“NOVAS” E VELHAS FORMAS DO IMPERIALISMO SOLAPAR A AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS.

Temos dito, que o fascismo é a política que assume a liderança na época histórica atual, sem contudo, dispensar logicamente o Neoliberalismo, que segue, como uma tendência secundária. Da mesma forma, que Kautsky não conseguia entender que o monopólio assumira na época do imperialismo o domínio econômico, sendo a concorrência a tendência limitada do Capital, muitos lutadores ainda se iludem, que no Brasil e no mundo, ainda tem muito espaço para a conciliação de classes, ignorando a tendência atual – O FASCISMO.

Já, no campo das intervenções imperialista pelo mundo a fora, a forma empregada, dentro desta conjuntura fascista, tem se ampliado, isto é, não tem um método dominante, demonstrando “apenas” que vale tudo, no intuito de dominar, submeter, conquistar e destruir qualquer soberania ou países não alinhados. Aquelas medidas que foram desencadeadas, pós torres gêmeas (EUA – 2001), com intervenções baseadas na existência de células terroristas, na fabricação de armas nucleares ou artefatos (armas) químicos, ainda se mantém, mas com novas alternativas. O Iraque, Afeganistão foram as primeiras vítimas das incursões pós 2001.

Além desta medida “profilática” para manter a “paz no mundo”, outras estão na ordem do dia. Aniquilamento contra qualquer “ditadura”. Os herdeiros eternos das liberdades democráticas, são todos os países imperialistas, dado o seu passado e presente de intervenção, exploração, genocídios, misérias, as quais tem distribuído humanitariamente aos povos do mundo todo de forma bem democrática.

Ao qualificarem determinado país como ditadura, automaticamente assumem a incumbência de começar a destruição daquela nação. Antes porém, nos dão prova de sua altivez em seus preceitos democrático. A imprensa, fascista ao extremo, vai diariamente manipulando a opinião pública. O que se lê no Brasil, lê-se em quase toda a América, África, Oceania, Ásia e Europa. Nos países imperialistas, a “democracia” dos 15 ou 20 jornais diferentes, repetem a mesma cantilena: “os horrores dos países governados por ditadores”. Pobre povo da Nicarágua, Venezuela, Líbia, Síria, precisam ser libertados de seus estúpidos governos.

Mas tá em curso um novo método, isto é, de acabar com a corrupção; acabar com os governos corruptos. No Brasil, temos visto isto de maneira muito clara. A corrupção é um mal a ser aniquilado, para que as nações prosperam, dizem os invasores e seus representantes internos. “OBA!, VIVA!,… o imperialismo agora mudou a sua moral, quer ajudar os países a se livrarem da corrupção.” O Moro, Bolsonaro, Guedes, os militares, polícia federal, ministério público são as expressões mais eficientes neste combate, aqui no Brasil. E para começar, vão entregando todas as grandes indústrias (Odebrech e Cia) , estatais (energia elétrica e Petrobrás), região Amazônia, terras indígenas, os minérios, a água e por fim o povo (quiça o solo e o subsolo), para quem sabe cuidar e não se deixa moldar pela corrupção; e quem melhor que o imperialismo?

Nesta rota de combater a corrupção, além do Brasil, Argentina, parece que agora encontra-se a África do Sul. Os EUA, Alemanha, França e Holanda, deram um ultimato para o governo deste país, para por fim a corrupção. Caso não o faça, vão retirar todos os investimentos lá realizados. É um sinal descarado de intervenção.

Cada vez fica mais claro, a que manipulação os povos do mundo estão submetidos. Basta que tenha um país que não reze a cartilha de cima a baixo é traidor. A posição progressista tomada por esta nação (Áfirca do Sul) em defesa da Venezuela, fez estremecer as bases dos imperialistas, pois tal país dá sinal que defende a autodeterminação dos povos. E isso é contra a lei na “democracia” atual – imperialista.

Esperamos que as lideranças da África do Sul, de esquerda, progressistas e democráticas não sejam tão limitados quanto as do Brasil e da Argentina, e que não caiam no canto da sereia da corrupção fora da luta de classes. Que instruam o seu povo, que ante qualquer corrupção, esses que denunciam, são mil vezes mais corruptos. Que ao tratarem dela, tratam sob o ponto de vista do proletariado e não do Capital. Sempre para este segundo (o Capital), a corrupção é direitos trabalhistas, investimentos sociais, povo na Universidade, bolsas alimentação e estudo para quem nada tem, seguridade social e previdenciária, etc.

Grande parte da esquerda institucional tem dificuldades de entender, que tudo que vivemos desde o golpe, foi obra pari passu do imperialismo Ianque e da ingenuidade, ilusões e oportunismo dessa esquerda, na luta de classes. Queriam um país que contivesse a corrupção e criaram leis para isso (tal qual as leis anti terror), e ganharam um Moro de presente do Tio Sam. Se orgulham em dizer que as corrupções agora são visíveis pois antes existiam mas não eram detectadas. Porém, é preciso perguntar: Esse é o papel da esquerda, em acabar com a corrupção no capitalismo? De provar pro mundo que o capitalismo tem saída basta acabar com a corrupção? E eis o resultado.

Os corruptos foram o povo que por pouco tempo desfrutou de avanços economicistas e aqueles que propiciaram isso. E como resultado político, prisões, destruição de organizações sindicais e populares e ameaças aos Partidos e dirigentes de esquerda. Além disso, abriu-se as portas para o crescimento da extrema direita, levando ainda como consequência a despolitização do povo e da militância, que até agora muitos não conseguiram sequer entender esse episódio do ponto de vista político.

Sob essas hipóteses, é que deve ser tratada essa discussão, isto é, quem são os beneficiários de políticas reformistas do Capitalismo? E quando fazê-la, é preciso levar em conta que, o melhor capitalismo é a pior desgraça do povo, pois é bem provável que esse “melhor” Estado capitalista, retira mais do que os outros, os instrumentos de luta do povo para uma ruptura, contra esse modo de produção, isso tanto do ponto de vista material como ideológico. O melhor Estado capitalista é aquele que educa para a revolução, e este ainda não foi inventado.

Portanto, a responsabilidade da educação revolucionária pesa sobre o proletariado avançado. Mas, quando não há condições para as mesmas serem realizadas em toda a sua extensão, as massas com certeza farão as suas experiências. Essas (experiências) porém, novamente terão que ser iluminadas pela a ciência proletária e não pela eterna defesa de que o capitalismo pode ser melhorado com algumas reformas constitucionais e algumas leis. Esse embate é decisivo na construção de uma frente antifascista e antineoliberal, para que a sua luta alcance os fins desejados.

E esse embate será realizado com certeza. Mas o que é mais importante neste momento, é chegar as massas. Por isso é decisivo, unir os partidos de oposição, dirigentes e lideranças democráticas e progressistas contra a extrema direita (governo Bolsonaro) e o imperialismo Ianque. Defender a autodeterminação dos povos, principalmente a Venezuela e Nicarágua com processos claros de golpe, e chamar o povo para a rua em defesa dos seus direitos políticos e econômicos. A construção de uma Frente ampla antifascista e antineoliberal, é a forma decisiva, prioritária e primária desta luta.

E como pano de fundo, proclamamos aos saudosistas que algum dia tiveram no planalto e outros que ainda querem lá se aquartelar, para corrigir os erros do passado ou apresentar novas cantilenas das velharias do Capital, dizendo: ABAIXO A FILOSOFIA DA MISÉRIA.

– Abaixo o imperialismo Ianque.
– Fora EUA da Venezuela.
– Abaixo governo Bolsonaro e a extrema direita.
– Frente ampla: Unir, lutar e resistir.
– Lula livre.

João Bourscheid.

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