Em cima da escalada da crise capitalista mundial, os revolucionários temos como dever organizarmos a resistência contra o aumento dos ataques por parte da burguesia contra os trabalhadores e o movimento de massas.
O imperialismo, principalmente o imperialismo norte-americano, busca descarregar o maior peso da crise sobre os povos da América Latina porque é a região que domina de maneira mais contundente.
Nesse sentido, a política geral, que é reduzir as condições de vida ao máximo, adquire especial truculência na região.
O principal problema que a burguesia imperialista tem que resolver é como evitar uma grande onda de quebradeiras em massa que possa levar o movimento de massas a um grande ascenso. Para evita-lo colocou em pé uma política que tem um componente militar preponderante e do qual a política de estados de sítios generalizados faz parte, junto com o aumento da agressividade propagandísticas, que é ainda pior que a que acompanhou a imposição do chamado “neoliberalismo” com o objetivo de conter a escalada da crise que tinha se aberto com a crise de 1974.
Os volumes de capitais fictícios adquiriram dimensões apocalípticas e aumentando.
Fica cada vez mais evidente que sem colocar em pé uma força capaz de enfrentar e derrotar a burguesia imperialista é impossível evitar que os trabalhadores e as massas sejamos esmagados.
O aumento da pressão do imperialismo imposto pela escala da crise tem levado a enorme enfraquecimento do centro da política e ao fortalecimento dos polos. O movimento de massas e revolucionário hoje aparece como muito fraco, mas a escalada do descontentamento social coloca o campo fértil para o fortalecimento. Por isso a burguesia responde com o fortalecimento do fascismo, o endurecimento do regime político e a política de guerra.
Qual internacionalismo?
Muitas organizações da esquerda, inclusive da esquerda revolucionária, muitas vezes confundem o internacionalismo proletário com o apoio a governos da burguesia.
Nas atuais condições, essa política se torna muito crítica, além de um erro político muito grave.
Um dos componentes fundamentais do internacionalismo proletário é o apoio aos trabalhadores de todo o mundo, mas mantendo a independência de classe de todos os setores da burguesia. Isso é marxismo e leninismo básico.
O apoio a ações nacionalistas de determinados povos e governos deve ser dado de maneira parcial, condicional e somente no que efetivamente significar luta contra o inimigo principal, o imperialismo, e desde que ajude a fazer a avançar a luta pela destruição do capitalismo mundial. E com a condição de que seja mantida a independência de classe, até porque a burguesia, assim como a pequeno burguesia, sempre procuram, por causa do caráter de classe, canalizar toda luta para a institucionalidade burguesa.
Para aplicar essa política, ainda é preciso considerar questões táticas como a diferença entre discursos e a prática de determinados governos, o que requer o conhecimento da realidade objetivo. Muitas organizações por limitações, muitas vezes ficam se pautando pela imprensa burguesa ou a propaganda de governos burgueses.
Tarefas colocadas hoje
O internacionalismo proletário é concreto e não tem nada a ver tanto com ficar a reboque de setores da burguesia como de ficar na mera diletância.
Os revolucionários hoje temos como dever organizarmos a luta nos países onde atuamos. Mas devemos considerar essa luta como parte da luta regional e mundial dos trabalhadores e dos povos contra o capital, as burguesias locais e o imperialismo.
Precisamos promover e organizar o apoio ativo aos povos e trabalhadores que estão efetivamente lutando, buscando estabelecer ações práticas e coordenadas.
Uma maneira concreta de apoiar a luta dos povos e dos trabalhadores é por meio da organização de campanhas de divulgação dessas lutas; de ajuda financeira; da formação de uma organização de Direitos Humanos que empreenda campanha em contra da repressão, dos assassinatos e de todas as violações dos direitos humanos, o que inclui a campanha pela liberação dos presos políticos.
A aproximação com as organizações que estão efetivamente lutando contra a opressão do capital deve acontecer por meio de comitês de enlace que permitam o conhecimento da atuação dessas organizações na prática.
Essa aproximação pode começar por meio de comitês de enlace que assumam a forma de comitês de propaganda e que possam evoluir para outras ações concretas como as campanhas financeiras, a solidariedade efetiva na questões dos Direitos Humanos e outras, que levem à realização de atividades e ações concretas cada vez mais coordenadas.
Sem a unidade dos trabalhadores, dos povos oprimidos e dos revolucionários é impossível derrotar a burguesia armada até os dentes.
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