Socialismo ou barbárie: Um farol para iluminar a atual conjuntura em nosso país.

Coloquemos de imediato o que está a favor do proletariado. A direita e a extrema direita, que disputam o comando do golpe, foram pegas de calças curtas, com o resultado tático em vista das eleições presidenciais. A manutenção de uma frente possível contra o golpe, é a grande novidade. Esta frente, teve montada, desde o início contra o golpe. Foram dois anos de intensa atividade, onde desenvolveu-se esta consciência em muitos trabalhadores, sindicalistas, artistas, intelectuais, democratas e muita gente simples do povo.

Portanto, não é toda a verdade quando se diz que Lula está á frente nas pesquisas porque em seu governo fez muito pelo Brasil e pelo povo. Lula está a frente, também, porque os lutadores se uniram contra o golpe, souberam através da luta do dia a dia construir fóruns da Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, ações contra as reformas tanto a trabalhista quanto a previdenciária, fizeram greve geral, paralisações nacionais, dias de lutas; bem como todas as lutas particulares em cada sindicato, onde mantiveram erguidas a luta contra o golpe. E Lula, agora Lula Livre, são os elementos mais acessíveis a consciência popular do golpe.

A nossa unidade começa aí, isto é, na luta contra o golpe. Essa luta criou uma série de problemas para os Fascistas, que veem a cada momento, mesmo com todo o espaço midiático, judicial e intervencionista do imperialismo ianque na América, não conseguir desmontar à altura do que pretendiam, as organizações de esquerdas, sindicais e movimentos populares; sendo que o contrário, estas souberam encontrar a unidade e mantiveram-se ativos em todo esse período de ataque, por entender a necessidade dessa luta política. Não tornou-se uma luta meramente economicista, mas política.

Os ataques que a burguesia imperialista vem promovendo no mundo inteiro e aqui em nosso país, que jogam milhões ao desemprego e miséria, está longe de acabar. Não há dúvidas que o acirramento da luta de classes é um caminho inevitável. Os monopólios em crise internacional se apossam de grandes reservas de todo o tipo, sejam naturais ou de mercado, levando a decadência extrema da produção e acentuando todas as desgraças do povo em geral.

Vivemos a época de intervenção militar aberta nos países que não cedem ao imperialismo ( Síria, Líbia, Venezuela, Nicarágua ), e intervenções não menos desgraçadas, por golpes de todo o tipo, inclusive através de eleições. A Argentina, o Chile, o Equador são alguns exemplos. Todos esses processos, mais as lutas protecionistas comerciais que ganham terreno no sentido da destruição das forças produtivas, só apontam para um intenso combate entre as classes. Pois quando os de cima brigam, o sofrimento maior atinge o proletariado, que como classe, tem de tomar a história em suas mãos, isto é, tornar-se classe para si.

É por isso que as palavras de Rosa de Luxemburgo, “Socialismo ou Barbárie”, nos ajudam a compreender este momento, para avançar na luta contra o golpe e ao mesmo tempo, não cair nas ilusões economicistas. Um novo Estado de Bem Estar Social não tem mais lugar no mundo de hoje; um novo momento de uma conjuntura favorável particular para o Brasil pós golpe, onde o proletariado possa desfrutar de algumas melhorias de vida, ou a possibilidade de apresentar-se uma soberania relativa dentro da ordem intervencionista em toda a América, esgotou.

É preciso dimensionar a atual conjuntura, para não vermos apenas a árvore e ao mesmo tempo, por conta disso, deixar de infringir uma derrota fragorosa na direita e extrema direita golpista, mesmo que no limite institucional, isto é, eleitoral. Para nós do PRC, no quadro em que a luta de classes se apresenta, eleger uma frente anti-golpista é uma importante vitória, para elevar a consciência do povo na luta contra os representantes do golpe, isto é, Temer, PSDB, Bolsonaro, Moro, imperialismo, etc.

A luta contra o golpe, exige a participação de milhões de proletários. Precisa que o povo saia de suas casas para ganhar as ruas em manifestações contra a direita e a extrema direita. Essa luta exige também a denúncia contra o imperialismo, que comandou o golpe e continua a dar as linhas políticas em nosso país e na América. O chefe do pentágono veio este mês no Brasil, Argentina, Chile e Colômbia para tratar justamente dos interesses de seus monopólios e dizer como os seus interlocutores devam proceder. A luta anti-golpista, anti-imperialista e antipopular estão de mãos dadas nesse momento.

E o caminho para superação destas contradições exige, no mínimo, de um rompimento na atual ordem instaurada a partir de 2016. Se por um lado, a extrema direita acena a ruptura democrática, como medidas para a manutenção e aprofundamento do golpe, para nós, só a transformação da democracia burguesa em democracia proletária se apresenta como alternativa. Por muitas vezes a Venezuela tentou um caminho menos dolorido com o governo Chaves, mas a experiência demonstrou que o imperialismo e as oligarquias serviçais do império só negociam em épocas em que estão para perder os dedos e aguardam o momento certo para derrotar o povo. Porque então o proletariado deve facilitar esse jogo?

Para tanto, precisamos atrair grande parte do proletariado brasileiro na luta para as eleições e para além delas, esta sim, de dimensões históricas. Longe de derrotar o golpe via eleitoral, é uma batalha onde a derrota dos golpistas nesse campo, abrirá um novo processo de luta de classes, o qual as grandes massas estarão a nosso favor. É preciso ficar atento nesse momento, pois sob a base do golpe, do imperialismo e da crise burguesa atual, são muito claras as alternativas para o proletário avançar em nosso país. É por isso que, as palavras de Rosa de Luxemburgo, Socialismo ou Barbárie, são muito precisas para a nossa conjuntura, quase um século depois de sua morte pelo estado fascista alemão.

– Contra o golpe e o imperialismo.

– Lula Livre.

– Derrotar a direita nas eleições de 2018.

– Fora Temer.

– Viva o Socialismo.

João Bourscheid.

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