A vitória eleitoral na Venezuela, indica que o caminho seguido pelo povo venezuelano, juntamente com as lideranças e organizações que se aliam a ideia de Revolução Bolivariana, não tem volta, isto é, ou se aprofunda a Revolução ou volta ao total comando do imperialismo. Indicávamos um tempo atrás, que o caminho feito pela Venezuela, era alvissareiro; e fazia relação com uma meia revolução. Não nos enganamos, e o caminho seguido por este povo em armas tem demostrado que, o inimigo é, além das Oligarquias de seu País, entreguistas desde sempre e contra seu povo, também o Imperialismo, principalmente o Ianque.
E Sob esse ângulo entreguista, funciona também as Oligarquias brasileiras. Um movimento em Washington e é seguido de imediato por elas no País. O termo pato usado pela Fiesp é bem sugestivo para eles, mas como patinho. A pata maior tá no norte. Por isso, se o terreno eleitoral apresentasse alguma perspectiva de mudanças, seria como iniciação de um processo que tem como objetivo de trazer o povo as ruas para as mudanças da encomia política. Hugo Chaves tentou algumas mudanças de ordem superior por via eleitoral, mas as ditas “forças ocultas” logo se formaram, e como ele não cedeu, foi sequestrado literalmente, retirado do governo, retratado como renúncia. Esperamos que o processo histórico vivido aqui no Brasil em 2016 e aquele vivido por Hugo Chaves, ajudem a esquerda no Brasil a superarem as ilusões no sistema econômico, não nas alianças. São duas coisas bem diferente.
E Chaves e Maduro dão provas disso. Quantas vezes chamaram a oposição para a discussão. Não há motivos para temer alianças, há motivos no entanto, quando os objetivos, são frágeis, incertos, imaturos, obscuros, etc, em outras palavras, escondidos do povo. Entre várias coisas que são muito claros no Marxismo é também a de colocar seus objetivos sem farsa. E é isso também que a burguesia detesta, seus acordos não devem ser colocados na íntegra a luz do proletariado. Lênin, quando acertava acordos, pontuais com as demais classes, isto inclui inclusive a classe camponesa, deixava claro os objetivos dos acordos para as massas proletárias. Jamais atou-se as mãos em relação a isto. A lógica do proletariado é de não ter nada a perder, apenas os seus grilhões, portanto esconder o que do povo; já para a burguesia é o inverso, a mentira é seu maior cabedal.
Estamos no entanto, diante de uma eleição comandada por um golpe aqui no Brasil. A ordem seria talvez a de não participar, pois as pedras estão marcadas. O triunfo da direita e da extrema direita é incontestável, a não ser, por acordos que desconhecemos, isto é, fora do conhecimento do povo. Mas nesse sentido, continuaria sendo a vitória deles. O que me leva a não acreditar nisso, é o medo que a burguesia tem das massas nas ruas e a exigência de mudanças profundas na economia política. Não será possível governar por um dia, qualquer força de esquerda ou de centro, se não derrubar o golpe. Caso não se estabeleça isso, deixará de ser esquerda ou centro e terá passado para o lado da direita.
Além disso, não estamos em épocas de esperanças democráticas para o mundo, mesmo os 10% da ditadura burguesas, pelo contrário, é o imperialismo batendo a porta em todos os países do mundo trazendo junto a bandeira do Fascismo. São tempos que o ano podem valer séculos, se tivermos maturidade para não perdermos a influência sobre as massas, não deixa-las cair nas mãos dos fascistas. A Venezuela, tem dado para nós este importante ensinamento. O Fascismo esta as portas de Caracas, contando apenas com uma breve recaída do povo, para dar o golpe de misericórdia. Mas sabemos que os Fascistas, quando não conseguem tal êxito, invadem mesmo assim, mas o medo de um novo Vietnã sempre bate forte na consciência (se é que ainda existe) da burguesia ianque.
E para nós o erro aqui, está relacionado na divisão da esquerda, de não trabalhar com uma frente ampla; de não radicalizar a luta contra o golpe, a direita e o fascismo ao mesmo tempo que amplia-se a participação de lideranças e as massas. Na luta contra o golpe a radicalidade é sinônimo de amplitude. A bandeira do Lula Livre, marca de luta contra o golpe neste momento, não pode seguir em frente apenas com as forças do Lula, do PT; se não ampliá-las para que ela se torne referência dentro de uma Frente Ampla, unificada já no primeiro turno, inevitavelmente se esvaziará, perdendo a radicalidade porque perde a amplitude.
Portanto, nós do PRC saudamos a vitória eleitoral de Maduro e do povo Venezuelano, e que a Revolução Bolivariana possa transformar-se numa revolução Socialista e ser mais um marco revolucionário na América.
E que diante das foças reacionárias nós possamos mirar-se nos exemplos dos nossos vizinhos, apoiá-los no seu caminho de libertação do jugo do imperialismo e como eles, saber que a luta para nós (proletários) é a Revolução, e para eles (burguesia) é o imperialismo. O mundo da liberdade X o mundo da escravidão.
– Viva a vitória eleitoral do povo Venezuelano. Abaixo o Imperialismo.
– Viva a Revolução Bolivariana e sua luta pela revolução Socialista.
– Viva a Frente ampla no Brasil, contra o golpe, a direita e o fascismo.
– Lula Livre.
João Bourscheid.
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