A “NOVA” CARA DO CAPITAL, A VELHA POLITICA FASCISTA.

Essa é a “nova” cara do Capital. A velha política com forças ainda mais Velhas, que remontam a crise de 1929, ou seja, abertamente Fascistas.

O poder é de classe, sendo que a classe mais forte economicamente é também a dirigente do modo de produção existente. No caso do capitalismo, a burguesia, no Socialismo, o proletariado. Sobre isso, não temos a menor dúvida. Mas nas classes que comandam o poder em determinado modo de produção, há atritos, disputas, concepções diferentes de encaminhamentos políticos. São os conflitos de grupos, na direção da manutenção do modo de produção.

Se formos desatentos, isso passará desapercebido. Incluiremos, todos os burgueses, no modo capitalista de produção, em um grande bloco de parasitas, que como tal, não deixa de ser uma verdade. Mas na luta política, de classes, essa desatenção, dificulta a compreender os caminhos que levam a ruptura do poder. Vimos, a pouco, as disputas estabelecidas no STF, em relação a lava jato, e nas discussões a elas deferidas pelos ministros. A votação sobre o tema, quanto as decisões eleitorais, houve divergências. Seis ministros (a maioria) votaram para que sejam todas direcionadas e decididas pelo STE (Supremo Tribunal Eleitoral), tirando da incumbência da Lava jato (ou da cúpula de Curitiba) de decisão sobre o tema.

Ninharia, diriam alguns. Ambos golpistas tentando ter o controle político sobre o golpe, e tem gente que dá atenção a isso. Não dar atenção a isso, é evidentemente, estar de costas para a luta política. O mesmo papel é feito por aqueles, que dão toda a atenção a estas lutas, tornando-as, decisivas. São visões que levam ao direitismo e ao esquerdismo. Uma tem a incumbência de paralisar a luta no seio do proletariado, levando ao liquidacionismo, a outra de não ver a importância dessas lutas, para por em marcha o proletariado, para ações de maior envergadura, pelo simples fato de certas forças serem neutralizadas. O grau de disputa interna da burguesia, determina o grau de suas divergências e ao mesmo tempo, a profundidade da crise.

Quem não tem acompanhado a nível internacional, as disputas de projetos políticos entre os grupos dirigentes da burguesia, no seio de cada país imperialista e entre eles. Na França por exemplo, o presidente E. Macron, Neoliberal de direita, vê-se atordoado pelos movimentos de massa, que crescem na luta econômica, abrindo as portas para as pretensões, de outros grupos dirigentes da burguesia, a extrema direita. Assim também, está a Inglaterra com o seu Brexit (apoiado pela extrema direita); na Alemanha os grupos fascistas que se organizam no Partido Alternativa para a Alemanha, se unificam com os mesmos grupos na Áustria e Itália. Nos EUA, esta disputa, com a subida de Trump, passou a ser hegemonizado pela extrema direita.

Se essa é a tendência (fascismo) dos de cima, dos que esmagam o proletariado do ponto de vista econômico mundial, a virada para uma política com outros meios, significa que, a guerra passou a ser a alternativa imperialista para o seu modo de produção.

A luta contra a extrema direita, não é uma luta em favor a direita como pensam alguns. Pelo contrário, é uma luta histórica, que só aparece em momentos em que os de cima, já estão com a mão no gatilho para aniquilamento em massa do proletariado e de sua direção ideológica. Não só, não pensam outras alternativas econômicas e políticas além da guerra, como não existem mais essas alternativas na luta de classes, para eles. Tanto é verdade, que a indústria bélica, é o setor que comanda a produção á nível mundial e principalmente nos EUA.

A luta pelo poder entre as forças dirigentes do Capital é eminente no mundo e no Brasil. A reforma da previdência é um sub produto dessa disputa, mas que dá margem as disputas de espaços no poder, como falou claramente, Gilmar Mendes, na queda de braço entre o Supremo e a Lava Jato. O ataque Bolsonarista a Velha Política, em favor de uma “nova” política, logicamente não está em discussão, porém são novas forças para fazer a velha política dos tempos de crise, sob a base imperialista.

A derrota deste governo e da extrema direita no poder, só é possível com a grande massa do povo nas ruas. Não será em hipótese alguma, produto das ações institucionais da direita, via STF ou o parlamento. Porém, essas lutas internas dos grupos dirigentes do Capital, do fogo “amigo”, marcam as dificuldades existentes na condução da política fascista. A prisão de Michel Temer e Moreira Franco são um recado das novas forças (fascistas), no entanto, não poderá sair da velha política imperialista, isto é, do aprofundamento do golpe. Mas a paralisia do governo, é eminente, e para seguir em frente, no âmbito institucional, terá que ceder espaço, dinheiro e poder. Tal qual a paralisação do governo dos EUA, na luta por verbas para construir o muro da segregação racial.

Nem por isso as articulações da extrema direita brasileira deixaram de ser intensas nestas últimas semanas. Entre elas estão, a Participação no Chile de uma nova organização dos países pró ianque aqui na América do Sul, a PROSUL, excluindo Bolívia, Uruguai, Venezuela; a ida da cúpula do governo aos EUA com visitas a CIA,; a entrega da base de Alcântara; a entrada dos americanos sem vistos aqui no Brasil; a prisão e a soltura de lideranças da direita; a defesa de Bolsonaro da guerra contra a Venezuela e a ida do Capitão do mato a Israel, onde defendeu a embaixada brasileira em Jerusalém. Isso mostra que os projetos de dominação seguem em marcha e se intensificam.

No entanto, os apoios de massa que davam força nas ruas a extrema direita, reduziu drasticamente. No carnaval como, não houve, nenhum movimento de rua aberto na defesa do Capitão do mato. Isso é um bom sinal. No Chile, no final de semana, houve protesto contra a extrema direita e inclusive a Bolsonaro, sendo que o presidente do Senado Chileno, recusou receber aquele (Bolsonaro), que defende um governo fascista como o Pinochet.

No entanto, é provável que o acirramento da luta contra o governo bolivariano cresça, bem como as sabotagens e tentativas de invasão da Venezuela. Compromisso em cessar o caminho a autodeterminação do povo no país vizinho, foi dito em tempo integral pelo representante das forças conservadoras de nosso País, em visita nos EUA.

A luta contra a guerra é o patrimônio do proletariado na luta pela revolução. Se nos caminhos do Capital, a crise gera o ser social mais reacionário possível, para fazer a guerra, não há dúvidas que também aqueles que lutam pela paz e pelo progresso, não terão um outro caminho alternativo se não, tirar do controle ou do comando, uma classe e seu sistema, que tem como objetivo final, para sair da crise, promover a guerra.

Seria um absurdo pensarmos diferente, isto é, lutarmos contra o principal mecanismo da burguesia para sair da crise, para mante-la sob outros grupos no poder. Por isso, quando Lênin nos ensina que, “os interesses opostos e conflitos políticos entre as classes dirigentes e certos grupos nelas incluídos não deveriam ser subestimados, pois, como demostraram os eventos de 1905 e 1917, o caminho até a revolução estava pavimentado, em parte, por estes conflitos”, tem como objetivos aproveitar as rixas, oposições, desavenças, incomodações, desafetos, conflitos etc, entre esses grupos internos e externos, para fazer com que os fascistas percam força e a luta pela revolução avance.

Caso contrário, agiremos sempre como liquidacionistas, isto é, nossa ação política tem como o único objetivo a melhoria do sistema democrático Liberal, que consiste em domínio dos governos através (quem quer que seja) da agenda do Capital financeiro, de compra de governos, funcionários públicos, sindicatos etc. diretamente, ou pela ação indireta das bolsas. E, se dermos um pouco de atenção a esta democracia, ela permanece inclusive nos marcos da política atual, mesmo sob o domínio da extrema direita. Foi só os monopólios sentirem a briga entre grupos dirigentes do Capital, e a possibilidade de não aprovação da previdência, que as bolsas desabam.

Essa é a democracia que muito das esquerdas propõe, ou seja, inócua para o proletariado, pois ela se mantém em tempo de guerra e de “paz”. No entanto, em época de guerra, é o momento oportuno do rompimento desse domínio, pois o equilíbrio na força da burguesia e do proletariado se instaura, visto a crise que se abate sobre o Capital. Seus novos meios para sair da crise, expõe ao mudo o seu verdadeiro caráter de classe. O Fascismo.

– Fora EUA da Venezuela.

– Abaixo a política intervencionista e de guerra.

– Abaixo governo Bolsonaro e a extrema direita.

– Lula Livre.

João Bourscheid.

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