Mobilizar para avançar: Lula Presidente

Para quem sempre tem algo a perder economicamente (e este é um problema burguês), o movimento das massas é sempre visto como preocupante. Mesmo que, em muitos casos, a burguesia se utiliza das massas para realizar golpes, como no caso em 2013 aqui no Brasil (movimento de que o gigante acordou), bem como nos movimentos de guerra híbridas ou de primaveras árabes, etc. O povo na rua em massa, de forma espontânea, sob determinado comando revolucionário, pode fugir aos controles daqueles que têm um fim de utilizá-los para uma determinada tarefa e golpeá-los junto com as forças golpeadas.

Avaliamos justamente o contrário, as massas adquirem junto com o partido o centro de todo o projeto transformador da sociedade. As massas são o ponto central de nossa ação. Para a burguesia, é justamente o contrário, elas são um elemento apático, manipulável de todas as formas, inconsciente, sempre objetos, nunca sujeitos da história.  A perspectiva burguesa de perder o controle econômico, a sua riqueza, faz com que ela, por não querer perder os anéis e os dedos, faz uso das massas, mas treme de medo de perder o controle.

Em nossa história estamos cheios de exemplos: desde a Conjuração Baiana até a Revolução Farroupilha, setores das oligarquias locais buscavam a força do povo para fazer valer seus projetos econômicos. Até a promessa de libertação dos escravos,  no Rio Grande do Sul, os estancieiros e os coronéis, os latifundiários e os sesmeiros vieram apelar para fazer seus negócios continuarem rendendo como os de outrora. No entanto, assim que notaram que o povo tinha gostado da luta pela liberdade, Pimba!, os de cima se uniram para aquietar o povo. As lideranças foram logo mortas ou aquietadas por tantas forma possíveis, algumas nem precisavam de tanto, mudaram de lado da noite para o dia.  Aqui, Palocci é um exemplo perfeito em nossa época.

Em relação à história geral, exemplos não faltam também. O exemplo, no entanto, sobre o qual mais temos que nos debruçar é em relação à luta contra o fascismo. Na Segunda Guerra Mundial, os fascistas e os nazifascista tornaram-se uma fração burguesa que em alguns países lutava para se somar ao seleto grupo de meia dúzia de nações imperialistas. Um projeto burguês contra outro projeto burguês em uma luta em todos os campos, principalmente militar, para compor entre aqueles que dividem o mundo sob sua exploração: as fontes de matéria prima e a mais valia. Os fascistas se valeram das massas na defesa de seu projeto burguês. Seu extremismo reacionário e anticomunista unia a burguesia no mesmo sentido que as separavam economicamente. Nessas horas, a força econômica burguesa fala mais alto do que qualquer outra vertente, é a sua sobrevivência política.

Por isso, movem aos milhares e aos milhões as massas, para colocá-las sobre a sua ação. O maior medo nesse projeto da luta entre a burguesia é o aparecimento do projeto claro, proletário. Por isso, diante de qualquer luta dessa magnitude, os fascistas primeiro tendem a aniquilar com a organização proletária, o partido revolucionário proletário. Isso derrotado, fica aberta a luta para entre eles decidirem o quanto que ficará para cada um da exploração.  Por isso, esses dois estágios são importantes para a burguesia, mover as massas, isto é, em defesa de seus projetos bem como a certeza de que a organização revolucionária fora aniquilada. Na Alemanha nazista, a Social Democracia, ao aniquilar o partido de Rosa Luxemburgo (do grupo Spartakus), deixou o campo livre para o arregimento das massas pelo fascismo.

Na conjuntura em que vivemos aqui no Brasil, a mobilização contra um governo genocida, fascista, golpista, pode significar o embrião de uma grande politização proletária. Trazer o povo para as ruas em um momento como esse, inclusive passa por cima de lideranças de esquerda que não querem ver as massas ocuparem as ruas de todo o Brasil. A defesa de Lula a presidente já é por si só um momento propício para a luta avançar. Munido ainda de um projeto soberano popular para o Brasil, a consciência pode dar saltos e dará, sem dúvidas, com o povo nas ruas.

Por isso, a burguesia luta na perspectiva de como evitar essa mobilização e se alia a muitos de esquerda que estão com Lula para acomodar as massas para governar. Alguns estão preocupados com o processo eleitoral no que tange à formação do congresso brasileiro, com o número de deputados que dará apoio a Lula. Ora, a mobilização de rua e um programa avançado une os dois passos ao mesmo tempo, pois o povo votará naquele que abrir perspectivas para suas mudanças. Separar a luta de rua, a mobilização do povo e um projeto soberano para o Brasil do voto é uma metafísica difícil de entender, e quem mais entende essa lógica são os golpistas que querem ficar com as coisas do jeito que estão, e farão de tudo para que tudo aconteça sob uma camisa de forças.

Por isso, ficar restrito ao voto, ao debate nas mídias, na televisão, é uma grande derrota. Atos de rua devem tomar conta de todo o país, bandeiraços, passeatas, etc. Aqui, na América do Sul, o povo tem ido às ruas e tem demostrado o protagonismo. A esquerda aqui no Brasil até poderá ser vitoriosa nas urnas, mas de nada adianta se for derrotada na mobilização, na defesa de um projeto soberano que só poderá vir da resistência das ruas.

E nesse primeiro de maio, é dia de tomar as ruas pelo Fora Bolsonaro Mourão e suas Corjas, abaixo o golpe, abaixo o Fascismo, e na defesa de um projeto Soberano popular, anti-imperialista, antilatifundiário.

Fora Bolsonaro, Mourão e suas corjas.

Abaixo o Fascismo.

Por um programa popular soberano.

Lula presidente.

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