Centenário da morte de Lênin e a guerra imperialista
O Marxismo apenas colocou as pedras angulares da luta pelo Socialismo Científico. Essa definição é correta, pois remete as questões tais como o materialismo filosófico, o materialismo histórico dialético, a luta de classes como motor da história, a inevitabilidade do Socialismo, o proletariado como a classe coveira da burguesia. Lênin, atuou nesse desenvolvimento, sua extensa obra está presente os fundamentos do marxismo, porém aplicado diretamente na Rússia, o país Euroasiático mais atrasado da Europa. Assim como no século XIX a Alemanha foi o berço da Filosofia (a ideologia alemã) no século XX a Rússia fora o berço das transformações revolucionárias (um ano duas revoluções).
Lênin compreendeu o Marxismo como uma obra essencialmente político (prático) e não econômico como muitos marxistas pensavam. Uma obra que baseada na luta de classes, precisava ser correspondida pela ação consciente dos revolucionários. Um partido de lutadores profissionais, de funcionários a serviço da classe operária, sendo que ela própria deveria formar as organizações do partido, sustentar economicamente, e organicamente manter e elevar a disciplina. Um partido proletário com uma organização liberal, não serve pra nada, nem mesmo para concorrer nas eleições parlamentares burguesas, pois o capital tem muito mais créditos (recursos de todo o tipo) para mobilizar as massas que as tagarelices dos ditos Socialistas. Eles as vezes, nessas condições, crescem porque o próprio capital lhes guarda um cantinho para mostrar o quão democrático é a ditadura burguesa.
Por outro lado, se quiser tomar o poder, é preciso uma poderosa força que não se abata frente aos primeiros canhões e baixas que as massas vão sofrendo. A propaganda e agitação contra a burguesia, precisa redobrar o seu empenho nas épocas de crise revolucionária. Não pode permitir que as massas se abatam diante de um inimigo que decuplica sua força em épocas de revolução e se unifica ao capital por todos os lados. Na revolução Russa, o povo Russo enfrentou nada mais nada menos que 14 países beligerantes, que mandavam seus soldados armados para afogar a revolução. Além disso, um partido que consiga isolar das massas os chefes pequeno burgueses, que nessas épocas por conta do medo e de suas concepções, não levam adiante o processo revolucionário. No desespero passam para o lado da burguesia.
A política independente da classe operária, desenvolvida por Marx, foi posta em prática por Lênin na Rússia, se lançando a construir um programa, uma tática e um partido da qual pudesse ser a vanguarda consciente, o Estado maior da classe operária. Este foi o grande desafio, pois sem um partido centralizado e disciplinado, a política mesmo correta, não ganharia materialidade no momento adequado, passaria batido no momento oportuno. Em política, o cavalo passa encilhado muitas poucas vezes, ou seja, a janela histórica não fica aberta por muito tempo. Por fim a aplicação tática de Marx, de que é preciso organizar a luta para os dias que concentram, por si só, anos de desenvolvimento lento, foi colocado em prática. Sem a existência desse partido, a tarefa não seria conquistada e a revolução proletária não aconteceria.
Na época do imperialismo e da guerra o Marxismo foi colocado novamente a prova e não fracassou em apenas uma frente, a Leninista. Os marxistas que compunham a Socia Democracia, a Segunda internacional, a maioria tornou-se renegada em 90%, se não mais. Lenin, travou todos os embates no campo filosófico (materialismo X empirocriticismo), na campo econômico ( O imperialismo fase superior do Capitalismo), no campo político ( o Estado e a Revolução) e teve a incumbência de levar os 10% que sobrara a levantar a bandeira da revolução, isto é conduzir a luta do proletariado para transformando a guerra imperialista em um despertar das massas a compreender que acreditar nos capitalistas de seu país é agir de forma inconsciente, é dar aos bandidos de todos os países o poder de continuar fazendo o que até então sempre fizeram, esmagar o proletariado e o campesinato, e as massas semiproletárias.
Lênin, foi um general proletário em ação no campo de batalha. Desde que colocou os pés na Rússia em abril de 1917, até a sua morte em 1924, seu lugar era sempre ao lado do proletariado. E quando falamos do isolamento momentâneo que Lênin sofreu na Segunda Internacional, após a revolução proletária de 1917, a Internacional Comunista (III internacional) já se tornara a Internacional revolucionária. Como dizia Rosa de Luxemburgo, a II internacional era um cadáver mal cheiroso.
Mas, se para o Marxismo-Leninismo o motor da história é a luta de classes, e se esses chefes do proletariado entendiam assim o mundo, e como parâmetro de sua luta contra o oportunismo sempre fora a principal, de forma alguma se apavorariam com a derrota sofrida pelo seu partido, por dentro da própria organização. O internacionalismo proletário fora derrotado por dentro, fato que levou a III internacional ao desaparecimento completo em 1937. Um marco relevante, talvez a principal vitória do imperialismo, da burguesia internacional, do oportunismo.
Para nós, Marxista-Leninistas, o centenário da morte de Lênin, tem objetivo de retomar a luta sob a concepção da tradição bolchevique, que sem teoria revolucionária nem se quer tem movimento revolucionário. Que os revolucionários e o proletariado, os operários do mundo compreendam que a derrota não foi do Marxismo-Leninismo, a derrota sofrida veio do oportunismo, da falta da vigilância dos revolucionários, da falta de estudo talvez, da destruição do partido operário do tipo bolchevique com certeza, do burocratismo no Estado sem dúvida. O 7º Congresso da terceira internacional comunista, não tinha mais nem 1% de Marxistas-Leninistas, essa é a verdade nua e crua.
Mas conscientes desse processo, a retomada é eminente de todos os revolucionários de nosso país que assim pensam. Temos várias divergências e teremos muitas que aparecerão no caminho da luta, porém, nossos objetivos são sólidos, criar novamente as bases de um partido operário, com centralismo democrático e disciplina revolucionária, que possamos discutir nossas diferenças sob a luz do Marxismo-Leninismo, e construir um congresso vitorioso. O centenário da morte de Lênin, para nós é a oportunidade de colocar mais luz sobre o processo revolucionário no Brasil e no mundo.
– Viva o Povo brasileiro
– Viva a Revolução.
– Viva o Marxismo-Leninismo
João Roberto Bourcheid
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