Nos últimos meses os movimentos sociais em conjunto com os Partidos de esquerda retomaram as ruas no Brasil exigindo, entre outras pautas, o fim do governo fascista e genocida de Bolsonaro (“Fora Bolsonaro!”) e a vacinação imediata para toda população (“Vacina Já!”).
Esta retomada demonstrou-se imprescindível, tendo importantes consequências práticas. A aceleração no processo de vacinação em nosso país “coincide” com a realização das manifestações. As novas crises do governo Bolsonaro, diferentes das antigas, agora são fruto da pressão das ruas. Para quem duvida disso, basta analisar a mudança desesperada de postura do governo Bolsonaro que antes sentia-se tranquilo o suficiente para fingir que não havia relação alguma entre ele e o chamado centrão. “Se gritar pega centrão, não fica um meu irmão”, dizia o General Heleno há três anos, representando o governo. Hoje, a partir da pressão das ruas, o próprio Bolsonaro diz abertamente o que sempre soubemos: “Eu sou do centrão!”. Bolsonaro sempre buscou negar este vínculo que o constitui “até os ossos”. Os movimentos sociais em luta nas ruas, provocaram uma crise no governo forçando-o a ser sincero. Uma prova disso é sua súplica ao dito centrão (que na verdade seria mais justo ser nomeado como “direitão vendidão”) para que fique ao seu lado no enfrentamento às manifestações contrárias a seu governo, aos moldes do “minha gente, não me deixem só!”.
Enfim, aqui apenas alguns exemplos das consequências práticas decorrentes da importante retomada das ruas e que apontam a correção desse movimento. Entendemos que nós, forças progressistas e movimentos sociais, não podemos mais sair das ruas, este e é o caminho!
Os fascistas, assustados e preocupados, tentam dar uma resposta aos nossos movimentos. Buscam evitar que continuemos fragilizando o governo Bolsonaro. Embora de forma mais tímida e em menor número, comparado com os nossos movimentos, os bolsonaristas realizam carreatas e “motociatas” com a presença do próprio Bolsonaro. Não podemos naturalizar essa tentativa dos fascistas e/ou aceitá-la como uma disputa onde saímos às ruas tentando ter mais mobilização do que eles, como se esse fosse o único enfrentamento a fazer. Precisamos mostrar que a luta é séria e que estamos dispostos a derrubar tanto Bolsonaro quanto a corja que o acompanha. Devemos então, realizar novas ações, mais fortes e contundentes, com práticas que respondam a seriedade da luta e que releguem esses movimentos dos fascistas ao que realmente são, passeio de domingo da classe média e de representantes das elites em seus carros e motos.
Dizer isso não significa que subestimamos os fascistas. Sabemos bem o que tramam e do que são capazes. Mas, se nós da esquerda aceitarmos esses passeios dominicais da classe média e de setores da elite como uma disputa ferrenha, estaremos mais uma vez subestimando a capacidade do nosso povo.
Logo, precisamos apostar na força e na coragem das massas em luta. Precisamos avançar e ir além destes atos periódicos de rua, que devem sim continuar. Os avanços conquistados pelas ruas não podem parar! Porém, se nos mantivermos atuando somente nestes movimentos, sem a inserção de novas ações que se façam mais contundentes e fortes (como já dito) e até surpreendentes, a tendência é que o resultado da pressão das ruas perca força. Por consequência disso, poderão ser administradas mais facilmente pela direita e pela extrema direita.
Por isso, nós do PCPB apontamos: Greve Geral Já! As nossas manifestações de rua prepararam um terreno propício para a execução efetiva desta ação.
A Greve Geral dará um novo tom às ruas, pois atacará a burguesia aonde ela mais sente: na produção. Assim, geraremos impactos imediatos e o aumento no nível de pressão sobre o governo. A construção da Greve Geral deve seguir a lógica dos atos de rua, sendo realizada não apenas como um dia de greve, mas, periodicamente, em vários dias, exatamente como têm sido as manifestações pelo “Fora Bolsonaro!”. É preciso apostar no crescimento da adesão e no fortalecimento do movimento a cada nova data em que se realize.
Certamente a ação da Greve Geral terá um caráter surpresa, pois a burguesia, o imperialismo, os fascistas, tendem a contar com a retranca e com a covardia da esquerda e dos movimentos sociais. E como destaca implicitamente a famosa palavra de ordem “ousar lutar, ousar vencer!”, sem a ousadia da luta não temos como derrotar os responsáveis pelo quadro sofrível e adverso enfrentado pelo proletariado.
Precisamos ter a ousadia de lutar, tendo o anseio sincero de verdadeiramente derrubar Bolsonaro e sua corja. Encaminhar a Greve Geral Já, convocando os movimentos sociais a parar o transporte coletivo, as fábricas, o serviço público… Realizar todos os piquetes necessários, todas as ações que garantam efetivamente a Greve Geral como importante ferramenta de luta. Assim como os atos de rua, a Greve Geral crescerá a cada data. Nesse momento, esse é o novo e o necessário, e portanto, o nosso próximo passo.
Além disso, crer que derrotaremos o fascismo nas urnas em 2022, contando com a lisura do processo eleitoral e das instituições, é um erro que demonstra uma ilusão de pouca memória. Não podemos esquecer o recado dado há pouquíssimo tempo pelos golpistas: “com supremo, com tudo”. Erro que sacrificará ainda mais o proletariado. A força das massas é a única que capaz de garantir a derrota do fascismo e dos ataques neoliberais e que pode, efetivamente, garantir que Lula seja candidato em 2022 (pois certamente a burguesia já planeja uma forma de tirá-lo do processo, o que já foi feito em um passado também muito recente). A Greve Geral é a ferramenta necessária para garantir a ofensividade da luta proletária nesse momento.
– Greve Geral Já!
– Fora Bolsonaro e sua corja!
– Lula Presidente!
– Ousar Lutar, Ousar Vencer!
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