AI-5 internacional

A aprovação de 40 bilhões de dólares pelos Estados Unidos para uso exclusivo da guerra contra a desestabilização da Rússia é em essência o financiamento da manutenção da guerra como o elemento mais lucrativo para a burguesia imperialista, principalmente a americana. A manutenção da guerra permite que, com uma produção menor em vários ramos, possa-se cobrar mais pelo mesmo valor. Permite, por conta do monopólio, ganhar lucros estratosféricos como a lei do lucro máximo.

A manutenção da guerra permitirá que a Europa fique novamente dependente da produção americana, como ocorreu durante e no fim da Primeira Guerra Mundial. Foi ao final dessa guerra que os EUA começaram a viver os anos dourados de sua economia. A sua indústria crescia a passos largos para dar conta do mercado Europeu destruído. Foi o período em que os EUA receberam dos bancos centrais Europeus, como pagamento, parte do ouro roubado em séculos das colônias da América, África e Ásia. Ao fim desse período (1918 a 1928), a burguesia ianque acumulava a metade do ouro do mundo, e, embora crescesse desatinadamente, a recessão veio em 1929, levando a outra grande guerra.

Diante da nova crise e as ameaças produtivas vindas da China, os Estados Unidos estão realizando, neste século, a sua mais nova investida no aprofundamento e no domínio dos mercados, uma tentativa de uma nova configuração do domínio imperialista americano. Para tal aventura, os que estiverem do seu lado (EUA), o AI-5 internacional acena que não faltará dinheiro, seja em propaganda contra a Rússia e o Putin, para se unir no front da Ucrânia, para atacar a esquerda anti-imperialista, para apoiar a extrema direita e direta de qualquer país do mundo que seja submissa aos intentos do imperialismo ianque. Até para setores ditos de “esquerda” não faltará recursos para a russofobia, como já acontece na Europa, ou contra a China, o socialismo, ou qualquer coisa que remeta a soberania ou a autodeterminação dos povos.

A Cúpula das Américas é um convite para as burguesias do continente para juntar-se ao grande projeto “democrático” do imperialismo ianque, que visa isolar, destruir, golpear todos aqueles que não estiverem pari passu na lógica de Biden, Trump, Pentágono, Cia, Otan, etc. É um projeto que o imperialismo não faz do ponto de vista “normal” de suas ações, faz, nesse momento por exigências da crise e de sua necessidade de manter-se como nação dominadora universal, de continuidade de comandar a globalização e impedir a qualquer preço quem se atreva a defender a multipolaridade. Qualquer mudança de rumo, seja devido à força do adversário (Rússia e China), ou um movimento interno do proletariado americano contra a expansão dos EUA e da guerra (uma guerra civil), a situação interna pode agravar e muito a crise nos EUA, que já é imensamente profunda.

As pedras não param de surgir no meio do caminho dos EUA. Isso só significa que o endurecimento e aprofundamento da dominação imperialista já está contabilizada nos 40 bilhões de dólares. A retirada de Cuba, Venezuela e Nicarágua das discussões da Cúpula das Américas, condenando esses países de ditaduras, é um indício do que estão preparando. E isso fica mais evidente quando Bolsonaro, diante do quadro, colocado internamente, economicamente entre a Rússia (fertilizantes para o agronegócio) e o caminho ideologicamente traçado pelo fascismo americano, rende-se ao projeto financeiro deste último. Certamente, a luta tende a se agravar e muito em toda a América Latina.

Essa é a polarização que existe em todo o mundo. Não há caminho pela terceira via, nem aqui, nem em lugar algum. Ou se está com os EUA ou se está contra ele. Por isso, o projeto soberano para o Brasil, quando for especificado o que significa isso na prática, salta aos olhos de qualquer utópico, pois representa, no curso da luta política, o enfrentamento a nada mais e nada menos que o imperialismo ianque. E não é só isso, também o enfrentamento interno a toda a extrema direita, e parte da direita vendida ao Capital internacional e essencialmente a Washington. Os vende pátria também estarão dispostos a se contrapor às mudanças do golpe, que elevou a produção de mais valia no Brasil a uma escala violenta. Não é pra menos que 50% das população brasileira passa fome.

Por isso, não existe razão para comemorar a possibilidade de vitória de Lula nas eleições, seja no primeiro turno ou não, sem mobilizar o povo e a própria esquerda para as lutas vindouras. Claro que derrotar o fascismo, mesmo que eleitoralmente, sempre é um motivo a mais para a luta. Porém, o cenário é de guerra, e quem não está preparado para ela, principalmente ideologicamente e politicamente, sucumbe ou troca de lado na primeira derrota. Por isso, ter claro o quadro conjuntural em que estamos vivendo faz avançar a consciência da esquerda e do povo unido em um projeto político.

Com o AI-5 internacional em ação, a burguesia de cada país será bem paga para aquietar dirigente políticos e lideranças populares que tenham consciência desse desafio colocado. O imperialismo e seus defensores detestam quem ousa desafiá-los e por isso tentam calar suas vozes antes que suas concepções chegam ao povo e possa se tornar esse ideal em força material (ação das massas). Nesses momentos são decisivos os lutadores que levam a luta até as últimas consequências e serão bem pagos aqueles que da esquerda abortarem o caminho da luta, desviarem o povo de sua emancipação política e ajudarem a isolar as forças mais avançadas.

Marx fazia ironia sobre a ideia daqueles que pensavam em fazer uma revolução sem alma política. Considerava um absurdo querer mudar a Sociedade sem mudar o poder que a determina. Se a esquerda brasileira pretende fazer do Brasil um país soberano sem a alma política, seu entendimento é que apesar do poder do Estado brasileiro estar constituído nas mãos de uma burguesia entreguista, atrelada, submissa, voltada para o domínio do imperialismo, poderemos, assim mesmo, sem mudar quase nada quanto a constituição do poder atual emplacar a soberania. Isso definitivamente não passa de um deslumbre metafísico.

Mas pode, além disso, haver um problema ainda maior, querer a Soberania sem a alma Social, isto é, sem o povo nas ruas decidindo ao lado das suas organizações de classe (esquerda) o futuro do Brasil. Aí sim, que a metafísica se unifica de ponta a ponta.

 

Fora Bolsonaro Mourão e sua corjas.

Por um projeto político soberano de país para o povo brasileiro.

A esquerda unida, une o povo.

Lula Presidente

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