MARX ENTRE DUAS REVOLUÇÕES: 1848 E 1871

MARX ENTRE DUAS REVOLUÇÕES: 1848 E 1871

Neste último dia 5 de maio completaram-se 203 anos do nascimento de Karl Marx, filósofo, sociólogo, jornalista, advogado, mas, acima de tudo, um revolucionário e um teórico da revolução. Dispensa apresentações o seu método e o trunfo de retirar o véu de fetichismo sobre toda a sociabilidade burguesa, entretanto, como é jargão: em Marx, crítica é superação. E a crítica de Marx ao capitalismo pressupunha a sua superação, isto é, o socialismo, a ditadura do proletariado e a sua fase superior no comunismo. Entretanto, como bom materialista que era, jamais gastou mais que algumas linhas delineando a sociedade do futuro, pois acreditava na força e na dinâmica das contradições vivas da realidade e no estudo dela, para ela superar. Em vida, Karl Marx vivenciou duas revoluções: a onda revolucionária de 1848 e a Comuna de Paris de 1871. Neste breve texto buscarei identificar o desenvolvimento do pensamento político e teórico de Marx entre essas duas balizas temporais, percorrerei um caminho diverso do habitual, pois inunda a internet textos relacionando Marx com a Comuna, compreendo tal dinâmica como um ato contínuo, uma esteira sobre a qual Marx desenvolve seu pensamento.

Em 1848 ocorreu uma onda revolucionária na Europa que se fez sentir em ecos tardios no Brasil, na Praieira e na Colômbia, foi a última revolução a arrastar todos os países europeus com maior ou menor grau de desenvolvimento capitalista. A revolução ocorrida na França foi a mais emblemática de todas, ocorreu em duas etapas: em fevereiro e junho. Em fevereiro, a burguesia industrial em aliança com a pequena-burguesia e o proletariado depuseram a monarquia de Luís Filipe I, conhecida como Monarquia de Julho. Essa monarquia estava baseada em uma coalizão monárquico-burguesa na qual o monarca incorporava as necessidades daquilo que Marx chamou de aristocracia financeira, isto é, a burguesia financeira e a aristocracia agrária. Em seu livro As Lutas de Classes na França (2011, p. 40), ele coloca que essa aristocracia financeira nada mais é que “o renascimento do lumpemproletariado nas camadas mais altas da burguesia”.

Impulsionada por duas crises econômicas em 1846 e 1847 a burguesia industrial, buscando sua fatia maior do bolo, em um momento em que a contradição dentro da classe burguesa alçou a facção de classe (termo de Marx) mais avançada. Traduzindo seu capital real em capital político também, a Segunda República francesa nasceu em uma traição de classe. Antes mesmo da proclamação da república a burguesia negociava com membros da monarquia de Orleans e os legitimistas apoiadores dos Bourbon ministérios e cargos. O proletariado não ficou com a fatia do bolo e, pelo fechamento das oficinas de trabalho que empregavam centenas de milhares de pessoas, o proletariado encabeçado por Blanqui foi às ruas.

A Revolução de Junho transformava-se em uma revolução de outro tipo, e Marx no Manifesto do Partido Comunista dizia “as crises periódicas que em sua periódica recorrência ameaçam cada vez mais colocar em questão a existência de toda a sociedade burguesa”. Sem a burguesia e sem a pequena-burguesia o proletariado foi forçado a fazer sua própria revolução, desse modo, “a burguesia não apenas forjou as armas que lhe trazem a morte”, isto é, a fome, o pauperismo, o desemprego, a doença, a repressão; “gerou também os homens que as empunharão — os trabalhadores modernos, os proletários”. Junho de 1848 demarcou o esgotamento do potencial revolucionário da burguesia e Marx destacou: “o segredo da revolução do século XIX: a emancipação do proletariado” (As Lutas de Classe na França, p. 49). Isto é, “de todas as classes que atualmente confrontam a burguesia” — o campesinato e a pequena-burguesia– “o proletariado é a única classe verdadeiramente revolucionária” (Manifesto do Partido Comunista, p. 121).

Contudo, a Revolução de Junho de 1848 foi banhada em sangue em poucos dias, as barricadas foram desmobilizadas e a burguesia, reconhecendo-se enquanto classe, uniu-se pela contrarrevolução. Pois, o que estava posto era que a luta não era mais contra a monarquia, contra os velhos regimes ou contra a aristocracia financeira, a luta era entre a burguesia e o proletariado, a reação contra a revolução, a ordem burguesa versus a República Social. Ou seja, “um fantasma ronda a Europa — o fantasma do comunismo”, como bem colocou no Manifesto do Partido Comunista, entretanto, ao contrário de uma tendência idealista, Marx não projetava suas ideias na realidade, ao contrário, era da realidade que originava-se suas formulações teóricas. O Manifesto foi um documento escrito entre dezembro de 1847 e janeiro de 1848 e possuía um ajuste fino ao momento revolucionário.

Entretanto, enquanto revolução derrotada, Marx analisou a partir da experiência concreta, sem moralismos, sem sentimentalismos e, muito menos, sem negar a própria possibilidade revolucionária. Marx analisou os limites das composições de classe na revolução de Fevereiro, identificando ali mesmo a sua contradição fundamental, portanto, tomando pela raiz o problema. Para ele, “o governo provisório erigido das barricadas de fevereiro (…) nada podia ser além de um compromisso entre as muitas classes” (As Lutas de Classes na França, p. 43) e, nesse compromisso, a burguesia industrial estava na dianteira. Pois o proletariado havia realizado a revolução ao lado da burguesia e não com ela, não havia possibilidade de uma revolução do proletariado que não levasse à sua própria emancipação. A revolução de fevereiro mostrou o que havia por trás do véu do Estado: a dominação de classe. Entretanto, “a classe operária francesa ainda não tinha chegado a esse ponto; ela ainda era incapaz de realizar sua própria revolução” (p. 47).

Em virtude de um insuficiente desenvolvimento capitalista que colocasse em choque as forças produtivas e as relações de produção e a falta de uma matriz teórico-prática que permitisse levar a revolução adiante, o proletariado estava fadado à derrota. Entretanto, como assinala Engels, os herdeiros de 1848 acabaram por ser o proletariado reunido na Associação Internacional dos Trabalhadores.

Outro herdeiro foi a contrarrevolução que, em resposta à situação revolucionária, surgiu na França e na Alemanha, com Napoleão III e Bismarck. O Segundo Império foi, na análise de Marx, uma sublevação da burguesia “contra o domínio do proletariado trabalhador e colocou no poder o lumpemproletariado e, no seu topo, o líder da Sociedade 10 de Dezembro” (O 18 de Brumário, p. 137). Ou seja, para conter o avanço revolucionário do proletariado a burguesia apoiou um chefe de milícias, ex-militar corrompido e falido que se promoveu defendendo um império derrotado. Como quando da Conjuração dos Iguais em 1796, considerada o primeiro esboço de uma revolução comunista, desaguou em um processo reacionário e, como no final das contas a burguesia encontrou em Napoleão Bonaparte o homem para concluir a revolução burguesa. Em dezembro de 1848 e, posteriormente, em 1852 a burguesia escolheu um Bonaparte, mas como Marx, ironicamente disse, ela só poderia ter uma paródia do império, bem como uma paródia de Bonaparte.

Para o proletariado, “não é do passado, mas unicamente do futuro, que a revolução social do século XIX pode colher a sua poesia (…) a revolução do século XIX precisa deixar que os mortos enterrem os seus mortos para chegar ao seu próprio conteúdo” (18 de Brumário, p. 28-29). Isto é, o proletariado ainda estava embriagado de ideias setecentistas, arremedos de socialismos e devaneios utópicos, de táticas fracassadas. Era necessário buscar o novo, o futuro, a partir da análise concreta da situação concreta, tomar o movimento da contradição presente e dar um salto teórico-prático-político. Marx analisa precocemente que mesmo o sufrágio universal pode ter contornos contrarrevolucionários, “o sufrágio universal parece ter sobrevivido só o tempo suficiente para redigir de próprio punho o seu testamento diante dos olhos do mundo inteiro” (18 de Brumário, p. 31). Nada era tão certo quanto o golpe de Luís Bonaparte. Sua campanha era de “viva o império!” Jacobinos tradicionais buscaram a luta parlamentar. Nada poderia abalar o sufrágio universal, diziam… E Marx, tomando as coisas pela raiz, viu a antítese direta do sufrágio nascer de suas próprias mãos. “O mais revolucionário dos eventos, na realidade, sucedeu o mais contrarrevolucionário dos eventos”, isto é, aquela burguesia republicana ideológica que havia derrubado a Monarquia de Julho acreditando fazer avançar seu projeto liberal, ao abraçar a contrarrevolução, foi tragada pela reação, dando fim à ela mesma. Napoleão III, “gera a pura anarquia em nome da ordem” (18 de Brumário, p. 153-154), nada tão sinteticamente traduz os golpes burgueses quanto essa frase, seguiu-se uma época de perseguições, massacres, fechamento de jornais, miséria, guerras e o crescimento de mais de 300% de lucro e o crescimento de todos os setores econômicos. O crescimento da riqueza em um polo e da pobreza e pauperização em outro.

Marx, é necessário lembrar, nunca foi um intelectual de gabinete, mas, sim, um intelectual orgânico da classe trabalhadora. Portanto, para além da ação intelectual, precisamos analisar brevemente a sua trajetória política naquele período, Marx entrou na Liga dos Justos, organização que mantinha laços com Blanqui na França, pai do termo “Ditadura do Proletariado”. Posteriormente, em 1847 a Liga mudou seu nome para Liga dos Comunistas, a primeira organização comunista internacional, embrião da I Internacional dos Trabalhadores. Fazendo jus ao lema: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!” Enterrar o passado e construir a partir do futuro, mantendo firme o horizonte revolucionário, em um dos períodos mais difíceis e contrarrevolucionários do século XIX, nesse cenário surgiu a AIT, fundada em 1864. O período foi marcado pela união entre reação política e liberalismo econômico. E o Chamado Inaugural da AIT dizia: “é um grande fato que a miséria das massas trabalhadoras não diminuiu de 1848 a 1864, ainda que tenha sido um período de enorme desenvolvimento da indústria e do comércio”.

E conclamava: “conquistar o poder político (…) tornou-se, portanto, um grande dever da classe operária”. Marx, vale dizer, era um dos grandes nomes e tido por Bakunin como o grande fundador da Internacional, era figura de grande relevo internacional, nos meios operários. Entretanto, não havia a hegemonia sobre a Associação, por inúmeras vezes suas posições foram derrotadas, em virtude da miríade de matizes revolucionários que nela haviam, sendo a seção parisiense da França a mais “hostil”. Contudo, é preciso dizer, que pela ação incansável dele e de Engels e de outros tantos camaradas diligentes de correntes diversas, construíram uma poderosa ferramenta verdadeiramente revolucionária. E assim Marx comentou a fundação da AIT: “a história da Internacional foi uma luta contínua do Conselho Geral contra seitas e experimentos amadores, que buscaram se consolidar na Internacional contra o verdadeiro movimento da classe operária”. E o verdadeiro movimento estava a se consolidar e a se ampliar de maneira acelerada na França e, particularmente em Paris, sob forte ataque do II Império que perseguia sua seção. Os filiados chegaram às centenas de milhares, com grandes internacionalistas liderando greves e enfrentando a repressão policial.

Chegamos, portanto, no ponto final de nossa viagem. Não é necessário ressaltar que há fortes elementos de permanência no pensamento de Marx aqui exposto. Alguns pilares como: superar ideologias utópicas, internacionalismo e o horizonte da Revolução Social são uma constante. Evidentemente, o comunismo como possibilidade histórica. O que remete os anos de 1843 e 1844 quando da introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, que diz: “a arma da crítica não pode, é claro, substituir a crítica da arma, o poder material tem de ser derrubado pelo poder material, mas a teoria também se torna força material quando se apodera das massas” (p. 157). Aludindo, evidentemente, para que a superação da ordem burguesa se dá pela força material, mas que a possibilidade da materialização dessa superação só se dá quando a teoria ganha as massas, ou melhor, quando a teoria incorpora os anseios das massas. “Para nós, não se trata de modificar a propriedade privada, mas de aniquilá-la, não se trata de camuflar as contradições de classe, mas de abolir as classes, não se trata de melhorar a sociedade vigente, mas de fundar uma nova sociedade” (As Lutas de Classe na Alemanha, p. 64). Afirmando o horizonte de realização de uma nova sociedade.

Em julho de 1870 a França entrou em guerra contra a Prússia, o choque entre dois imperialismos militaristas. A Internacional levantou-se contra a guerra. O chauvinismo venceu a solidariedade internacional dos trabalhadores. 1 de setembro de 1870 Napoleão III caía na Batalha de Sedan e em Paris todos corriam ao Hôtel de Ville para proclamar a República, formou-se um governo de Defesa Nacional. Àquela altura, gente como Bakunin proclamava a tomada imediata do poder pelo povo, o levante em massa pela defesa do país e a instauração de Comunas Federadas. Marx, entretanto, defendeu a cautela e o apoio imediato ao Governo de Defesa Nacional: “A classe trabalhadora francesa se move, portanto, sob circunstâncias de extrema dificuldade. Qualquer tentativa de prejudicar o novo governo na presente crise, quando o inimigo está prestes a bater às portas de Paris, seria uma loucura desesperada” (A Guerra Civil na França, p. 32). Um erro de análise. Todavia, eis o resultado de quem tem como substrato de sua teoria a história do tempo presente, naquela altura não estava claro que a burguesia iria capitular. Mas os movimentos eclodiram, como em Lyon.

Marx era um homem guiado por uma teoria prático-política materialista dialética, portanto, em constante movimento, ao invés de projetar seus anseios vãos na razão do Estado, ou tentar fazer com que a força do querer mudasse a realidade, ele se atentou para a mudança de paradigma. A França teve de proletarizar a Guarda Nacional e “Paris armada era a revolução armada” e o Governo de Defesa Nacional tornou-se em um Governo de Defecção Nacional” (A Guerra Civil na França, p. 35). Ele muda de posição, passa a enxergar o que havia por trás do véu da defesa, a notícia da capitulação tomava conta de Paris.

Todo um processo de ebulição social acontecia na França durante o Segundo Império, impulsionado por conta da Internacional e dos clubes revolucionários. Os parisienses estavam prontos para tomar o poder. Todo um processo reacionário emergiu com o proletariado armado de Paris, suas instituições foram levadas para Versalhes e, em 18 de março de 1871, na tentativa de tomada dos canhões em Montmartre, o proletariado não titubeou e tomou o poder de assalto. Dias depois proclamou a Comuna, que tratei em outro espaço.

Segundo Marx, “a antítese direta do Império era a Comuna” (A Guerra Civil na França, p. 56), foi a forma política enfim descoberta para se levar a efeito a emancipação econômica do trabalho” (Idem, p. 59). A Comuna foi uma revolução contra o Estado que só poderia ser levada pela classe verdadeiramente revolucionária, pelo proletariado, por esse movimento, a classe revolucionária erguia uma estrutura de novo tipo, uma negação do Estado. Um instrumento de si próprio, controlado por si e para si. A forma enfim encontrada para a superação da ordem burguesa, a forma política do poder do proletariado sobre a burguesia, a expressão incipiente da ditadura do proletariado. Estava claro para Marx que a Comuna trazia o socialismo em si, que abria a era da emancipação humana, tema que tratava desde a sua juventude. A Comuna de Paris carregava algo de novo, respondia aos acenos teóricos que dava sobre o futuro da negação da propriedade privada.

O que seria a Comuna, senão o comunismo realizável? Perguntou Marx na página 60. Um aspecto importante é quando Marx aponta para o fato da dissolução do Estado constituir-se de uma regeneração social, isto é, após um rompimento, a regeneração, a volta a um estágio anterior, mas de nova forma, moldado pelas contradições do presente. A suprassunção do Estado a partir da sociabilidade burguesa e, principalmente, de uma base material de produção e reprodução da vida de forma burguesa e que a luta de classes não se esgota na tomada do poder pelo proletariado, mas sim, que se ergue uma luta encarniçada contra a velha sociedade. E que a democracia do sufrágio universal só é plenamente realizável sobre essa nova forma política pois não mais está sustentada em uma base material alienante, na qual apenas se disputam os gerenciadores do Estado burguês, mas que sob a Comuna se erigiu a verdadeira democracia. A expressão da ditadura do proletariado, a democracia plena para a massa de produtores e a supressão dos direitos dos exploradores da força de trabalho.

Alexandre Samis, autor de um precioso livro sobre a Comuna de Paris e um grande anarquista, chegou à conclusão que Marx e Bakunin pela experiência concreta chegaram à mesma conclusão sobre a experiência communarda. Há, inclusive, provocações (não de Samis), que Marx teria se tornado um anarquista após a Comuna de Paris. Discordo frontalmente de tais argumentações, minha conclusão é a seguinte: enquanto a única revolução proletária de certa duração vivenciada por Marx, a Comuna de Paris respondeu lacunas teóricas e no terreno prático-político. Quando lemos na Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, que o proletariado irá dissolver a ordem mundial até aí então existente, ou que o proletariado é a única classe verdadeiramente revolucionária no Manifesto, vemos um aprofundamento dessa compreensão de Marx nos anos seguintes. A ação política consciente para a edificação de uma ferramenta revolucionária e depois o proletariado, que era minoritário durante a Comuna, e que foi o fio canalizador do processo revolucionário materializam o que Marx antecipou. Quando Marx, ainda em 1847, mudou o lema da Liga dos Comunistas para “Proletários do mundo, uni-vos!” Isso se traduziu em toda a sua trajetória revolucionária e é expressada pela Comuna, pela bandeira vermelha universal, pela camarada russa Dmitrieff na União das mulheres e do húngaro Leó Frankel na comissão do trabalho. E o horizonte da possibilidade histórica da Revolução Social e do “comunismo”, uma constante em suas obras, como o texto de 1850, quando assinala que o segredo da revolução do século XIX é a emancipação do proletariado. O que a Comuna significa para Marx é a materialização de tendências que ele já havia identificado e, posteriormente, apreensões da experiência concreta da Comuna, como assinalado aqui, no processo de constituição da ditadura do proletariado, verdadeira democracia, luta de classes e etc.

Marx além dessas valências e desse reflexo do real em sua teoria, da apreensão do particular no geral e do geral no particular, foi, também, como em 1848 um crítico da Comuna de Paris. Por seus erros e vacilações. Pelo demasiado pudor, falta de centralização e debilidades militares. Mas Marx jamais apreendeu o processo como uma derrota, como o fim da história, como a vitória indelével das forças da reação, Marx afirmou que a Comuna abriu a era da emancipação humana. E ela foi o farol que iluminou Lenin, Trotsky e Stalin. “A Paris dos trabalhadores, com sua Comuna, será eternamente celebrada como a gloriosa precursora de uma nova sociedade. Seus mártires estão gravados no grande coração da classe trabalhadora. Quanto a seus exterminadores, a história já os acorrentou àquele eterno pelourinho, do qual todas as preces de seus clérigos de nada servirão para os redimir” (A Guerra Civil na França, p.79). Foi após a Comuna de Paris que o mundo, de fato, conheceu Karl Marx, que se consolidou como o grande teórico da revolução proletária.

Viva Marx! Vive La Commune!

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