Baleia Rossi, Maia ou Pacheco? Para aqueles que têm visto algo mais do que um membro do Neoliberalismo, de um defensor das Reformas Previdenciárias, Trabalhistas, Administrativa e Fiscal, ou ainda um defensor para que o Golpe seja também dividido com um comando mais ampliado (direita e extrema direita), com qualquer um desses, quer enganar os outros ou ele mesmo quer se enganar. Porém, na luta de classes muitas vezes quando não se desenvolveu absolutamente nada, não tem nada para se apresentar diante da luta, esconder-se às asas do menos pior passa a ser o que importa. Esconder-se debaixo das asas da direita talvez seja uma posição, e não estamos dizendo que essa não possa ser uma opção. Daí encher o peito e saudar esse esconderijo como o avanço da Frente Ampla, ora, isso é realmente algo que só pode fazer rir aqueles que lhe estão dando abrigo.
Aliás, a ideia do menos pior é igual àquela de condenar o quanto pior melhor. São concepções colocadas de forma solta, para ganhar respaldo ao imobilismo asfixiante. Quando não se constrói uma alternativa política, simplesmente fica-se preso às alternativas convenientes de então. Elas em principio parecem corretas, pois passam a ser julgadas conforme as condições dadas, de forma mecânica. Na luta de classes, só é possível pegar o adversário desprevenido quando pensar mais adiante dele e agir. O limite estratégico limita a tática. Quando um general responder sobre o aniquilamento de sua tropa, terá que de uma forma ou outra explicitar o seu limite estratégico diante da estratégia adversária. Só assim poderá compreender nas futuras batalhas como superar esse limite. E para tal avaliação, terá que fazer todo o esforço para compreender o todo concreto.
E no que vemos nem se quer há um pensamento estratégico sério por parte da esquerda institucional no Brasil no que tange à transformação social. Reduz-se a ocupar posições no parlamento ou no executivo de prefeituras, estado e talvez governo federal. É a troca dos “bons” administradores da esquerda pelos “ruins” da direita, dos corruptos, etc. Aqui, do ponto de vista da luta de classes, só temos uma estratégia e logicamente táticas ambíguas. Não havendo diferenças estratégicas, a esquerda institucional faz todas as elucubrações para demonstrar o abismo que existia entre Baleia Rossi X Arthur Lira. Ora, isso chega a ser ridículo, no entanto, não significa que votar em A para derrotar B não fosse talvez uma alternativa que importasse. Mas se esse voto tivesse a perspectiva de ter a desenvoltura planejada, as forças da rua já deveriam ter sido sentida há bastante tempo no que se refere ao Fora Bolsonaro. Pelo alto, só dá eles, isto é, sempre no interesse antipopular.
E dado o resultado (a perda do candidato apoiado pela oposição na câmara), a esquerda institucional deveria rapidamente tomar as ruas, fazer o que ainda não fez até o momento, isto é, construir a força popular pelo Fora Bolsonaro, Mourão e toda a corja. Essa seria no mínimo a autocrítica na prática a ser feita, de imobilismo. É evidente que as coisas se tornarão cada vez mais difíceis para o Bolsonaro daqui para frente, se teve o respaldo necessário nesse momento (eleição de Lira), é porque a burguesia, o imperialismo, o mercado, os militares e os gastos do tesouro se impuseram para que a contradição não chegasse a um ponto que o próprio governo descambasse antes do tempo. Mas isso não quer dizer que sem luta, não só ele (Bolsonaro), sobreviva e se mantenha, pois até lá (nas eleições de 22) o quadro poderá ser outro. Por isso, o arrefecimento da luta de rua e as perspectivas de se preparar para a disputa de 2022 é tudo que os golpistas querem. Mesmo que a direita não tenha bem claro que esse seja o caminho mais eficaz para ela (no caso o PSDB/DEM de apoiar Bolsonaro), há outros temores que ela recente, por exemplo, da crise não só afundar o governo como levantar novas forças do proletariado e de esquerda.
É por isso que vemos as imagens distorcidas da política, difícil de serem apreendidas. Como a Lava Jato que de senhora da moralidade passa a não valer mais que um caminhão de bosta? Por que Lula tão atacado, preso, bandido, corrupto, é defendido hoje pelos seus acusadores? Por que um bolsonarista deputado que já disse mais de um milhão de bobagens tal qual o seu padrinho presidente, agora com uma palavra dita a mais é colocado no calabouço por toda a cúpula do STF, Parlamento ? Ora, se o imperativo econômico do Biden e do Imperialismo não explica isso, nada explica. As peças do xadrez, ou a estratégia, estão sendo definidas por cima. Nesse jogo, não está apenas o Imperialismo X Socialismo, está também, imperialistas X imperialistas. E como falamos no início, quem pensa mais longe no tabuleiro da luta de classes, renderá o inimigo. Foi nesse emaranhado que a Social Democracia do início do século XX perdeu a cabeça, pensando que o ultra imperialismo estava acima da luta de classes e da concorrência. Tal como agora, que acham que o ultraliberalismo é às avessas de um Estado monopolista Fascista bancado pelo Imperialismo como saída.
Que o mundo caminha para saltos, transformações, revoluções, guerras e todo o tipo de ações de luta de classes, próprias de épocas de crise geral, isso não há a menor dúvida. O que temos que saber em essência, é como vamos nos comportar diante desse quadro. Ou pensamos em um caminho soberano para o proletariado brasileiro, impossível de ser conquistado sob as formas institucionais, ou nos acomodaremos em sermos peças assessórias das crises do Capital, para defender o bom andamento da democracia burguesa. Talvez a esquerda aqui e em muitos lugares, principalmente aquela que muito se aproxima do paradoxo social-democrata, tenha já assimilado o conteúdo de que “Tomar o céus de assalto não é um convite para uma festa”, e portanto, em vez de uma “longa marcha” como caminho, que tal a velha estratégia de sempre, isto é, uma transição conciliada, eleitoral, democrática burguesa.
São esses os momentos que temos que instigar, relançar, debater e aprimorar os fundamentos da estratégia, pois ela é o elemento que traduz a teoria, apta ou não, de levar às mudanças profundas de classe. E mesmo elementos simples, como o Fora Bolsonaro, são movidos por ela, pois se assevera em causar danos aos inimigos, enquanto aqueles que permanecem instáveis sob essa luta movem-se sob a estratégia burguesa, onde procuram como todo o bom social-democrata a perguntar: “E o que acontece com Mourão?”, “E se o Bolsonaro cair, como vamos proceder, por impeachment?, ou “vamos pedir a renúncia?”, etc. A luta torna-se amarrada de cima a baixo e não consegue ganhar mobilidade, pois as táticas são ora influenciadas pela estratégia proletária e ora pela burguesia.
É Daí que provém toda a paralisia, conciliação e vacilação dos setores de esquerda, isto é, um produto unicamente de classe (estratégia), onde ousar lutar, ousar vencer ainda é um ponto sem solução para o Brasil.
Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja.
Abaixo o Fascismo imperialista.
Frente de Esquerda Revolucionária
Imediata construção das ALNs (Ação Libertadora Nacional)- soberana e antifascista.
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