Fora Bolsonaro, no primeiro, segundo e terceiro turno.

Ainda faltam alguns dias para serem concluídas as convenções dos partidos institucionais para dar sequência às eleições de prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Em todos os Estados e nas grandes cidades com mais de 200 mil eleitores poderá haver segundo turno. Porém, as eleições são apenas reflexos, do que ocorre fora delas, no entanto ao se estabelecerem, influenciam os acontecimentos fora, tal como os resultados influenciam o terceiro turno, a luta fora e pós processo eleitoral. No entanto, o antes, o durante e depois, são manifestações da luta de classes no Brasil, revestidas em apoio e a alianças de três natureza. Para intervir é preciso compreendê-las. A primeira força é de extrema direita, serviçal direta do fascismo ianque, de apoio à guerra contra a Venezuela e a defesa da rendição da América Latina aos ditames do Norte. É a força que tem hegemonia atual, no golpe patrocinado em 2016. São as forças que se constituem hoje, sob o Bolsonarismo e especificamente as forças militares e entreguistas, e que tenha sua principal centralidade, no ataque as forças avançadas que defendem o Socialismo.

Segue em oposição, e não em antagonismo a extrema direita, as forças de direita. É a dita burguesia “democrática”, que sob a nova ordem fascista mundial, encampada pelo imperialismo internacional e em particular o ianque, busca tirar direitos historicamente conquistados pelo proletariado, sugar a força de trabalho a um grau que lhe sustente a si (internamente) e também os monopólios estrangeiros em crise. Que viabilize o crescimento e investimentos externos no Brasil, reduzindo drasticamente as condições de vida do povo e privilegiando o enriquecimento abusivo de magnatas, bilionários, especuladores. Nesse sentido, não diferem em nada daqueles que acima se opõe. Não querem, no entanto, o controle majoritário e direto dos grupos bolsonaristas, nos ditames da política de Estado no país; querem exercer influência nas decisões, governar juntos e separados; têm medo que uma política fascista sob as forças militares, além de perderem a influência, temem que o resultado também poderá ser desastroso, se o proletariado erguer-se frente a essa política e estourar a guerra civil aberta.

E como terceira força da luta de classes no Brasil, a esquerda. Já foi protagonista, no período de Lula e no primeiro mandato de Dilma. Hoje, encontra-se marginalizada neste processo de crescimento do Fascismo ianque em nosso país. Sob o ataque direto do golpe, entendeu tardiamente a necessidade de sua unidade contra o fascismo, que começara a imperar a política de Estado no país, e diga-se de passagem, em toda a América do Sul. O Fora Bolsonaro trouxe novamente a consciência de uma unidade necessária da esquerda, frente a esse quadro político. Não importa se fora impulsionado pela ação das massas, enquanto a esquerda batia cabeça, mas a verdade é que hoje quem quiser ser de esquerda, a sua palavra de ordem terá que ser, antes de mais nada, Fora Bolsonaro.

Sob a pandemia, os movimentos de rua contra a burguesia em crise e o crescimento do Fascismo sob o domínio bolsonarista no Brasil não ganharam a dimensão necessária para que a esquerda ocupasse o lugar privilegiado nessa luta. As iniciativas vitoriosas de defesa dos 600,00 reais para que o trabalhador desempregado ou em quarentena ficasse em casa e a vitória do Fundeb no Parlamento não tiveram a projeção e o respaldo popular esperado para o campo de esquerda, sendo inclusive aproveitado em caráter próprio pelas forças reacionárias, algumas totalmente contrárias a essa aprovação. Isso só demonstra o limite do caráter economicista, quando este não vem fundido com a política de desmascaramento das forças que estão no poder (burguesia).

Dado a situação atual em que a ação e luta na rua pelo Fora Bolsonaro e contra o Fascismo não alcançaram a dimensão esperada contra a extrema direita e o golpe, fragiliza-se muito mais em vésperas de eleições. Aí, não é possível esperar um posicionamento que vá além da arapuca institucional patrocinado pela burguesia, da qual a esquerda institucional é refém. Porém, saudamos as unidades alcançadas pelas organizações de esquerda que souberam entender que a derrota do Fascismo, sob a égide do FORA Bolsonaro, é o único expediente capaz de alcançar uma vitória significativa, eleitoral e não eleitoral.

Por isso, diante da crise do Capital, da pandemia, do crescimento do Fascismo, as unidades amplas e limitadas alcançadas pelas esquerdas poderão ter maior ou menor dimensão, no primeiro, no segundo ou no terceiro turno (pós eleição), se tiverem como base a conscientização de que o Fora Bolsonaro é a principal luta proletária, pois nela encerra toda uma concepção de mundo, baseada em golpes, genocídios, destruição, submissão aos ditames imperialistas ianques e humilhação e tortura aos que pouco ou nada têm, da qual a burguesia brasileira é patrocinadora, e que o proletariado precisa rejeitar de cima a baixo, trazendo para o centro da luta o rompimento dessas correntes.

Fica difícil para a história absolver a esquerda, quando diante de tantos ataques promovidos contra o povo brasileiro, o crescimento do fascismo mundial, o crescimento do genocídio pela pandemia e a miséria crescente, ter a unidade de esquerda, completamente pulverizada. No entanto, ficará ainda mais difícil explicar adiante, para os futuros lutadores, que além de sair em quatro ou cinco candidaturas separadas, fixam seu ideal na defesa da legalidade e o fica Bolsonaro, ou ainda, tomando o caminho oportunista do pacto, com aqueles que estão com as mãos sujas de sangue e a cumplicidade com o terror ao proletariado inundada até o pescoço.

Fora, Bolsonaro, Mourão e suas corjas!

Abaixo o Fascismo!

Em defesa da autodeterminação dos povos.

Se podemos trabalhar, podemos protestar.

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