É Hora de ir às Ruas

O primeiro de maio, dia de luta dos trabalhadores, demonstrou aquilo que já denunciávamos. Não existe espaço vazio em política, e a extrema direita sabe muito bem disso. No primeiro de maio, as ruas deveriam ter sido ocupadas pelos trabalhadores, denunciando o genocídio, exigindo o Fora Bolsonaro, Vacina Para Todos e Auxilio Emergencial Digno. Mas quem saiu às ruas foram os defensores dessa política suicida, que não é só a pandemia, mas também  a política econômica que agravada pela pandemia empurra milhões à pobreza, à miséria, ao desemprego, ao subemprego e o enriquecimento da burguesia monopolista. A não ida às ruas organizadamente enquanto esquerda, num movimento político organizado pelo Fora Bolsonaro, demostra claramente a ideia da subestimação política.

É algo muito estranho quando se diz que o fascismo está aí, que tem golpe, que é preciso agir, e na prática deixar o caminho aberto para os fascistas e para os golpistas, ou seja, abandono das ruas que sempre foram um local de tradição da esquerda e dos trabalhadores sindicalizados.

Da mesma forma, jogar as soluções dos problemas do povo para as eleições em 2022 é um absurdo diante de tamanho massacre, causado pelo arrocho econômico e pela pandemia.  O significado dessa situação deveria ser logicamente, a mobilização com todos os meios, para pôr o fim de um governo que promove tal genocídio político. A questão de pensar ou não em relação à eleição não é o fator central.  A centralidade está em lutar ou não lutar, pois só agindo na atualidade se consegue unir de forma positiva o hoje com o amanhã.

Diz-se que o movimento está em descenso no Brasil e que, portanto, a luta de resistência é o elemento principal. Mas quando se abandona as ruas, em tempo que ainda é permitido usá-las como forma de denunciar nossos inimigos (e mesmo que não fosse deveríamos sempre buscar) e atrair o povo para a luta, e passar a atuar contra aqueles que estão querendo usá-las para isso, só pode ser uma resistência Social Democrata, daqueles que já fizeram os votos, que o institucional é o caminho máximo de toda a tática antifascista. Ora, que resistência é essa, sem mobilização do povo, nem mesmo no primeiro de maio, nem mesmo que seja de uma pequena parte do povo que denuncie a conjuntura genocida e passe à ação prática? Como abrir clareiras no golpe, sem que o lado de lá não sofra nenhuma pressão popular das ruas, de forma organizada? Se é possível contar com algumas ações no institucional, essas só terão consequências na luta, pela ação das ruas.

 

A Esquerda e o povo nas ruas são os únicos elementos que farão o genocídio e a pandemia tomar outro caminho, pois enquanto permanecer Bolsonaro, Mourão e toda essa corja, a situação não só vai continuar, também irá se agravar. Além do mais, o quadro que se avizinha é um quadro que, se o proletariado sentir a sua força, irá bem mais longe, não só do que estamos pensando, isto é, de tirar Bolsonaro, Mourão e sua corja ou de ganhar as eleições em 2022, mas de uma retomada de luta do povo brasileiro em defesa da soberania, de sair das cordas e partir para a ofensiva. Parece que a concepção de resistência é o invólucro para não lutar com toda a força. Resistir é o momento em que as forças que resistem devem estar preparadas em todos os campos para todos os embates. Parece que o que se quer, é entregar as armas para não lutar. Em épocas de resistência é que se avança a passos firmes e ambiciosos, pois caso contrário, quando a resistência é vitoriosa, pensa que já se ganhou a guerra, e daí põe se tudo a perder.

A negação que leva a negação tornou-se o episódio mais emblemático de nossa luta no Brasil. E o primeiro de maio comprova isso. Ao tratarmos os bolsonaristas de negacionistas, nós próprios estamos negando a luta na rua contra aqueles que são os responsáveis pela pandemia e pela miséria sem precedentes do povo brasileiro. Não é uma negação da negação logicamente, como lei da dialética, pois se assim fosse, o movimento confrontaria o golpe, contra aquilo que está caduco e não vacilaria em sair ao ataque. Além disso, se essa dialética da negação fosse usada, se entenderia que quando os saltos estão prestes a ocorrer, o objeto a ser transformado (no caso o golpe e o fim do governo Bolsonaro) se apega àquilo que mais lhe dá a aparência de que não há mudanças, às forças mais conservadoras, e dessa forma, exige que as novas forças deem um passo à frente, mostrando se são realmente o novo, demostrando a que vieram.

Por isso, se a esquerda pensa em derrotar o golpe, pôr fim ao governo Bolsonaro e sua corja, de buscar um novo caminho para o povo, é hora de tomar a história nas mãos e sair as ruas e colocar esse governo de imediato pra correr, e não ficar escondido e contemplando medidas e decisões da direita, que podem até ser interessantes diante do contexto, mas acreditem, são medidas e soluções para eles e contra o próprio povo e a esquerda. Pois mirem-se nos exemplos de Biden, o grande democrata que veio armado até os dentes para rebentar os movimentos progressistas e Socialistas do mundo inteiro.

Às ruas pelo Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja.

Abaixo o Fascismo.

Em defesa do povo colombiano, atacado pelo governo fascista de Ivan Duque.

Por um Brasil soberano e socialista.

Dia 29 povo nas ruas!

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