bem como a unidade entre aqueles que querem ver o fim do golpe, correm em cima de uma linha tênue, podendo avançar para um lado ou outro.

O avanço do Fora Bolsonaro, pelas forças de esquerda e popular, garante uma nova unidade nessa luta contra o golpe. Saber no entanto, aprofundá-la pela esquerda e ampliá-las com setores democráticos e progressistas, são o abc da luta de classes, assim como aquelas de neutralizar determinadas forças. Se a crise do Capital, adiantada pelo covid19, impôs e irá certamente trazer problemas ainda superiores a que estamos vivendo, deverá ser aproveitado politicamente pela esquerda, no enfraquecimento do governo fascista de extrema direita que ocupa o planalto central. Porém, não devemos nesta rota, deixar impunes também os governadores de alguns Estados, que estão fazendo uma verdadeira carnificina nas condições de vida dos trabalhadores, como exemplo – Eduardo Leite no RS.

Mesmo que o isolamento de Bolsonaro e de seu governo logicamente, é um gol a favor da luta, e um nocaute nos planos decanos da extrema direita em comandar sem grandes rupturas, a burguesia servil ao golpe imperialista, mantém certa unidade. As palavras de Mourão de que “somos todos Bolsonaros”, todas as vezes que há uma disputa acirrada do governo, demostra a força de coesão destes setores. Por outro lado, historicamente setores da burguesia, vacilam em se impor as forças armadas, que representam em nossa sociedade um aparente poder paralelo (4º poder), e mesmo que dizem que representam um órgão submetido as forças dos três poderes do Estado democrático brasileiro, esteve sempre a serviço em época de crise, as forças reacionárias historicamente e mais recentemente aos fascistas da burguesia financeira ianque. Vimos isso, em 1964, e estamos vivendo também neste momento.

Por isso, a unidade e luta dos contrários, da qual os dois extremos dessa luta de classe aprimoram, decaem, avançam e retrocedem, ditará neste momento o futuro próximo que terá o desfecho do golpe. Por mais fraco e isolado que pareça ser neste momento o governo Bolsonaro (saída de Moro e quase 30 pedidos de impeachment), ele conta, com a vacilação do lado oposto, visto no atraso da esquerda em manifestar e chamar o povo na luta pelo Fora Bolsonaro e sua convicção ao institucionalismo, sem contar, com grande parte dos movimentos Sociais e de esquerda fora das ruas. Além disso, o próprio medo da burguesia brasileira tem dos setores do proletariado, que diante da crise poderá levá-lo a uma nova unidade de luta, isto é, anti capitalista, anti imperialista.

Derrotar o bolsonarismo é tarefa que se impõe a todos os lutadores, e para tanto, em hipótese alguma devemos subestimar o inimigo, bem como, jamais devemos esperar na luta de classes as condições perfeitas para viabilizar qualquer luta decisiva, senão aquelas que demostram que o nosso inimigo está enredado entre uma série de contradições, onde perde a cada dia novos aliados e se isola da massa popular; deixando logicamente de fora, aquela que é a primordial, isto é, de acreditar realmente na luta. Além disso, o esforço extra, em fazer com que a unidade proletária se conserve diante de todas as dimensões contrárias, isto é, permanecendo no objetivo central de que derrotar a extrema direita é superior a qualquer picuinha ou desafeto político.

Fora, Bolsonaro e sua Corja!

Fora, EUA da América Latina! Abaixo império fascista.

Avançar e unir as forças pelo fora Bolsonaro.

Se podemos trabalhar, podemos protestar.

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