No Afeganistão, derrota contundente do imperialismo ianque

A saída dos EUA do Afeganistão com tomada da capital Kabul pelos Talibãs e a fuga do presidente afegão, quase ao mesmo tempo em que os soldados ianques fugiam daquele lugar, significa, nada mais nada menos, que parte do esterco foi removida da luta de classes desse povo. Sendo assim, isso se constitui numa vitória para os novos embates dessa luta. Da mesma forma que os Talibãs, uma revolução proletária também teria que, antes de mais nada, expulsar o invasor, pois ele representa o impedimento para que qualquer processo avance.

Quem não reconhece tal fato, jamais vai entender o significado da autodeterminação dos povos ou a luta pela Soberania. A imprensa monopolista brasileira vendida aos ianques descarrega todo o tipo de ataques à luta de resistência ao invasor, assim como não são capazes de dizer um ai sobre esse mesmo invasor que cerca economicamente as nações como a Venezuela, Cuba e a Nicarágua aqui na América. Eles, a burguesia vendida em nossa pátria, são tão “defensores” dos povos que não são capazes de denunciar não em outras nações, mas os últimos dois golpes no Brasil que teve a articulação direta dos porões da CIA.

É por isso que tal acontecimento não pode passar desapercebido por aqueles que a todo momento falam em Democracia, pois que ela ( a democracia) em época de imperialismo, só pode ter algum significado importante, quando se está ciente da necessidade de fazer a luta pela Soberania, de defender sob todos os argumentos, a autodeterminação dos povos. Em época de imperialismo, meia dúzia de nações se dá o direito de intervir e ditar o rumo político de determinada nação. É a Constituição acima das Constituições nacionais. Suas armas estão sempre apontadas para seus desafetos, e que, diga-se de passagem, não são os terroristas como eles falam – terroristas muitas vezes cultivados -, mas sim o proletariado, inclusive de seus próprios países.

A derrota do imperialismo (invasor) na luta franca e aberta, nas ruas, é uma questão decisiva para a luta avançar. Quando o processo de golpes ou invasões chega ao fim, as tentativas são de selar uma paz dos cemitérios, uma conciliação, onde “todos ganham”. É lógico que quando acontece isso, quem perde é o proletariado. As circunstâncias que fizeram os EUA sair corrido é a resposta necessária à luta. Pensar que a grande massa do povo não ajudou nessa condução, é não entender nada de política. O simples fato de grande parte ficar neutra é apoio à resistência. Os EUA e o preposto que estava lá estariam até hoje se o povo estivesse com eles. Isso serve para nós, que vivemos em um golpe e sob um governo golpista. Tirar Bolsonaro com o povo na rua é colocar a luta na ordem do dia de forma avançada. Os golpistas internos e externos fazem arremedos para evitar que percam o controle. Eles mantêm sempre as instituições na condução dos processos por cima, impedindo que os de baixos atuem.

A defesa da nação por meio de uma luta popular que visa no mínimo uma Soberania possibilita caminhar em um rumo diferenciado daquele estabelecido pelos monopólios e os países ricos. Abandona-se a condição de ter que pedir permissão para fazer aproximação ao país A ou de B. As condições atuais da luta de classe internacional (que muitos chamam de Geopolítica) possibilitam nações como Afeganistão, Venezuela, Nicarágua, Bolívia etc. a se aproximar de países que respeitam a autodeterminação dos povos, tal como a China e a Rússia.  O Brasil, ao derrotar o golpe, deve também imediatamente retomar o BRICS, como condição para retomar o desenvolvimento soberano que os golpistas trataram de aprofundar a dependência ao imperialismo ianque, com entregas às mil e uma reformas e sucateamentos das Estatais.

Por fim, a retórica da Frente Ampla, mas com objetivos de continuidade serviçais ao imperialismo, tal como já vem fazendo toda a burguesia brasileira, não é nem de longe algo que possa se traduzir como um caminho diferente ao bolsonarismo que aí está. Pode até ser diferente historicamente ou momentaneamente, com a força para ocupar determinado espaço na economia, nos negócios, nos monopólios que eles representam. Mas desde 2016, após o golpe, todos os caminhos feitos são unânimes contra o povo, isto é, direita e extrema direita de mãos dadas.

O caminho da unidade da esquerda é o único que é amplo, pois seus objetivos de defesa da Nação, da Amazônia, dos minérios, da água, e logicamente das melhorias das condições de vida do nosso povo vai muito além do proletariado brasileiro, é também o representante concreto das micro e pequenas empresas (mesmo que elas não saibam) e o fortalecimento do Estado, o crescimento da educação, saúde e habitação. Por isso é extremamente amplo. Esse caminho eleva para uma amplitude ainda maior, a todo o desenvolvimento da América Latina. Por isso não temos dúvida em dizer que o caminho de nossa luta, pela unidade da esquerda, é o único que pode trazer uma política vitoriosa para a grande massa do nosso povo e dos povos vizinhos.

A luta de certos povos, no embate contra o imperialismo, nos mostra que é doloroso, não é um convite para uma festa, mas sem essa luta é impossível galgar um patamar mais avançado. A esquerda que gosta de se abraçar ao PSDB, DEM, MDB, Globo, CNN, etc., além de ter uma perspectiva clara Social Democrata, tem aquela ideia de que vamos permanecendo na política até que o mundo inteiro faça a revolução, e aí a nossa burguesia não tendo então mais condições de encampar a continuidade do Capitalismo é forçada a entrar na nova ordem socialista sem fazer a revolução. Tese que Marx havia escrito sobre que alguns países talvez não precisavam fazer a revolução, isto é, esses poucos que ficaram para trás.

Ainda bem que nem toda esquerda no mundo pensa assim, pois aí certamente o imperialismo iria desfrutar não da eternidade que propagam em sua filosofia de fim da história, mas de uma longa vida. Por isso, miramos nos exemplos dos afegãos, venezuelanos, bolivianos, nicaraguenses, cubanos, e conduzimos a luta pelo “Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja” com objetividade, isto é, não de entregar a continuidade do comando aos golpistas, mas para elevar a luta política proletária ou do nosso povo a um patamar superior, isto é, em defesa do nosso povo e da nossa Soberania no rumo ao Socialismo.

 

Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja.

Fora EUA da América Latina.

Em defesa da unidade ampla da esquerda.

Lula presidente.

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