Quando vemos, uma coalizão de golpistas históricos e atuais ( tal como os afilhados da concepção da globo), defendendo a democracia, este conceito é evidente que precisa ser compreendido, pois, mesmo no campo anti golpe ou de esquerda, a defesa da democracia também é em todos os momentos um princípio norteador.
Para exemplificar ainda mais, basta dizer que, o atual presidente eleito dos EUA, fala pelos cotovelos que a sua luta é o aprofundamento da Democracia. E não bastou um mês de governo, mandou seu exército atacar as tropas na Síria e reabrir os campos de concentração de crianças (filhos dos imigrantes), que foram criados por Donald Trump.
Por fim, a burguesia gosta de dizer, que a Democracia exige sacrifícios. Essa é a palavra que a burguesia mais adora dizer. Ora, é o contrário, a democracia (pelo menos a proletária) não exige sacrifícios, pois ela expressa uma relação de bem estar, acesso aos produtos do trabalho humano, socialmente produzido, ainda que sob a luta de classes.
Por isso, quando falamos em Socialismo, dizemos que ele do ponto de vista democrático, é 1000 vezes superior a qualquer democracia burguesa. Vejamos o Brasil do século XXI, que sob a pandemia, as pessoas que perderam o emprego ou não podem mais colocar suas atividades produtivas em ação, o Estado “democrático” burguês, quer que ele sobreviva com 250,00 reais por mês. Quer que continue trabalhando, sem dar a mínima assistência a sua exposição ao vírus, além das perdas de salários e direitos. Para quem tem dúvida, essa é a democracia de meia dúzia e uma ditadura para grande massa da população. Nas épocas de crise é que melhor se vê. A Democracia no mundo burguês, é um sacrifício sem dúvida, pois de prontidão estabelece que na medida que o proletariado cria mais riquezas, menos acesso tem a elas.
E esse (conceito de Democracia) como princípio ou essência que vale a pena discutir, isto é, sob o ponto de vista ideológico. Do ponto de vista político, ou seja, a luta pela realização dos aspectos democráticos do Capital, quanto as questões economicistas, é fazer com que o povo caminhe sob mais uma ilusão. O que recebeu o ex presidente Lula e a ex presidenta Dilma, por ter minimamente tornado a riqueza um pouco mais democrática? Prisão e golpe. E o Estado brasileiro se viu afundado no desemprego, miséria, entreguismo das empresas Estatais. Democrático nos dirão os golpistas, é entregar tudo aos grandes monopólios estrangeiros, até a Amazônia, Petróleo, eletricidade, a Base de Alcântara. Democracia, nos dizem eles, é em cada crise vender um pouco mais a já escassa Soberania.
Por isso, neste momento, não desperdiçamos este presente de Grego do golpe, dado sob as mais diferentes contradições que aparecem entre os golpistas (direita e extrema direita) sob crise e presenteamos também eles com a força das ruas, unindo o povo brasileiro e as forças de esquerda amplas, a um só coro clamando por Lula livre e Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja.
Desse modo, eles terão menos tempo e forças, para ativar novos expedientes de sua democracia golpista, genocida, de sacrifícios do povo pobre e de felicidades dos banqueiros e multi milionários. Nas ruas, contra o golpe, é onde a força democrática proletária faz vergar a ditadura burguesa, abrindo brechas para a transformação Social.
A própria situação de liberdade política, já em grande parte é assumida pela própria burguesia, como um modo de acobertar a grande exploração proletária. A burguesia domina a escravidão assalariada,sem aparecer, tal qual se fala frequentemente da mão invisível do mercado.
Por isso, defender do ponto de vista político a democracia, sem relacionar com a luta pelo Socialismo, é uma faca que corta mais profundamente a carne da esquerda do que a direita. Essa (burguesia) já fez do seu conceito de Democracia, uma força que se move por si só e que prende a pequena burguesia e a aristocracia operária ( ou a Social Democracia), ao rochedo, tal qual Prometeu. E todas as vezes que um louco tipo Bolsonaro diz que vai implantar uma ditadura, a esquerda se apavora e defende de todas as formas a posição anterior – e qual era? a democracia do sacrifício, da escravidão assalariada.
Nesse momento torna-se bastante compreensível a questão política, pois como diz Lênin “há políticas e políticas”. Defender a democracia para sair do ponto A para o B é uma coisa, defender a democracia para permanecer no ponto A, é outra coisa. Bolsonaro radicalizou o ponto A, aprofundou o ponto A, e se lutarmos para que seja retomado o ponto A anterior, mais “democrático”, a luta de classe não passará de um círculo vicioso.
Por isso há uma grande animação com a tal da Frente Ampla por parte da direita, pois ela (a direita) absorve com louvor um grande mote de lutadores Sociais e de esquerda, passando rapidamente de neoliberal, golpista, entreguistas etc, para progressistas. Essa é a metamorfose não da mercadoria de que fala Marx, mas do reacionarismo burguês, formado na escola de Maquiavel e preservada pela esquerda voluntarista da atualidade.
A concepção atrasada aqui não é fruto do reacionarismo dos políticos burgueses (porque esses defendem o seu sistema econômico e político) mas daqueles que contra o capital transformaram a democracia, numa concepção fora da luta de classes, impedindo que a luta pela democracia jogue um papel ativo na transformação Social, que ela (a democracia) possa ser entendida pelo proletariado, como algo que vai muito além ditadura burguesa.
E para não cair nas armadilhas da concepção da democracia liberal como valor universal, todo aquele que luta para fazer a democracia operar como um triunfo das grandes massas, é preciso ter sempre sua luta política ancorada na luta institucional e não institucional. O Fora Bolsonaro por exemplo, só será um elemento ativo na luta, nas ruas sob a voz do povo – ou seja, por fora do institucional, marcando decisivamente a força e a organização popular.
Mesmo que reflete daí uma saída institucional, tal qual ocorre no Paraguai, é preciso que o povo demarque também com outras saídas, que só a luta em primeira mão e força pode resultar. O Fora Bolsonaro e eleições imediatas para presidente, a exigência da presença de Lula na eleição, etc. é sem dúvida alguma uma luta democrática. Do outro lado, sob o comando da a burguesia institucionalmente, primeiro que não ocorrerá o Fora Bolsonaro, segundo que se for necessário ela usar politicamente esse triunfo, será para defender a continuidade do golpe. Nada mais que isso.
E aí, o próprio Fora Bolsonaro deixa de ser um conteúdo de luta pela transformação Social e aliado da luta democrática, mudando radicalmente o seu caráter de classe.
Povo às ruas
Pela criação de uma Frente Revolucionária no Brasil.
Lula Livre e Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja.
Abaixo o golpe e o Fascismo.
Em defesa da Soberania Nacional.
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