O MAU HUMOR DO MERCADO E A DEMOCRACIA.

A renúncia de Wyllys da cadeira de deputado Federal, em vista de se manter fisicamente, visto as ameaças constantes a ele e sua família, bem como, aos acontecimentos desta natureza que se multiplicam com a posse da extrema direita em nosso país (que começa a partir do golpe e se aprofunda com a eleição de Bolsonaro), traz a tona episódios da sua própria caricatura fascista, como a Desembargadora do TJ-RJ, que recomenda a execução do militante do PSOL. Ao ser denunciada, foge às suas reponsabilidades jurídicas, das quais são aceitas com prontidão: “foi brincadeirinha”.

Os fascistas, são produtos do mercado e mais, do mercado mau humorado. Em outras palavras, suas bases estão ligadas a produção de mercadorias, a sua classe e logicamente a propriedade privada. Um comerciante, quando vende bem, é um bom humor só, embora que, jamais gosta de dividir os lucros com seus empregados. Esse simples exemplo podemos passar a todos os ramos privados do planeta, bem como o próprio estado que lhe dá guarida.

Nas grandes crises econômicas, o mau humor do mercado é constante e surpreendentemente é preciso achar rapidamente os culpados. Primeiro os trabalhadores e segundo aqueles que os defendem politicamente, a esquerda em geral e os comunistas em particular. Marx e Engels já diziam na abertura do Manifesto do Partido comunista: “Onde está o partido de oposição que não tenha sido difamado como comunista pelos seus adversários governistas, onde está o partido de oposição que não tenha arremessado de volta, aos opositores mais progressistas tanto quanto aos seus adversários reacionários, a pecha estigmatizante do comunismo”?

A medida que o capitalismo vai diminuindo a sua elasticidade em se livrar das crises profundas, cuja concentração mais absurda vista em toda a história se faz presente, a qual 26 pessoas tem mais riqueza que 4 bilhões de seres humanos, é compreensível, que diante destes aspectos, a guerra, a intervenção direta do imperialismo no mundo, o fim da autodeterminação dos povos, seja a política em ascensão dentro do mercado mau humorado.

Este mercado e seu humor, deixa momentaneamente muitas pessoas desprovidas de raciocínio mínimo, se é que algum dia tiveram, jogando-se na defesa de meia dúzia de privilegiados, levando a nação inteira ao desfiladeiro, quando não, a humanidade. Esse mau humor do mercado, já levou a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, algumas dezenas de intervenções no planeta, assassinatos de dirigentes e lideranças políticas, a fome e infinidades de desgraças dos povos do mundo inteiro.

O mau humor do mercado, agora trabalha para tomar conta dos governos progressistas da América, de implantar uma nova e servil ditadura imperialista americana, que na década de 60 e 70 do século passado, tudo fez para esse mercado voltar a sorrir. E quando o mercado sorriu, o povo estava sem democracia, sem o mínimo de condições de subsistência e sem futuro. Um exemplo significativo sobre esse cenário, são as palavras de alguém que fez o mercado sorrir: “a economia (mercado) vai bem, o povo vai mal” – do ex presidente da ditadura militar no Brasil: general Médici.

“Brincaderinhas” a parte da desembargadora do RJ, o que estamos vivendo é de uma seriedade profunda, o qual um mercado mau humorado, não está brincando de faz de conta. Se no sorriso do mercado o povo está muito mal é preciso entender que na época da desgraça deles, pode ser a nossa graça, pois eles estão em crise, desesperados, inconformados, negativos, se desentendendo, com a estima baixa e portanto, é hora da ação.

Não é hora de fugir, de dar demonstração de medo. Que eles são covardes e mau humorados e tem uma série de patéticos MBLs, Bolsomídios, viúvas do golpe militar e insanos que defendem a submissão eterna ao imperialismo ianque, e que tudo farão para levar adiante as suas “qualidades” de pelegos de extrema-direita-antipovo, isso sabemos de cor pela própria história da luta de classes em nosso país e no mundo.

A hora é de unir, lutar e resistir. E para tanto, a frente ampla e a unidade das massas na rua e na luta, são nossas únicas ferramentas para se contrapor ao fascismo. A Venezuela e a Nicarágua, dão exemplos de resistência na defesa da soberania. O mau humorado mercado diz que esses países são ditaduras pois, seus governos não batem continência para o imperialismo, não se ajoelham aos seus pés e não são lambe botas do Tio Sam.

Se as aparências fossem capazes de indicar de uma só vez claramente os fenômenos, não precisaríamos da ciência. Assim, quando se fala que é a esquerda e os comunistas em particular, os maus humorados, isso nada mais é que o reflexo daqueles que apostam as suas fichas no eterno mau humorado mercado, e que gostariam de apresentar a boa nova, isto é, uma economia opulenta, de grande ascensão, riquezas e felicidades. Porém, o que cada vez mais tenham a apresentar é a continuidade de uma crise após a outra, mais miséria e fracassos constantes.

É difícil para essas pessoas que apostam em uma classe que ruma para o seu aniquilamento, que o que eles defendem é ultrapassado do ponto de vista econômico e que passará à história. É difícil, também, manter a sanidade e abandonar a sua embriaguez profunda, sem cair no ridículo de suas palavras e ações. O que lhes resta é reconhecer que, os partidos comunistas, são um grande problema e em cada mau humor do mercado, manifestar os seus desafetos.

– Abaixo governo lambe botas do imperialismo ianque.
– Fora EUA da Venezuela.
– Pela autodeterminação dos povos.
– Lula livre.

João Bourscheid.

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