O fim do ano de 2021 nos possibilita visualizar os possíveis cenários do próximo ano. A crise assola o Brasil, o acirramento da luta de classe se amplifica e teremos muita turbulência pela frente. A campanha eleitoral já iniciou, Lula se mostra na frente de todas as pesquisas eleitorais. A burguesia está inquieta por não conseguir formular uma tática para escantear Lula. A elite já assimilou que Bolsonaro será derrotado eleitoralmente, e ainda sim, não conseguiu forjar a famosa terceira via.
Mesmo nesse cenário que aparenta ser favorável, a esquerda tem que estar atenta e mobilizada contra possíveis fatos políticos que possam mudar o quadro eleitoral. A extrema direita tem a tradição de ser desordeira, achar que aceitaram a derrota é um equívoco, e a direita tradicional trabalha na surdina para tentar barrar Lula. A indicação do ex-ministro da Defesa general Azevedo, por indicação do ministro Fux, demonstra a ardilosa manobra para um amplo controle da burguesia sobre o processo eleitoral. Porque, mesmo que não consigam barrar Lula, eles iram trabalhar para compor um congresso majoritariamente reacionário, como normalmente é, mas em um grau mais elevado, para travar qualquer avanço que possa tramitar no futuro congresso.
Lula se engana ao achar que conciliar com a burguesia ele irar ter aval para governar o Brasil num projeto popular. Mesmo que ele ponha Alckimin para ser vice (que é um erro), o plano econômico da burguesia é o mesmo plano econômico de Guedes. Tudo que for em sentido contrário ao plano econômico das elites será barrado. A américa latina tem demonstrado que só a mobilização popular pode possibilitar a governabilidade, os que conciliaram tiveram fadados a derrota, ou até mesmo se venderam ao imperialismo. A Venezuela se mantem firme porque regularam a mídia, formaram agrupamentos armados do povo e fizeram o enfrentamento nas ruas. Construíram uma constituinte popular, conseguindo barrar a participação da direita imperialista. Embora a Venezuela não tenha completado a revolução, ela se encontra mais preparada no enfrentamento ao imperialismo, servindo de exemplo para os povos latinos.
A respeito da campanha de Lula, é imprescindível o apoio da esquerda. Ele é um líder popular que consegue mobilizar as massas em nosso país, é o único candidato da esquerda com chances reais de ganhar a eleição de 2022. Mas não podemos apenas nos bastar por apoiarmos, é preciso uma grande mobilização que o apontem para um projeto popular de enfrentamento a burguesia, que impeça de fazer o caminho mais “fácil”, que é o da conciliação. As tratativas de Lula com Alckmin têm que ser denunciadas. Não é possível que ele não tenha aprendido com Temer, os riscos de um vice golpista. Alckmin defende aquilo que for determinado pelo imperialismo Yanke, o ex-governador de São Paulo é ligado diretamente com o setor mais atrasado da sociedade, em 2018 como candidato a presidência da república, ele defendia privatizar tudo que puder. É preciso combate-lo desde já.
É importante apresentar um projeto de governo que seja de enfrentamento as elites. Que estabeleça a revogação do que foi privatizado nos últimos anos, que restitua as leis trabalhistas, que rompa com a PEC dos gastos. Esse projeto tem que acabar com a tutela das forças armadas sobre a política nacional, democratizar os meios de comunicação e fazer o enfrentamento ao imperialismo. É preciso batalhar para que essas medidas cheguem ao ex-Presidente Lula, também não podemos nos iludir que ele irar acatar essas propostas. Por isso a esquerda tem que se unir em uma grande frente, para pressiona-lo a assumir esse projeto.
2022 será de muitas lutas, inclusive de demonstrar o nosso descontentamento sobre os possíveis vices de nosso candidato. A única certeza que levamos para o próximo ano, é que independente do vice, Lula será o candidato da esquerda. Teremos que estar preparados para os ataques da extrema direita, esses que irão se intensificar à medida que se aproxima a eleição. Precisamos estar mobilizados para o antes, durante e o depois das eleições, para impedir qualquer medida ardilosa da burguesia. Nesse sentido damos adeus a 2021 sabendo que 2022 será cheio de incertezas e muita luta e que grandes batalhas estão por vir.
Fora Bolsonaro!
Pela Unidade dos Revolucionários!
Lula presidente!
Faça um comentário