Se o Fora Bolsonaro já era difícil para alguns setores da esquerda entender que esta palavra de ordem poderia mobilizar milhões de pessoas, agora, agregado a ela, o Lula Lá deve tirar ainda mais o sono de alguns, e não estamos falando só da burguesia apenas. Para uns, é muito cedo, para outros, diminui a luta na rua por uma falácia apenas institucional. Nós do Partido Comunista Povo Brasileiro (PCPB), no entanto, entendemos que é o momento certo para que a luta pelo Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja esteja vinculada à defesa do Lula Lá, como um componente decisivo na luta de classes do nosso país.
Essa é uma posição que precisa ser discutida e referendada pelo movimento proletário e de esquerda em nosso país, como um ponto crucial para o enfrentamento ao golpe em nossa pátria e o fascismo internacional. Para começar, a burguesia (internacional e brasileira), está de acordo em coroar os mais diversos candidatos à Presidência da República, menos o Lula, pois é o único que pode unificar as grandes massas do povo pobre e vencer a disputa eleitoral, se, logicamente, tiver.
Outra questão importante nesse jogo é a dimensão que tomou a luta de classes internacional sob a crise imperialista atual, da qual fez brotar a extrema direita e o Fascismo internacional. Nesse sentido, o Brasil tornou-se elemento elo da luta de classes na América do Sul e do fortalecimento das lutas anti-imperialistas no mundo, visto que um candidato que defenda o governo da Venezuela, da Bolívia, de Cuba e da Nicarágua neste momento é impensável para o imperialismo yanque. E se esse candidato, além disso, defende os movimentos de resistência do povo colombiano e chileno, e tem uma boa amizade com o povo e o governo chinês e os países que fazem parte do BRICS, nem que recite mil vezes que fará um governo PARA TODOS, o imperialismo com toda a certeza não fará “vistas grossas”.
Já denunciamos o erro de alguns, que acham que estamos na conjuntura de 2002, quando a tônica ainda se embasava na tese da “esperança vencer o medo”. Agora os golpistas estão no poder e o movimento fascista internacional coloca toda a sua esperança na destruição, pela força das armas, de qualquer movimento progressista nacional e internacional. O imperialismo yanque, principalmente, parece não ter mais tempo para governos que são sensíveis ao Socialismo e muito menos para Estados proletários. Tanto é verdade, que nem governos com certa independência em relação ao império, tais como a Líbia, Síria, Irã e Venezuela que, mesmo não sendo países socialistas, são alvos da ira dos países monopolistas centrais do sistema.
Embora a conjuntura internacional diz muito em relação à nossa luta atual, a candidatura de Lula está mais do que nunca centrada no movimento interno. Poucos levam em consideração que vivemos sob um golpe, e que o mesmo não se desvencilhará por conta de uma mágica eleitoral. A “mágica”, pelo contrário, está refletida em um conjunto de ações, que a esquerda terá que assumir além da luta pelo fora Bolsonaro. Questões como: a unidade da esquerda; a defesa da soberania Nacional (programa mínimo); organização de comitês contra o golpe e de Ações de Libertação Nacional (ALN) e a defesa da candidatura de Lula são de interesse imediato do proletariado brasileiro.
E a candidatura de Lula não é mera representação de uma campanha eleitoral, pelo contrário, é a condição para que todas as outras batalhas descritas acima se articulem. Se as eleições é um ato institucional, no qual a burguesia tentará respaldar o golpe como já o fez em 2018 elegendo Bolsonaro e sua corja, hoje mais do que nunca Lula depõe contra os golpistas, neoliberais e fascistas. É sob esse ponto de vista um candidato não institucional. Por isso, a aposta do imperialismo e da burguesia brasileira entreguista até a medula é que Lula não pode ser candidato de jeito nenhum, justamente porque põe em movimento uma luta, que é muito maior que ele próprio ou que ele próprio gostaria.
Por isso, para nós fica claro que, se não avançar na determinação do Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja com o Lula Lá, ficaremos novamente amarrados na cauda do movimento, à espera da direita trazer com a sua poderosa máquina de fazer dinheiro (o Capital), e suas empresas de comunicação de classe como a Globo, CNN, e Band e assessoras, a massa do povo que ainda falta. Essa é a lógica do movimento burguês, inserir-se para despolitizar e se apropriar do mesmo. Um antídoto para isso é trazer para esse movimento a candidatura de Lula. É um repelente de classe “natural”. Não será nem um pouco difícil para a massa identificar a luta pelo Fora Bolsonaro com o Lula. Para os demais candidatos, pelo contrário, não será nada fácil.
Essa é a nossa posição. Se o nosso movimento cria problemas para a burguesia (para a direita e a extrema direita), para o imperialismo, é porque está muito bem situado, e a CIA já deu ar das graças aqui no Brasil, com nada mais nada menos que o seu Diretor. O resto é choramingo, fagulhas da pequena burguesia, do economicismo, que diante de um grande movimento a ser criado, começa a puxar para trás. Na luta de classes, muitas das batalhas são perdidas dentro dos próprios aliados, que ao estudar a realidade concluem sempre para as impossibilidades ou para um avanço quase nulo, que mais parece um retrocesso.
Na luta atual, o economicismo ganha uma nova abordagem. Já não se coloca mais contra o Fora Bolsonaro, nem de tomar as ruas, mas sim, de limitar a luta ao impeachment. Aqui, a esquerda retoma seu papel caudatário, torna-se novamente uma força secundária no processo, como contribuidora do movimento é tudo e o objetivo é nada. Mas muitos perguntarão: qual é o objetivo afinal? Não é o Fora Bolsonaro? Não, é a revolução, o Socialismo. É nessa premissa que Marx e Lênin denunciavam o limite do movimento dito emancipacionista, de esquerda. Sem a objetividade do Socialismo Científico, uma luta de classe qualquer, como o Fora Bolsonaro, seja simples ou complexa, não irá além do que o receituário burguês ditar, caso o proletariado permitir que ela (a burguesia) encontre as saídas.
Por isso, Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja e Lula Lá.
Abaixo o golpe e o Fascismo.
Em defesa de um projeto Soberano para o Brasil.
Viva a Revolução e o Socialismo.
Viva o Partido Comunista do Povo Brasileiro
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