Abandonar o Fora Bolsonaro como condição que a mesma não se materializaria, visto que, a própria direita em hipótese alguma aceita a ideia de impeachment, de genocida, de um governo fascista que deva ser removido para o “bem” do povo brasileiro, estaríamos nós mesmos assimilando a ideia de que somos, no máximo, oposição ao atual governo.
Aliás, foi essa ideia de oposição que moveu muitos da esquerda que não viam viabilidade e nem necessidade de uma luta pelo Fora Bolsonaro. E agora que a campanha eleitoral se coloca como um resultado factível das lutas do ano de 2022, então abandonar de vez tal palavra de ordem (Fora Bolsonaro) parece “natural”, já que elas (as eleições) são para muitos a única forma capaz de atuar politicamente e logicamente tirar e por governo. Política para esses não tem nada a ver com revolução, golpe de Estado, guerras, a violência de classe, uma distorção da política, pois ferem os preceitos da democracia Universal.
Mas, de outro lado, muitos querem a preservação dessa expressão de ordem, como uma bandeira a qual possa calar profundamente na sociedade brasileira, no subconsciente popular, que governo como este jamais seja eleito e que se lute contra ele desde o primeiro dia até o último, não como oposição, como se aceitássemos o jogo democrático burguês, mas como inimigo de morte como se deve ter a qualquer fascista. Sem dúvidas, que, por si só, esse argumento já é válido. Mas, é importante destacar que a burguesia tem a capacidade de isolar certos elementos, e não ligá-los a nada. Por exemplo, Hitler, Mussolini, Trump e provavelmente quando Bolsonaro passar a história, etc., faz de conta, que eles existem por si só, como uma anomalia, um erro, etc.
Mesmo quando a extensão não é o nome de certos indivíduos históricos, o conceito como o de Fascismo, por exemplo, a burguesia também tenta não ligar a condições objetivas, isolando-as no tempo e no espaço. Nasceu do nada, não se sabe como ganhou dimensão popular e como se desenvolveu tornando-se uma fortaleza. A própria superação do período, passa por elementos mecânicos; e se não envolvessem tantos povos em luta, quase a sociedade inteira, no exemplo dado, a burguesia certamente indicaria que a superação do fascismo foi feita por homens tipo Churchill, Truman, De Gaulle, entre outros. Liquidar com o materialismo histórico é a garantia de que a sua filosofia Positivista, Agnosticista, Pragmática e por fim a Metafísica como um todo os mantenha no poder.
Nesse sentido, queremos destacar a nossa palavra de ordem: Fora Bolsonaro, Mourão e sua corja – Lula Presidente. Bolsonaro não representa apenas uma pessoa, é um governo genocida e fascista, de uma classe toda, e, portanto, não deixar oculta essa classe é tarefa de toda a esquerda. Denunciar o papel de Mourão é deixar claro o papel de certos generais, que, historicamente e na atual conjuntura, dão guarida ao atraso de nossa nação, são defensores do Fascismo estadunidense. Atacam e fazem coro ao aniquilamento político e físico dos lutadores de esquerda, populares e progressistas de nosso país. Não incutir também isso profundamente nas mentes da esquerda e do nosso povo, é novamente dar a anistia ampla e irrestrita àqueles que, pela segunda vez em 50 anos, assassinam o nosso povo, dilapidam a economia, entregam as reservas naturais e construídas aos grandes monopólios internacionais, aprofundam a fome, a miséria, o desemprego do nosso povo, e voltam para caserna dando risada, pra contemplar salários altíssimos para eles e toda a sua família, na espera de outra investida contra o povo.
E na sequência, a corja tem significado de denunciar aqueles que dão o tapa e escondem a mão e, nos momentos em que a conjuntura começa a mudar, querem desvincular-se de ter dado total apoio ao atraso e serem reconduzidos aos braços do povo. É o caso daqueles que estavam abraçados na hora do golpe. Ele (o golpe) foi construído de fora para dentro, mas com aval de grande parte da institucionalidade jurídica do país, isto é, do próprio STF. O parlamento se adequou aos saldos do golpe, bem como aos benefícios que ele lhes trouxe. Os grandes empresários do nosso país logicamente, também não estão isentos dessa ação, tal como a Fiesp, UDR, Globo, CNN, etc. e partidos de direita e suas lideranças. Compartilhavam do golpe em toda a sua magnitude, econômica, política e ideológica. Por isso, não podemos deixar de denunciar esse descalabro, dessa CORJA inteira.
Os envolvidos nessa tirania são muitos, e lutar contra todos eles ao mesmo tempo, parece um despropósito. Mas se olharmos mais de perto, vemos que eles próprios já estão brigando entre si, um quer comer o rim do outro, e esse é o fundamento para que não nos contenhamos com mesquinharias políticas; pois elas são as marcas da crise econômica profunda da burguesia internacional, de um golpe aqui no nosso país que só ajudou o grande Capital, que no plano neoliberal liquidou em seis anos direitos conquistados com duras lutas em quase um século. O golpe exauriu de uma só vez a perspectiva de milhões de brasileiros, beneficiando apenas uma meia dúzia de magnatas. Eles podem ter força, mas são a minorias das minorias e em crise.
Por isso, não abramos mão de nossa palavra de ordem. Do outro lado, Lula Presidente, embora estejamos constantemente a reforçar a unidade da esquerda, a defesa de um projeto soberano para o Brasil, a revogação das reformas trabalhistas e previdenciárias, a revogação das privatizações, sem anistia para os golpistas, interferência na concessão de redes de comunicação, etc.; ela (a candidatura de Lula) por si só, dá arrepios, enjoos, tiques nervosos em toda a burguesia internacional e brasileira, nos bolsomínios de toda a espécie, em mourista, ciristas, doristas e por fim, em todos os golpistas.
Por mais que alguns das esquerdas pretendem dourar a pílula com Alckmin a tal da Frente Ampla, o caminho do mundo, da América Latina e do Brasil, é de mudanças profundas. A conjuntura é de guerra e ela significa luta de classes aberta, em que a burguesia não consegue mais evitar a guerra civil em seus próprios países. É a época de crise profunda na qual o antagonismo de classe se move até pela “gravidade”, isto é, inevitável nesses dias que valem por décadas, como diz Marx.
Também são as épocas em que a Social Democracia (os conciliadores de plantão) precisa realizar um trabalho hercúleo, e se desdobrar, mostrar-se engajada nas frentes de contensão das massas. Desviar-se do caminho da objetividade da luta de classe que indica, com todo o fervor, o rumo da transformação social, argumentar que não existe polarização, dizer que qualquer quebra de institucionalidade burguesa é um ataque à democracia universal; e, por fim, quando não há mais o que fazer, pegam em armas contra o proletariado. A luta contra revolucionária é talvez na época do imperialismo, o ramo mais investido pela burguesia financeira, depois logicamente do armamento bélico.
Por isso para não cometer grandes erros nessas épocas, é preciso fundamentalmente apostar no novo e na luta, em outras palavras, caminhar diametralmente no oposto da Social Democracia, da conciliação e do oportunismo em geral.
Fora Bolsonaro, Mourão e sua Corja. Lula Presidente.
Abaixo o Fascismo. Fora EUA da América Latina.
Pela unidade da esquerda e um programa Soberano para o Brasil.
Ousar lutar, ousar vencer.
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