União Soviética: a grande vitoriosa da Segunda Guerra Mundial

Apesar do senso comum predominante no ocidente a respeito do desfecho da Segunda Guerra Mundial – fruto da intensa propaganda ideológica ianque – tentar fazer dos Estados Unidos o elemento central para a derrota dos alemães no conflito, a história registra que a grande vitoriosa do maior confronto bélico de todos os tempos foi, indiscutivelmente, a União das Repúblicas Socialistas Soviética.

A investida alemã contra a URSS, a chamada operação Barbarossa, iniciada a 22 de junho de 1941, constitui-se na maior operação militar de todos os tempos, tendo contado com aproximadamente 4,5 milhões de soldados, integrantes das forças do Eixo. Esse quantitativo humano equivale a cerca de três vezes e meia o efetivo do exército estadunidense – mesma proporção que o exército indiano – e a duas vezes o efetivo do exército chinês na atualidade. Em outras palavras, o efetivo que invadiu a URSS era pouco inferior, numericamente, ao que hoje representam, em conjunto, os três maiores exércitos do planeta.

Planejando uma ação rápida contra o Exército Vermelho, os planos de Hitler começaram a ser frustrados diante da resistência soviética, em sua grande Guerra Patriótica. Mesmo chegando a estar a apenas cerca de 30 km de distância de Moscou durante os primeiros meses da invasão, quando a URSS ainda encontrava-se despreparada para um confronto de tal magnitude, a partir de janeiro de 1942, o avanço nazista começa a ser detido em batalhas de resistência memoráveis, como em Leningrado, Kursk e Stalingrado, a partir da qual o quadro da guerra sofre um revés profundo, sobretudo após meados de 1943.

Somente em junho de 1944, com o exército alemão derrotado em todas as regiões da URSS, as tropas anglo-americanas desembarcaram no norte da França, dando início à frente ocidental, que era um apelo feito por Stalin desde o início da invasão. A essa altura, embora importante, a frente ocidental pouco contribuiu, pois o Exército Vermelho já marchava triunfante rumo a Berlim. A 2 de maio de 1945, o Comando Supremo alemão assinou o ato de capitulação incondicional das forças armadas, com a bandeira da URSS tremulando no alto do parlamento alemão, em Berlim, e a 9 de maio, pelo fuso horário de Moscou, a Alemanha assinava sua rendição incondicional.

De 22 de junho de 1941 a 9 de maio de 1945, o Exército Vermelho destruiu ou colocou fora de combate cerca de seiscentas divisões da Wehrmacht (o conjunto das forças armadas da Alemanha), quase quatro vezes mais do que as enfrentadas pelos aliados anglo-americanos na frente ocidental. Ao todo, cerca de 90% das forças armadas alemãs do terceiro Reich pereceram na frente oriental. Foi também a URSS quem mais vidas humanas perdeu, num total de cerca de 20 milhões de seres humanos, entre militares e civis. Algo cerca de 50 vezes maior do que o exército estadunidense, que perdeu cerca de 180 mil soldados, considerando-se também suas baixas contra o Japão.

Essa importância histórica da URSS no desfecho da Segunda Guerra Mundial, em seu tempo, sobretudo antes do início da Guerra Fria, foi reconhecida pelas principais lideranças aliadas, como o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, que afirmava que a URSS era responsável por baixas mais significativas nas forças do Eixo do que os demais aliados em conjunto, ou ainda, por Winston Churchil, primeiro-ministro britânico, que admitiu, oficialmente, em 1944, ser necessário reconhecer o papel fundamental dos soviéticos, que mobilizavam e derrotavam, na ocasião, forças enormemente maiores do que que as que combatiam os aliados no ocidente, suportando o fardo mais pesado da luta em terra, durante longos anos, ao custo de perdas, materiais e humanas, imensas.

Pelo papel decisivo desempenhado pelo povo soviético e pelo Exército Vermelho na batalha contra o nazifascismo, a humanidade possui para com eles uma dívida de gratidão que jamais poderá ser esquecida.

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