“Não existe possibilidades de intervenção militar”. O que é isso companheiros?

Muitas vezes, fala-se do povo acreditar nas mentiras que os meios de comunicações diuturnamente repisam em seus lares. Nos outorgamos o poder de dizer que somos politizados. Porém, basta um general dizer que não existe possibilidade alguma de intervenção militar, e aqueles que o pedem são uns malucos, basta, para muitos da esquerda saírem repetindo as mentiras dos generais. As ilusões de classes aparecem a todo instante, tais quais na época do golpe, depois do golpe, e agora no aprofundamento cada vez maior do golpe.

Quando Bertolt Brecht escreve em um de seus poemas, que os “tiranos fazem planos para dez mil anos”, ele logicamente não está errado. A burguesia, faz planos para a eternidade, assim como os Escravistas e os senhores Feudais também os fizeram. Engels, na Origem da família, da propriedade privada e do Estado, também mostra que o Estado, tens seus fundamentos na manutenção eterna da exploração. Por isso, do ponto de vista político econômico, o Estado capitalista e a burguesia monopolista, imperialista na atualidade, tem em mente, projetos milenares. Não é para menos que seu poderio bélico é sempre crescente, bem como suas corjas de agentes de espionagem e grupos de extermínio, que agem em todo o mundo e, inclusive, em seus próprios países, para que o proletariado não desperte para a luta e se organize.

Se vão bem no plano político, a economia não lhes dá vida “fácil”. Para manter tudo isso é preciso muito investimento de mais valia que tornam, esses Estados, em verdadeiros parasitas. E, em épocas de crise, quando a produção de mais valia declina assustadoramente (diminuição da massa de mais valia), os projetos milenares só são assegurados com o fascismo. A guerra é o prenúncio, bem como os golpes, intervenções, guerras comerciais e as migrações forçadas por um lado (que neste momento batem o recorde da segunda guerra mundial) e o fechamento de fronteiras para impedir esse acesso, por outro. Em outras palavras, a luta de classe se acirra levando a cada nova solução de um problema o aparecimento de outros ainda maiores.

Quando seus projetos de dominação começam a ficar comprometidos, pela crise econômica e pela ação política do proletariado, novas exigências são postas para a ditadura burguesa. Os que se arriscam a dizer que não existe possibilidade de intervenção militar, não conseguem ver um palmo diante do nariz. A vizinha Venezuela, está assombrada frente as decisões da OEA, de que o caminho para aquele país, é a intervenção militar. A Líbia foi vítima de intervenção militar, o Egito os militares tomaram o poder, na Turquia tentou-se esse mecanismo a pouco tempo, a Síria sofre o tempo todo pela ação militar dos EUA, a Palestina é atacada diariamente em seu território por Israel, etc.

A conjuntura de guerra e intervenção militar, são as práticas burguesas mais usadas neste momento, sem que haja o medo da URSS, alardeada nas intervenções militares de outrora. Aqueles que repetem as falas dos generais, da Globo e demais meios de comunicações sobre a intervenção, estão desarmando as consciências para a crise profunda que vive a burguesia na atualidade, bem como que a sua saída para a crise depende de ação bélica; em outras palavras, a exigência de forças militares para manter o comando e os seus planos milenares.

Ajudam a esconder os planos da burguesia e da extrema direita. Agem como cúmplices. Como não é possível intervenção militar, se estamos assistindo isso no Rio de Janeiro? A concepção metafísica ou formal, vê uma coisa dissociada da outra. Não vê o todo, vê a coisa em separado, não unificada, não em movimento.

Essa concepção, metafísica e mecânica, vê por exemplo, na vinda do vice presidente dos EUA, não como aprofundamento do golpe em nosso país, na América, e logicamente contra a Venezuela; e sim, como um passeio oficial entre Estados, para prestação de contas um para o outro. Tal qual um dos aparatos do golpe ( meios de comunicação) mencionam. Essa concepção, de muitos companheiros, que enxergam a luta sem movimento, sem luta de classes, sem dialética, andam as cegas na Sociedade. São as mais variadas vontades, de pessoas, organizações, que não passam de Queremismos, como explicitou Engels. Vontades, que não conseguem ver as leis mais profundas do movimento (da dialética), por onde os acasos apenas são efeitos dessas leis.

Quem pensa que a vida será facilitada daqui para frente, tanto no campo político quanto econômico, não está preparado para enfrentar a burguesia monopolista e suas maneiras em época de crises, para manter seus planos milenares. Pelo contrário, ajuda-a manter o domínio e a exploração. Denunciar os projetos de domínio dos EUA sob o fascismo em nosso país e na América Latina, tal qual eles fazem no resto do mundo, quando podem, é o que devemos fazer. E a burguesia brasileira, entreguista até o pescoço faz coro com esse encaminhamento, embora negue, para dizer-se, democrática, e não alertar o povo e os lutadores.

Por isso é preciso combater mais essa concepção estranha na luta de classes, além daquelas que reduzem a luta proletária as ações apenas economicistas ou eleitorais. São lutas importantes, mas se não enquadrarem-se na luta política, contra a burguesia de um modo geral, tendem ao reducionismo.

– Fora EUA da América Latina.

– Contra o golpe, a direita e extrema direita e o fascismo.

– Contra a intervenção militar na Venezuela.

– Lula Livre.

– Fora Temer.

João Bourscheid;

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