Viva a República Socialista do Vietnã. Povo amigo com um inimigo em comum: O Imperialismo

Nesse mês comemora-se no Vietnã, a sua independência frente a colonização francesa, bem como a luta pela revolução e o Socialismo. Comemora-se também a vitória do povo vietnamita, contra o imperialismo ianque, na luta política estendida a outros meios, isto é, as armas. A derrota americana é um fato que jamais os revolucionários podem esquecer ou deixar de levar em conta em sua ação prática, pois os episódios para vencer os fascistas de todos os cantos do mundo, se sustentam na confiança do povo, na crise do capitalismo que liquida grandes massas de seres humanos e passará a história, e no comando ideológico da transformação.

Um desses aspectos, isto é, de que o capitalismo passará a história, são as bases econômicas dadas por Marx e Engels, e que a direita faz campanha no mundo inteiro para aniquilar o Marxismo, pois o mesmo, continua a ser um espectro para fascistas tipo Bolsonaros e outros tantos, que querem banir (o Marxismo), da sua influência na Sociedade, como se isso fosse possível.

As escolas sem partido são na verdade, as promoções das filosofias positivistas e agnósticas, que se transformaram na atualidade sob as bases do imperialismo em pragmatismo. Esta é a filosofia dos monopólios, isto é, a submissão humana a ordem estabelecida. Esta ordem, não deve ser questionada, deve ser vivida, ou seja, fomenta o ceticismo e o utilitarismo. O materialismo dialético e histórico, desaparece na concepção de mundo da direita. Esta faz um esforço, para mostrar coerência do pragmatismo, que tem base no realismo. Não é de se estranhar, que o Socialismo real de uma hora para a outra entrou em cena, sendo que o Socialismo científico desapareceu dos debates acadêmicos.

São filosofias tipo a de Düring, que querem ser tão práticas e realistas, mas que no entanto, a Luta de classes e seus antagonismos não aparecem em lugar algum. Parecem criticar o subjetivismo e a metafísica, porém estão ainda mais atreladas a elas, pois negam a principal base científica na qual se estrutura a sociedade atual (ou real como queiram). Defender a concepção histórica Marxista, é um dos aspectos mais importante da luta ideológica. Lênin, no início do século passado, também enfrentou tais concepções no campo marxista, quando muitos lutadores e cientistas passavam para o campo neopositivista com base em uma vertente conhecida como empirocriticismo.

Na atual conjuntura do Brasil, a concepção Marxista de mundo ( o materialismo Histórico dialético) parece ser negligenciado pela esquerda, que tem outras influências, tais como, da Social Democracia, do esquerdismo, do Estado de Bem Estar Social e porque não, da própria burguesia brasileira, que sempre procurou realizar processos e transições de radicalização da luta de classes, por conciliações, covardias, medo dos de baixos, subordinação aos mandos estrangeiros, por fim, por legados anacrônicos e tardios frente a outros processos históricos. Isso destaca uma aparência bastante semelhante com a que Marx lidava em relação a burguesia alemã.

Essas concepções, de certa forma, concorrem para que a classe operária tenha dificuldade de entender-se enquanto classe, e mais, como classe antagônica a burguesia. Ela sente, no âmbito social, as dificuldades econômicas que passa e vê nos políticos e seus representantes a solução. Não toma a história nas próprias mãos, por não ser educada para tal propósito.

Isso se evidência muito claramente, no atual processo eleitoral em nosso país. A institucionalidade acima de tudo. Não há menor perspectivas de rompimento com ela, mesmo sob golpe. Prova disso é que, mesmo com a maior liderança popular presa, os movimentos de repercussão nacional sob esse episódio, são tímidos, sem grande participação de milhões de proletários nas ruas para exigir a liberdade de Lula, não somente para a sua candidatura. Mandela ficou preso por anos a fio, quando solto foi presidente da África do Sul; e a África do Sul segue a segregação não só racial, mas de pobreza e miséria.

Evidencia-se isso dentro de nosso país, bem como em muitos outros. No entanto, no Brasil, país continental, qualquer mudança profunda, atinge os demais países em volta. O golpe no Brasil, se não for derrotado, de imediato, levará a América do Sul a intensificação do reacionarismo, igual ou pior da década de 60 e 70. Se não temos a oportunidade de derrotar o golpe sob a força das massas nas ruas, não perdemos a oportunidade de impedir que o reacionarismo vença as eleições e se constitua em força ainda maior para massacrar a resistência dos povos.

Portanto, as vésperas do processo eleitoral, com a maioria dos votos encaminhados para Lula, criar um obstáculo entre Lula e Haddad, é jogar contra. Se viemos até aqui, no rumo da institucionalidade e sabíamos desde o início que o jogo seria esse, jogar a toalha de última hora, é permitir que grande parte da massa se oriente para o campo de Alckmim, Bolssonaro, outros golpistas ou ainda a anulação dos votos, permitindo campo livre para a sanha fascista.

O que no entanto devemos ter claro, que a luta de classe se radicalizará com ou sem a vitória eleitoral. Essa condição (radicalidade) não depende de nós, pois trata-se de uma crise econômica profunda que vive o imperialismo internacional. Aprendendo com os outros povos que fizeram a revolução e alcançaram uma soberania em relação ao imperialismo, foi de sacrifícios gigantescos da classe operária, em várias batalhas, que realizou-se este parto. O Vietnã é a prova disso. Não vamos encontrar facilidades.

Porém, a vitória eleitoral antigolpista, pode proporcionar uma nova correlação de forças na luta de classes, com o povo a nosso favor, diferentemente de 2015 e 2016. Se o povo entende que é apenas o Lula o salvador, é hora daqueles que estão a frente do processo elevar o grau de conscientização. Para isso, é necessário não rebaixar o discurso, dizendo que o cenário vindouro é de trégua aos golpistas. Eles farão de tudo para que as condições econômicas e sociais se mantenham, mesmo que haja uma mudança política no governo Federal. E se quisermos reverter o quadro em geral, devemos estar certos que isso só é possível com povo na rua.

Estamos diante de duas táticas, que se expressam na eleição atuais do ponto de vista da esquerda com perspectivas de vitória. Uma trabalha apenas com Lula candidato. Outra, dá mais ênfase a Frente que foi possível construir, dado o apego dos partidos de esquerda a perspectiva eleitoral burguesa. Com o objetivo de viabilizar uma frente ampla, a sua materialização não depende de um único candidato, e no caso concreto que estamos falando, Haddad assume sem problema algum. Obviamente queríamos o Lula, mas os golpistas, como já sabíamos, não iriam permitir. Permitir que a Frente antigolpista siga com Lula representado por Haddad, e que tem condições de ganhar a luta no campo deles (via eleitoral), é uma possibilidade digna de ser comemorada por nós.

Dissemos no início sobre as questões que levaram o Vietnã a vencer o maior império da atualidade. Da defesa da Filosofia Marxista falamos um pouco, porém ela é a base para a autodeterminação dos povos no rumo de uma nova sociedade. A questão das massas, estarem sob a direção de uma ou outra classe, é determinante do ponto de vista tático e estratégico. A burguesia só ainda não instaurou o império da extrema direita, porque o povo em sua maioria não correu para os braços de Mouro, Bolsonaro, etc., ficando com Lula, com a esquerda e na maior parte desconfiando dos novos salvadores da Pátria. Em outras palavras, não conseguiram derrotar a esquerda, os movimentos populares, os defensores da democracia, no nível que pretendiam.

Manter a frente com Haddad e continuar denunciando o golpe, no mínimo mantém parte das massas, da intelectualidade, dos artistas, da classe operária mais consciente e da grande maioria dos lutadores unidos. Se não concorrer perde-se muito, pois dispersa, e isso, será significativo para as próximas lutas contra os golpistas em nosso País e principalmente nessa ação intervencionista colocada a nível de América, sob o comando dos EUA. Lembramos das palavras de Che Guevara, “para onde pende o Brasil, pende toda a América Latina”. Na luta de classes, em épocas de crescente fascismo, o isolamento das massas é o caminho mais perigoso a seguir, tanto quanto não acreditar na vitória do povo.

Unir o povo sem ilusões das suas tarefas históricas, saber conduzir a luta de classes com a manutenção das massas a seu favor, foi o que fez o Partido Comunista do Vietnã, levando um pequeno País á Revolução e a derrotar o maior império burguês da atualidade, no campo de batalha, literalmente.

– Saudações ao povo do Vietnã e a sua Revolução Socialista.

– Derrotar os golpistas nas ruas e nas urnas.

– Abaixo o golpe, a direita e os fascistas.

– Lula Livre.

João Bourscheid.

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